⚖️ Revidando

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Diego Ribas

A escuridão ainda dominava o céu quando me levantei. O relógio marcava cinco da manhã e o compromisso na delegacia me aguardava.

Preciso resolver duas situações nesta manhã. Passo no quarto dos meus pequenos, que dormem anjinhos. Ainda está escuro, pois preciso chegar cedo no lugar para acertar umas contas.

Desci as escadas silenciosamente, evitando acordar a casa. Ao chegar à cozinha, algo me chamou a atenção: a luz estava acesa.

Com um leve espanto, me aproximei da mesa. E lá estava ela, Roberta, com a cabeça apoiada nos braços, dormindo profundamente. Seus ombros se agitavam e um suor frio cobria sua testa. De repente, ela se remexeu, soltando um grito abafado. Seus olhos se abriram de súbito, arregalados e cheios de pânico. Ela estava suada e respirando ofegante. Tinha acabado de ter um pesadelo. Ao me ver, ela tentou se recompor rapidamente. Resolvo perguntar.

- O que aconteceu que está dormindo na mesa? Coloco a mão na sua testa. Ela se afasta.

- Acabei cochilando. Preciso me trocar, com licença. Saio o mais rápido possível. Preciso me tomar um banho e trocar para deixar as crianças na escola.

Sua voz saiu trêmula e sua expressão, forçada. Mas pouco que conhecia Roberta tinha algo errado em suas palavras. Seus olhos, no entanto, não conseguiam esconder o medo que a consumia. Ela saiu rapidamente para os dormitórios.

Deixando uma xícara ainda na mesa. Cheirei o líquido e reconheci o aroma inconfundível, era chá de camomila, um velho aliado contra a insônia e nervosismo.

Não tive dúvidas. Roberta estava sofrendo com pesadelos. A tentativa de sequestro havia deixado marcas profundas em sua alma, e agora ela era assombrada por lembranças daquela tarde horrível.

Com o coração pesado e enfurecido, saí para meu compromisso na delegacia. Meu homem de confiança me aguardava.

- Bom dia, Eduardo. Digo entrando no veículo.

- Bom dia, senhor Ribas. Ele respondeu dando partida.

As rodas do veículo estão em movimento, saímos da minha residência, mas a imagem de Roberta, pálida e assustada, não saía da minha cabeça. Fico imaginando que trauma é esse como passado envolvendo o tio. O veículo para no sinal.

- Quem vai levar a Roberta e as crianças até a escola?

- Será o Carlos e mais dois novos seguranças, Senhor Ribas.

- Como está Breno? Olho no retrovisor.

- Senhor, ele está bem, retorna amanhã. Está bastante preocupado com a senhorita Roberta.

- Porque está aflito com ela? Aguardo a resposta.

- Ele relatou que enquanto estava aguardando pela ambulância, ela implorava para não deixá-la sozinha, pois tinha medo do escuro.

- Entendo. Está tudo pronto para o problema que vou resolver agora na delegacia?

- Sim senhor! Ele responde.

- Ok. Muito obrigado. Vamos porque o dia será bastante agitado.

💭 Breno ainda não desistiu de Roberta.

Eu precisava fazer algo para ajudá-la a superar esse trauma. Os faróis do carro cortavam a escuridão da madrugada enquanto me dirigia para a delegacia. A cada curva da estrada, meus pensamentos voltavam para Roberta. A imagem de seus olhos arregalados, cheios de terror, me perseguia.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora