🏠 Eu garanto!

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Na sala da minha casa, naquele momento era pequena e abafada, intensificando a sensação de angústia que me consumia. Osmar, Cláudio, e meus amigos, Ruan e Valentino, me olhavam com preocupação, estava com um copo de uísque nas mãos. A bebida, que havíamos iniciado logo pela manhã para tentar afogar as mágoas, pouco fazia para aliviar a tensão.

Elie estava no quarto, sendo atendida com febre alta desde que havia corrido atrás de Roberta. A cena da minha filha frágil e febril me causava um desespero que nunca havia experimentado antes. A culpa me corroía por dentro. Havia colocado a saúde de meus filhos em risco por causa do meu orgulho ferido.

-O que essa moça tem? Osmar quebra o silêncio na sala. Só pode ser feitiço! Exclamou Osmar. Ruan retrucou.

- Qual é o problema de vocês? Feitiço não, mas sim, luz! Cláudio perguntou.

- Por que está dizendo isso da Roberta, Osmar Ribas? Encarou com raiva.

- Porque Úrsula teve uma conversa com ela, agora está desmontado o quarto do Benjamin. Sei que parece crítica, mas não compreendo, porque Úrsula a ouviu, e não a mim. Valentino respondeu.

- Porque ela não tem uma foto da ex guardada na gaveta do seu escritório, talvez seja isso! Osmar se levanta enraivecido do sofá. Retruca.

- Você está louco. Nunca tive foto de nenhuma outra mulher no meu escritório, além de Úrsula. De onde saiu isso? Úrsula nós surpreende.

- No seu escritório. Osmar olha para ela. Fui até lá, enquanto esperava você, fui buscar um papel para deixar o bilhete, ao abrir a gaveta, me deparei com a foto de Letícia. Osmar parecia surpreso. Sei que você nunca… ele a interrompeu.

- Eu não amo a Letícia. Não sei como essa foto foi para lá, mas vou descobrir quem o fez. Você não acreditou em mim no passado, quando disse que não encontrei com ela na noite anterior à morte do nosso filho. Existe alguém fazendo isso para nos separar, mas não aguento mais todos dessa sala me acusando e me julgando por coisas que não fez. Se todos acham isso de mim, tudo bem! Osmar se retira da minha casa. Úrsula e Verônica observam a saída dele.

- Não estou em condições de defender alguém, mas todos nessa sala trabalham na área jurídica, condenar antes de provar. Não acredito nessa história, Osmar nunca faria isso, trair a esposa! Digo. Cláudio fala.

- Concordo plenamente com você, Diego. Desse do começo estou falando com Úrsula. Osmar não tem rede sociais, não vai a baladas e cortou todas relações com alguém que conhece Letícia. Naquele dia, saiu do escritório falando que iria atender um chamado de cliente.

- Vou para casa, terminar de empacotar as coisas de Benjamin. Se me dão licença. Úrsula parte também.

O médico desceu as escadas. Ele surgiu na porta acompanhado de uma enfermeira. Seus olhos se encontraram com os meus e ele me fez um gesto para que o seguisse.

- Doutor, como está minha menina? perguntei, minha voz rouca pela tensão.

- Ela está bem, senhor Ribas. A febre já está cedendo. O médico me tranquilizou, mas sua expressão era séria. Acredito que a febre tenha sido causada por uma reação emocional. O corpo de uma criança, especialmente tão pequeno como o da  Elie, não suporta uma carga dessa magnitude. Vou deixá-la em casa, por três dias. Se tiver alguma piora, me liguem. 

As palavras do médico me atingiram como um soco no estômago. Eu sabia que estava certo. A culpa era minha. Eu havia transformado a vida de meus filhos em um caos. Brigitte, com sua crueldade, havia plantado uma semente de destruição em nossa família e havia permitido que crescesse.

Sentei-me em uma cadeira, a cabeça baixa, enquanto o médico continuava a falar. A cada palavra,  me sentia mais e mais culpado. Havia sido um pai ausente e negligente. Doutor Arturo, conhece bem meus filhos.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora