🖍️ Desenhando no meu coração

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A chave girou na fechadura, e a porta se abriu com um rangido familiar. A casa, pequena e aconchegante, me recebeu com o aroma de comida caseira que tanto amava.

- Roberta! A voz de Vera, minha irmã caçula, ecoou pela casa. Ela veio correndo em minha direção e me envolveu em um abraço apertado. Havia dias que não a via, e a saudade era grande.

- Nossa, como eu estava com saudades da chata da Roberta!, ela brincou, apertando minhas bochechas.

- Para de exagero, garota!, respondi, soltando uma risada.

💭 Amo essa entojada. Minha irmãzinha.

Seguimos para a cozinha. O aroma delicioso que vinha do fogão me deixou com ainda mais fome.

- Preparei seu prato favorito: tropeiro com ovo frito! Vera anunciou, orgulhosa.

- Você é demais, maninha! agradeci. Antes do almoço, fizemos uma vídeo chamada com nossos pais.

A alegria de vê-los foi imensa. Mamãe começou a chorar de saudade, e a conversa se tornou um misto de risos e lágrimas. Sentadas à mesa, saboreamos o delicioso almoço preparado por Vera. Arroz soltinho, tropeiro bem temperado, salada fresca e um suco de pitanga geladinho. A vida era simples, mas estávamos completas.

A conversa entre nós fluía naturalmente, como se o tempo tivesse parado. Falamos sobre tudo um pouco: sobre a família, os amigos, os sonhos. Era bom estar em casa, cercada pelo amor da minha família.

Depois do almoço, a conversa fluiu tão bem que nem percebemos o tempo passar. Vera, com aquele seu jeito animado, sugeriu que fossemos tomar sorvete na praça.

- Só não exagera, hein? Se não, o coordenador da bateria vai me matar!, ela brincou, referindo-se à sua dieta para manter a forma para o desfile da escola de samba.

Enquanto ela escolhia um picolé de fruta, pedi um cascão bem generoso com três bolas: chocolate, flocos e creme. Sentadas no banco da praça, começamos a conversar sobre tudo e nada. Vera me contou sobre a nova fantasia que estava usando para o desfile, aproveitei a oportunidade para contar sobre a minha conversa com Diego.

- Você não vai acreditar no que aconteceu!, comecei, e então contei tudo sobre a declaração de amor de Diego e os beijos que trocamos. Vera soltou um grito tão alto que algumas pessoas nos olharam curiosas.

- Eu sabia! Sempre soube que os dois iriam se apaixonar! Que casal mais lindo!

- Calma, né? As pessoas estão nos olhando!, pedi, tentando abafar a voz dela. Depois de se acalmar um pouco, ela me perguntou:

- E aí, gostou do beijo? Respirei fundo.

- Nunca nenhum homem me beijou tão bem quanto ele. Vera arregalou os olhos.

- Nossa, Roberta! A minha irmã, toda recatada, apaixonada pelo acessório da Barbie que você tanto criticou! Não acredito! Hahahaha

- Queimei minha a língua, né?, respondi, rindo.

Mudamos de assunto e começamos a conversar sobre a discussão que tive com Mia. Vera ficou furiosa com a atitude da minha amiga.

- Não liga para o que ela fala, Roberta. Classe social e essas bobagens não importam quando se trata de amor. Entrega-te a essa paixão! Confessei a ela que tinha muito medo de me machucar novamente.

- Tenho medo de me apaixonar e ser abandonada, como aconteceu com o Hugo. Vera me sacudiu levemente.

- Esquece o Hugo! Ele não era homem de verdade. Você merece ser feliz, Roberta. Assenti com a cabeça, mas sabia que não seria fácil esquecer o passado.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora