Meu amor de giz

🖍️ Dialogando

Roberta Antunes

- Diego, você tem noção do que está falando. Não conhece minha mãe. Digo levantando da cama.

- Meu amor, tenho que tentar? Ele me responde com sorriso no rosto.

- Você é mazoca? Tem prazer em ser esfolado vivo? Não espere menos que isso da minha digníssima mamãe.

- Você acha que ela vai destratar das crianças? Ele pergunta com preocupação.

- Diego, o problema da minha mãe é eu e você. Ela é difícil, mas nunca faria isso com Caio e Elie, jamais. Pode ficar tranquilo, enquanto há isso.

- Isso é um sim? Ele pergunta sorrindo.

- Sim. Estou avisando, e melhor preparar seu psicológico, meu amor! Minha mãe e casca grossíssima, então ela não vai ter dó, nem de mim e muito menos de você. Ele me encara.

- Você está bem para enfrentar isso? Ele me olha. Fico em silêncio.

💭 Nunca estou pronta para enfrentar minha mãe.

- Diego, ás vezes ainda choro e sofro com meus dilemas, mas a diferença é que agora tenho algo para lutar: vocês! Então, vamos juntos passar por esse desafio.

- É, meu tratorzinho! Vamos nessa!

23 de dezembro. São Paulo, capital....

- Não, estou acreditando que me fez vir ao shopping na véspera de natal, Diego Ribas. Ele sorri.

- Precisamos comprar presente e tudo para ceia, meu amor! Ele segura minha mão.

- Diego, olha para isso? Paro no meio do shopping. Isso é loucura. Te avisei, mas não me deu ouvidos.

- Preciso de você, foi um milagre a Greice sair com as crianças e Valentino de refil. Ele me puxa.

- Falando nisso, ele está mesmo caidinho por ela. Aceitou vir com a gente para a ceia de natal, conheço a Greice, coitado! Digo, enquanto observo a locura da multidão.

- Valentino, não tem família. Seu pais faleceram quando era criança, sua irmã mais velha que o criou. Hoje ela vive na França com marido e os dois filhos. Ele sempre a visita, mas agora acho que encontrou uma mulher difícil. Começo a gargalhar, enquanto caminhavamos.

- Greice, difícil? Diego, ela se apaixonou pelo Valentino no dia da exposição. Afirmou que foi amor à primeira vista. Ele para e me encara

- Porque está se fazendo difícil? Ele pergunta seriamente.

💭 Às vezes me pergunto se homem tem neurônios.

- Homens como vocês, galinhas ou cachorro, precisam ser domesticados. Quando ficam apaixonados, touché! Ele cruza os braços em meio a multidão.

- Foi assim, que você me domesticou? Ele tem sorriso nos lábios.

- Eu? Diego, se enxerga! Tu que se apaixonou primeiro, querido! Eu nunca teria....ele me beija.

- Foi mesmo, não nego. Enquanto, dominei o maquinário pesado. Começo a rir.

- Vamos às compras, seu bobo. Seguro as suas mãos.

- Para sua informação, não sou galinha e nem cachorro. Ele fala olhando as vitrines.

- E mesmo? O homem que transou com todas advogadas do seu escritório e fora das das boates. Digo me mordendo de ciúme.

- Quem te contou? Ele pergunta fingindo demência.

- Eu sabia antes de te conhecer, era ficante sexual da minha amiga, seu safado! Ele me abraça.

- Me regenerei, meu tratorzinho! Agora piloto somente você, me usa e abusa do seu piloto. Começo a rir.

- Me solta, safado! Eu solto sua mão e caminho pelo corredor de lojas.

- Vem, vou comprar um presente para meu sogro e meu cunhado. Ele segura minha mão e entramos na primeira loja.