🖍️ Aproximando de vocês

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Roberta Antunes 

Estou caminhando de volta para a mansão. Eduardo, o segurança particular das crianças, sugeriu retornar de carro, mas prefiro ir caminhando. Depois de alguns minutos entro pela cozinha. Dona Abigail me informa que Dona Verônica está me aguardando na sala. Sei exatamente o que vai acontecer. Ela e seu noivo estão conversando, quando peço licença. 

- Senta, Betinha. Por favor! Está esperando você, queria compreender melhor essa abordagem de alguns minutos atrás.

- Dona Verônica, eu segurei….sou interrompida.

- Roberta, ninguém está criticando ou julgando você. Estamos tentando entender, porque foi a primeira vez que Caio se controlou. Seu noivo sorri. Dona Abigail se aproxima e reforça.

- Ele teria quebrado toda a casa, como da última vez quando senhor Diego o confrontou, mas hoje você conseguiu algo que nunca tinha acontecido. Ela está em pé próximo ao sofá.

- Agora compreendeu o motivo da minha pergunta. Caio tem um descontrole com ataques de fúria gigantescos, na festa do escritório, disse que não poderia comer determinada coisa porque é alérgico a Morango, ele chutou minha perna e jogou toda a comida no chão puxando o pano da mesa. Hoje foi diferente, queremos entender. Fico sem graça.

- Desculpa, pensei que tinha se chateado por ter segurado a mão dele. Crianças agressivas pode ter nem motivos para demonstrarem ser tipos de comportamento. Percebe que no caso dele, é um mecanismo de defesa. A maneira que encontrou para se proteger e não deixar ninguém machucá-lo, mas no fundo é carente de afeto e de limites. 

- Limites? Como assim? Verônica pergunta. Os três estão atentos.

- Sim, a criança pede limites. Toda criança que lhe é permitido tudo, teve dificuldade de se sentir amada, mas quando encontra pessoas que definem regras de convívio social, uma rotina e os ajudam a trabalhar suas emoções, elas se sentem pertenças, porque o amor estabelece limites. Caio tem muita raiva dentro de si, não consegue falar sobre, então vou trabalhar justamente as funções executivas e de autorregulação. 

- Obrigada. Em de 24 horas, você está fazendo o que ninguém conseguiu, nossa salvadora. Ela se levanta em minha direção e me abraça.

- Dona Verônica, não sou salvadora de ninguém, realmente quero muito ajudar seus sobrinhos. Gostaria de fazer algumas alterações na rotina deles e acrescentar algumas atividades importantes. 

- Tira esse dona, pelo amor de Deus. Tem total liberdade, qualquer coisa pode falar com Abigail, também minha cunhada ou pode me ligar. Preciso ir, bom dia para todas.

- Tento auxiliar Abigail, mas ela é bastante centralizadora. Então vou até o quarto das crianças. Tem alguns desenhos. Começo a produzir um quadro de rotinas e vamos juntos produzir os combinados. 

💭 Peço a Deus para estar no caminho certo.

Estou no portão da escola aguardando eles saírem. Eles caminham olhando a imagem das outras crianças com suas mães, aceno para que me vejam. 

- Eu vim buscá-los, vamos para casa. Estendo minhas mãos. Elie prontamente segura, mas Caio está relutante.

- Não sou criança, para de mãos dadas. Começo a implicância.

- Tudo bem. Vamos, Elie. Como foi a escola hoje. Tento estabelecer uma comunicação.

- Você não entende, que ela é muda. Caio fala alto, chamando atenção de todos, Elie fica triste. Eu me abaixo até a sua altura e coloco as mãos no ombro.

- Não fale assim da sua irmã. Ela não é muda, só não deseja conversar. Olho para ela e digo.

- Elie, vamos combinar uma coisa. Quando quiser falar estou aqui, para conseguir comunicar contigo, vamos fazer assim, dedo para cima: positivo e dedo para baixo: negativo, Ok.

Elie, leva o dedo. Levantei-me e caminhei de mãos dadas com ela. Andamos alguns metros, Caio pega na minha mão. Eu comuniquei que iríamos voltar para casa a pé. Caminhamos em silêncio, mas resolvo mudar o curso para o parquinho que tem no trajeto. Era uma parque com árvores, bancos e mesa de cimento e alguns brinquedos, então nós sentamos para observar o movimento.

- Todos os dias, vamos voltar caminhando para casa e passar aqui neste lugar lindo!

- Por quê? Caio perguntou.

- Para ter esse momento, onde a gente pode brincar, conversar e se divertir. Tudo bem. Elie faz sinal com dedo.

- Por mim, está tudo bem. Ele tenta se fazer de indiferente.

Ficamos sentados por tempo, somente observando o movimento. Retornarmos para casa. Neste momento me sento com os dois e explico que a rotina deles será bastante diferente a partir daquele momento. Explico que mesmo que eles tenham tudo e todas as pessoas para fazer por eles, tem coisas que precisam conquistar. Que uma delas seria aprender a organizar suas coisas pessoais e suas tarefas no lar. Os dois prestaram atenção na minha orientação.

- Essa é nossa rotina. Vamos fazer alguns desenhos para enfeitar nosso quadro.

- Roberta, o que vamos ganhar com isso? Caio pergunta. Estamos sentados no chão com folhas e giz de cera.

- Nada. Por são coisas que devemos fazer para gente e pela a gente, mas podemos fazer um passeio juntos que eu vou escolher, pode ser!

Elie levanta o dedinho. Caio responde.

- Pode ser. Desde que escolha um lugar muito legal.

Finalizamos o dia como no anterior, banho, janta, dever de casa e cama. Estou envolvida com tudo que estou planejando para ajudar essas crianças. Estou empolgada com tudo que esquece de ligar para casa, mas acho que tudo irá contribuir para melhorar a minha dinâmica com minha mãe.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora