🖍️ Desenhando meu futuro

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Roberta Antunes 

A luz neon da hamburgueria cintilava nos olhos de Breno enquanto ele me fitava, um sorriso tímido nos lábios. Havíamos passado fim de tarde e início de noite inteira conversando sobre tudo e nada, nossas vidas, nossos sonhos, nossos medos. E a cada palavra trocada, mais forte se tornava a sensação de que havíamos encontrado um porto seguro um no outro.

De fato o hambúrguer era divino combinado com refrigerantes e batatas, trouxeram uma sensação de bem estar e de segurança para mim mesma. Ouvir as expectativas de Breno para seu futuro me fizeram viajar no tempo, a 10 anos atrás, um passado que não quero no meu presente: esperar alguém realizar seus sonhos, para finalmente nos casarmos.

Encerrei minha conta com esse passado, foi uma processo doloroso e cruel para meu coração e minha autoestima, pois Hugo destruiu tudo isso no momento mais frágil da minha vida, mas finalmente curei-me e agora estou pronta para amar novamente, mas alguém que tenha o mesmo objetivo: Construir uma família.

Mas a realidade, cruel como sempre, insistia em se fazer presente. Enquanto saboreava meu hambúrguer favorito, as imagens desse passado insistia em passar em minha mente, como um lembrete. Depois de retornarmos para a mansão Ribas, caminhando pelos jardins impecáveis, uma decisão martelava em minha mente. E junto dela, a imagem de Caio e Elie, as duas crianças que eu amava como se fossem meus próprios filhos.

- Breno... comecei, a voz falha.  Eu preciso te dizer uma coisa importante. Vamos nos sentar aqui por alguns minutos. Ele me olhou, os olhos atentos.

- Sim. Sua companhia é maravilhosa em qualquer lugar. O que precisa me dizer, Betinha.

💭 Aí, meu Deus. Ele está tão animado, mas não posso enganá-lo 

- A gente... a gente não prosseguir com uma futura relação. Seus olhos se arregalaram.

- Como assim, Roberta? Respirei fundo.

- Eu gosto de você, Breno. Mas a gente é muito diferente. Tu está em busca de aperfeiçoar sua carreira, namorar e curtir os prazeres da vida agitada. Eu quero um lar, uma família, filhos. Nossos caminhos são muito diferentes. Amei nosso encontro de hoje, mas infelizmente não vamos evoluir para nada, além de amizade.

Ele tentou argumentar, disse que talvez pudéssemos fazer dar certo, que o amor poderia superar qualquer obstáculo. Mas estava decidida.

- Breno, por favor, entenda. Eu não quero te iludir. Esse foi um encontro muito bom, mas precisa ser o último. Podemos ser amigos e colegas de trabalho, mas além disso, não vai rolar.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Vi a decepção em seus olhos, mas também um brilho de compreensão.

- Tudo bem, Roberta. Eu respeito sua decisão, mas também espero que respeite a minha de continuar gostando de você, não vou desistir. 

💭 Ele está se iludindo que vou mudar de opinião.

Caminhamos de volta para o dormitório em silêncio. O ar da noite estava fresco e a lua iluminava o caminho. Quando chegamos ao alojamento dos funcionários, parei em frente à porta.

- Obrigada por tudo, Breno. Foi bom te conhecer melhor. Ele sorriu fraco.

- De nada, Roberta. E saiba que, independentemente de tudo, você sempre pode contar comigo.

Abracei-o com força, sentindo um aperto no coração. Sabia que estava fazendo a coisa certa, mas não deixava de sentir uma profunda tristeza.

Ao entrar no meu quarto, deitei na cama e olhei para o teto. A decisão havia sido difícil, mas necessária. Eu precisava seguir em frente com meu objetivo construir a família que sempre sonhei.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora