❣️ Não quero pegação

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Roberta Antunes 

Ligação no jardim…

O telefone vibrava insistentemente em minha mão. Era Vera, minha irmã. Precisava desabafar, e ela era a única pessoa que me ouviria sem julgamentos.

- Vera, eu estou tão confusa! comecei, minha voz embargada.

Contei a ela sobre meus sentimentos por Diego, sobre como ele me fazia sentir especial, mas também sobre como eu sempre acabava me afastando quando as coisas ficavam quentes.

- Por quê, Roberta? Você gosta dele! a voz de Vera ecoava do outro lado da linha.

- É que eu não tenho experiência sexual, Vera. Nunca me envolvi com ninguém até esse ponto. Escuto a gargalhada da minha irmã debochada.

- Experiência se adquire com a prática, boba! Deixa as coisas acontecerem naturalmente. Ela riu.

- Mas eu não sou assim, ficar transando sem compromisso, Vera. Eu quero que me peça em namoro, que a gente tenha um relacionamento.

- Nossa, Roberta, você está completamente apaixonada pelo Ken da Barbie! ela não conseguiu conter o riso. Lembra de quando você criticava tanto o pobre? Será que ele está sabendo pilotar o trator?

💭 Não vou assumir para ela. Mas suas mãos estão me deixando louca.

- É que eu nunca imaginei que pudesse amar alguém assim, tão rápido. Ainda mais, o acessório da Barbie. Caímos no riso.

- O tempo não define o amor, Roberta! Mas define que deve aproveitar cada segundo ao lado dele.

Concordamos uma com a outra e encerramos o papo. Nesse momento, Caio e Elie sentam no banco no jardim, animados para conversar com a tia Vera. Depois de alguns minutos, os coloquei para tomar banho e foi neste momento que D. Abigail entrou no banheiro dizendo que Diego estava me chamando no quarto dele.

💭 Aí, se ele beijar novamente daquele jeito que fez ontem, vou arriar meus pneus para ele.

Ele me esperava no quarto, com um olhar sério. Entrei bem devagar, achando que iria rolar um beijo, mas o assunto era sério.

- Roberta, preciso te contar algo importante. Começou ele. Senti meu coração acelerar. O que seria?

- Antes de te conhecer, tive alguns envolvimentos com outras mulheres do escritório. Era plenamente sexual, nada de sentimentos. Sei que soa bem cafajeste, mas nunca ilude ninguém sobre nada. Tudo antes de me apaixonar por você. Ele me encarava, aguardando uma resposta.

💭 Hum, acessório se divertia bastante. Não posso dizer que sou virgem nesta idade. Nem morta.

Senti um aperto no peito. Ciúmes? Talvez. Mas tentei manter a calma.

- Tudo bem, Diego. A gente não tem nada um com o outro. Respondi, mais fria do que gostaria. Ele tentou explicar, mas o interrompi.

- Eu também já tive meus casos sexuais, Diego. Então estamos quites.

Saí do quarto, furiosa. Mas, ao mesmo tempo, sentia uma enorme culpa. Havia mentido para ele, e isso me corroía por dentro.

A noite estava quieta, embalada pelo som suave das crianças respirando. Sentada na beira da cama, cantava uma cantiga de ninar, a voz baixa e melodiosa. Os olhos castanhos de Roberta vagavam pela escuridão do quarto infantil, perdendo-se em lembranças da tarde. A conversa com Diego ecoava em seus ouvidos, revivendo a intensidade do olhar dele, a sinceridade das palavras sobre o passado.

As crianças finalmente adormeceram, seus corpinhos pequenos e tranquilos sob os cobertores. Eu as cobriu com mais um beijo na testa e me levantei, caminhando lentamente pelo corredor em direção ao meu quarto. Ao passar pela porta do quarto de Diego, senti um puxão suave. Ao me virar, encontrei seus olhos azuis fixos nos meus. Ele a puxou para dentro, envolvendo-a em um abraço apertado.

Seus lábios encontraram os meus emum beijo intenso, cheio de desejo e promessa. Corresponde, perdida na sensação familiar dos seus braços que me envolvia. O corpo de Diego contra o meu era quente e excitante, até sussurrou em meu ouvido palavras que faziam minha pele arrepiar. Mas a razão a trouxe de volta à realidade.

- Diego... sua voz saiu baixa, entrecortada. Nós não temos nada… empurrei seu corpo, afastando do contato. Ele a soltou lentamente, os olhos cheios de tristeza. 

- Eu sei, Roberta. Mas não consigo ficar longe de você. Ele sorriu 

- Você não me pediu em namoro, Diego. Isso significa que não podemos…

- Eu sei, eu sei… ele repetiu, a voz rouca.

Me afastei, sentindo um aperto no peito. A verdade era que também sentiria falta dos beijos, daquela conexão intensa que nos unia. Mas não podia se entregar a algo por simples prazer.

Com um último olhar para Diego, sai do quarto e segui em direção ao meu. A noite estava fria, mas dentro de mim havia um calor incômodo. A proibição que eu mesma impuserá pesava em meus ombros, mas a saudade já começava a se fazer sentir nos meus lábios.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora