💗 Pequenos passos

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Roberta Antunes 

💭 Quinze minutos para Uber, meu Deus.

Estou sentada perto da guarita aguardando o Uber. Vou até a casa de Milena e Mia e vou de carona para a capital. Finalmente estou indo para casa. Conversei bastante com as crianças, elas compreenderam. Estou vestida com uma saia de brim, blusa preta, tênis e coque feito com tranças, que finalmente serão retiradas da cabeça dessa pobre mulher.

💭 Vou fazer umas luzes nos meus cachos.

Olho para o chão, algumas formigas saem do jardim e atravessam para outro. Dona Verônica me convidou para a cerimônia, mas vou encontrar minha família. Passando o calçado no chão sem prestar atenção no movimento dos convidados entrando. Um cheiro de perfume masculino invade meu perímetro. Uma fragrância suave, mas forte. Com cabeça baixa vejo um sapato marrom, quando levanto o rosto, aqueles olhos azuis estão me encarando.

- Bom dia, Roberta. Ele coloca as mãos no bolso.

Vestido com terno azul marinho, blusa branca, gravata bege e uma flor na lapela. Está lindamente alinhado.

- Bom dia. Volto minha atenção para a tela do celular para observar a chamada do Uber.

- Até quando vai ficar com raiva de mim, Roberta Antunes? Ele se senta ao meu lado.

💭 Até que a ferrarizinha está bonito. Que cheiro é esse, santo Deus.  

- Até minha raiva passar. Ainda não digerir sua defesa a essa demoníaca Brigitte. Ele começa a rir.

- Demoníaca? Concordo plenamente. Eu julgo as pessoas pelo que eu sou. Deveria ter desconfiado, ela sempre foi cruel com eles, realmente sou banana de pijama. 

💭 Meu Deus. Ele escutou a conversa. Maldita boca.

- Você ouviu minha conversa com minha irmã, não é? Ele sorri e senta ao meu lado.

- Sim, mas concordo com você. Espero que sua raiva passe rápido. Ele levanta, coloca as mãos no bolso e sorri.

- Não vou me desculpar! Falei mesmo. Estou nervosa. Se me dá licença, meu Uber está chegando, senhor Ribas. Bom casamento! Pego minha mochila e coloco nos ombros.

- Ok. Muito obrigado, Elie amou a trança da mãe Betinha. 

💭 Aí, Elie! Porque falou isso para esse acessório da Barbie.

- Olha, vou deixar claro! Não estou forçando ela a falar essas coisas, não tem influência minha nisso, por favor! Exclamei. Ele volta e se aproxima. 

Dou um passo para trás, devido nossos corpos estarem muito perto, acabo desequilibrando. Ele me segura pelos braços e me levanta. Frente a frente, ele retruca.

- Não estou criticando, Elie faz suas escolhas, acho que escolheu bem. Ele me solta. Cuidado para não cair. Bom retorno para casa!

Caminhando com a mãos no bolso ele parte para jardim da mansão. Engoli seco.

💭 Esse banana de pijama se acha. Ele não vai perturbar meu juízo, não vai mesmo.

Saio pelo portão da guarita e entrou no carro. Estou com o coração acelerado. Motorista pergunta se pode seguir o GPS, responde positivamente.

Enquanto isso na guarita…

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora