💤💤 Início de mais um pesadelo

49 16 2
                                    

Dez dias depois…

Roberta Antunes 

Dez dias passaram desde aquele domingo em família. A cada dia que passava, meu amor por Diego se intensificava. A felicidade que sentíamos era contagiante e preenchia todos os nossos momentos juntos.


Além da felicidade pessoal, também tivemos ótimas notícias. Júlio, o advogado que ajudou minha mãe, conseguiu vencer a causa contra o INSS. Mamãe finalmente se aposentou! Apesar de todas as nossas brigas, senti um imenso alívio e alegria por ela.


No Instituto Benjamim, as coisas também estavam progredindo. Úrsula estava montando a defesa de um dos nossos primeiros casos e, apesar do enjoo constante devido à gravidez, estava empolgada com o desafio. Como as obras já haviam terminado, estávamos sozinhas no prédio, organizando os móveis e preparando tudo para a inauguração. Vera nos ajudaria no dia seguinte com disposição da mobília.

Estava na hora do almoço quando Greice saiu para buscar comida para nós. Aproveitei para ir ao banheiro. Enquanto estava lá, atendi uma ligação da minha irmã. A conversa se estendeu e acabei demorando mais do que o previsto.

Ao voltar para o escritório, congelei. Um homem desconhecido estava agarrando Úrsula. Ele parecia transtornado e dizia coisas desconexas. Corre e me aproximei deles.

- Úrsula é minha! Ninguém vai tirar ela de mim! Ela vai ter esse filho e será meu! Ele gritava. Úrsula, pálida e assustada, tentava se soltar.


- Jonas, por favor, me solta! Nunca te dei esperanças! Eu amo Osmar! Ela implorava.

Jonas. Era esse o nome do homem que nos seguia há dias. Sem pensar duas vezes, tirei suas mãos e puxei Úrsula do contato dele. Jonas ficou furioso.


- Você não vai escapar de mim! Ele gritou, vindo em minha direção.

Com todas as minhas forças, lutei contra ele. Úrsula aproveitou a distração e saiu correndo do escritório. Ela parou e olhou para mim.

- Vai embora, Úrsula! Gritei. Corre!

Enquanto lutava contra Jonas, tive a certeza que Úrsula havia conseguido escapar. Ele agarrou meu cabelo e gritou:

- Vai se arrepender de ter intrometido…sua vagabunda. Ele me deu um soco no ouvido direito, perde o equilíbrio.

Um hora antes…

Diego Ribas 

O dia estava tranquilo no escritório. A luz do sol entrava pela janela, criando um ambiente agradável para trabalhar. Estava imerso em alguns documentos quando a porta se abriu. Era Osmar.

- Diego, tudo bem? Sua voz soou preocupada.

- Tudo ótimo, irmão. O que deseja com essa cara de pidão? 

- Que tal a gente almoçar juntas com as meninas? Sorri. 

💭 Osmar estava cada vez mais apaixonado por Úrsula. 

Não pensei duas vezes em aceitar o convite. Passamos em um restaurante próximo e pedimo refeição para levar. Enquanto esperávamos, não pude evitar de provocar Osmar.


- Nossa, irmão, todo cuidadoso com a Úrsula agora que ela está grávida, hein? Brinquei. Ele me lançou um olhar divertido.

- É claro, irmãozinho! Ela está esperando nossos filhos. Tenho que cuidar dela. Ri alto. Osmar sempre foi um cara muito protetor.

Quando chegamos ao estacionamento do Instituto Benjamim, encontramos Greice esperando por nós com as marmitas. Riamos da coincidência.

- Olha só, a cozinheira oficial do Instituto Benjamim! Binquei com Greice. Ela revirou os olhos, mas não conseguiu esconder o sorriso.

- Diego Ribas, posso ajudar D. Márcia separar vocês. Fiz mão de clemência.

Caminhávamos em direção à entrada quando ouvimos um grito agudo. Era a voz de Úrsula. Osmar e eu corremos em direção a entrada.

- Jonas! Úrsula gritava, desesperada. Ele me atacou.

Corre como louco até o escritório, quando visualizei a figura de Jonas chutando Roberta na porta, ela estava caída no chão. Sem pensar duas vezes, corri em direção a ele. Começamos a lutar. Osmar me ajudou, mas Jonas era mais forte. Conseguimos imobilizá-lo, mas quando olhei para Roberta, meu coração parou. Ela estava imóvel no chão, com sangue entre as pernas.

- Osmar, chama a polícia! Gritei, desesperado. 

- Meu Deus, Betinha. Greice se abaixou ao lado dela

- Chame uma ambulância, Greice! Enquanto mantinha Jonas imobilizado.

Osmar pegou o celular e ligou para a polícia. Enquanto isso, fiquei olhando Roberta e chamando seu nome. Seus olhos estavam fechados e ela não respondia.

A polícia chegou rapidamente e levou Jonas preso. Na ambulância viram Roberta que o estado era grave e a levaram às pressas para o hospital.

Entrei na ambulância junto com ela. Os paramédicos trabalhavam incansavelmente para estabilizá-la sangramento. Meu coração batia descompassado. Tudo o que queria era que ela ficasse bem.

Olhei para o rosto de Roberta, pálido e com hematomas. Tentei falar com ela, mas não consegui. As lágrimas rolavam pelo meu rosto. Nunca tinha me sentido tão impotente e desesperado. Pede para levarem ela para hospital que minha família sempre fomos atendidos. Ao chegar um equipe médica estava atendendo minha narizinho.


As horas se arrastavam no corredor do hospital. Sentado naquela cadeira dura e desconfortável, sentia cada segundo como uma eternidade. Úrsula já havia sido atendida, pois desmaiou quando viu Roberta desacordada, ela estava em um quarto próximo, ainda em observação. Greice não parava de chorar e me abraçar, tentando me confortar.

De repente, a porta se abriu e Vera entrou correndo, acompanhada por Luan. Ao me ver, ela correu em minha direção e me abraçou com força, soluçando.

- Como minha irmã está, Diego? Perguntou, a voz embargada.

- Ela está no atendimento médico, Vera. Respondi, minha voz falhando.

- Mas como isso aconteceu? Tinha poucos minutos que falei com ela por telefone! Ela exclamou, incrédula.

Expliquei tudo o que aconteceu, sobre Jonas, o stalker de Úrsula, e como Roberta havia se colocado na frente dela para protegê-la. Ao terminar de contar, não pude evitar de chorar. Vera me abraçou forte, tentando me acalmar.
Depois de horas intermináveis, um dos médicos finalmente apareceu. Seu rosto era sério.


- A Roberta sofreu fraturas em quatro costelas, tem um hematoma no ouvido que lesionou o tímpano e, infelizmente, o chute na barriga causou ferimentos no baço e no útero. Meu coração se apertou.

- Ela está sendo tratada intensamente para ver se não terá necessidade de uma cirurgia. As próximas horas serão cruciais. Precisamos ver como ela vai reagir ao medicamento. O médico explicou que a gravidade dos ferimentos no útero era preocupante e que seria avaliada por um ginecologista.

- Mas, o estado é grave? Perguntei, minha voz tremula. O médico me olhou com pesar.


- Estado é crítico. Precisamos esperar como ela reage ao tratamento.

As palavras do médico ecoaram em meus ouvidos. A possibilidade de perdê-la era insuportável. Caí em um desespero profundo. Sentei-me no chão, abraçando meus joelhos. As lágrimas rolavam pelo meu rosto sem parar. A culpa me consumia. Se eu tivesse sido mais rápido, se tivesse protegido.

- Roberta…

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora