🐌 Eu e minha Caracol

80 17 1
                                    

Amanheceu o dia já estava de pé para organizar meu passeio com Elie. Tudo está pronto para este momento. Vou em direção o quarto dos meus pequenos. Ao entrar minha menina ainda está dormindo, procuro por Caio. Escuto barulho no banheiro, ao abrir a porta, ele estava escovando dente.

- Bom dia, meu menino. Ele sorriu com boca suja de espuma.

- Bom dia, mamãe. O que é isso na sua mão? Sorriso se abre no meu rosto.

- Meu vestido e de sua irmã, vamos nos encontrar com duas amigas no shopping. Ele vem ao meu encontro e responde.

- Irei com vocês. Meu pai disse que moças bonitas precisam de proteção. Ele abraça minha pernas.

- Caio, já conversei contigo. Hoje será somente meninas, nada de meninos. Ele faz beicinho.

- Ah, não! Porque somente meninas. Quero ir com você, mamãe. Fico com dó.

Neste momento sinto o cheiro de Diego atrás de mim. Ele faz questão de colar seu corpo ao meu. Cheira meu pescoço e sussurra no meu ouvido.

- Bom dia, minha Betinha. Vem, Caio! Hoje será eu e você. Deixa minha garotas sozinhas.

- Bom dia, Senhor Ribas. Tento ser indiferente.

💭 Minhas pernas estão bambas. Esse cheiro me faz arrepiar.

Caio e Diego descem para café da manhã. Resolvo acordar minha caracol, mas antes tomo um banho rápido e visto o vestido. Margarido é fera, estou me achando neste vestido. Quando saio do banheiro, Elie está acordada com vestido nas mãos.

- Mamãe, este vestido é igual o seu! Eu amei. Ela corre e me abraça forte.

- Hoje é nosso dia! Vem tomar um banho para vestir seu vestido. Ela coloca na cama e corre para o banheiro.

Nunca imaginei sentir tanta felicidade como me arrumar para passar com minha filha. É isso que sinto por mais louco que seja. Vestir e arrumar Elie trazia uma paz dentro do peito.

O dia estava radiante, assim como nossos corações. Eu e Elie estávamos prontas para o nosso passeio no shopping. Usávamos vestidos iguais, um tecido leve com estampa de caracol, a mesma que havia escolhido. Nos pés, tênis brancos adornados com pérolas e nos cabelos, tiaras delicadas, também com pérolas, prendiam nossas mechas soltas.

De mãos dadas, descemos as escadas. Elie estava radiante, seus olhos brilhavam de felicidade. Ao chegarmos à sala, encontramos todos reunidos: Diego, Caio, Verônica, Cláudio, Úrsula, Osmar, Valentino e Ruan. A governanta, D. Abigail, estava com os olhos marejados, emocionada com nossa alegria.

- Estamos bonitas, mamãe? – Elie perguntou, seus olhos fixos em mim. Caio foi o primeiro a responder, com um sorriso largo:

- Vocês são as garotas mais lindas de todo o universo!

Diego, por sua vez, estava tão emocionado que mal conseguia falar. Seus olhos transmitiam um amor tão intenso que meu coração se encheu de alegria. Elie correu para os braços do pai e o abraçou com força.

- É o dia mais feliz da minha vida, papai! Finalmente tenho uma mãe de verdade! Diego sorriu e gesticulou os lábios.

- Muito obrigado! Apenas sorri.

Meu coração quase explodiu de emoção. Ela correu até mim e entrelaçou seus dedos nos meus. Aquele momento era mágico, tudo que sempre sonhei estava se realizando.

Com a ajuda de todos, saímos da mansão e seguimos em direção ao shopping. Aquele dia seria inesquecível. A felicidade de Elie era a minha felicidade. E a certeza de que estávamos construindo uma família feliz e amorosa me dava a força para enfrentar qualquer desafio.

Entramos no shopping de mãos dadas, chamando a atenção por onde passávamos. Elie, toda animada, avistou Júlia e correu para abraçá-la. As duas, vestidas como bonequinhas, pareciam duas bonequinhas. Abracei Carol, a mãe de Júlia, que também estava linda em seu vestido com a mesma estampa da filha.

As meninas queriam muito ir à loja de cosméticos e maquiagem. Expliquei para Elie que crianças não precisam de muita maquiagem, mas permiti que ela escolhesse um brilho labial. Em seguida, fomos para a livraria, onde as meninas escolheram vários livros para lermos juntas. O cinema foi a próxima parada, e a sessão de cinema infantil nos proporcionou momentos de muita diversão.

Depois de um dia intenso, decidimos almoçar em um restaurante próximo. Enquanto saboreávamos a refeição, Carol e eu conversamos sobre maternidade. Ela me contou sobre a adoção de Júlia, revelando que nasceu com uma má formação no útero e, por isso, não podia engravidar. Foi em um casa de acolhimento que conheceram Júlia e sentiram um amor instantâneo por ela.

Confesso que me emocionei com a história de Carol. Quando fui contratada para ser babá, nunca imaginei que desenvolveria um amor tão profundo por Elie. Carol explicou que a ligação entre mãe e filho não se limita ao sangue, mas sim ao coração. Suas palavras me tocaram profundamente.

Compreendi que a conexão entre eu, Caio e Elie era muito mais forte do que qualquer laço sanguíneo. Carol também trabalha na área da educação, quando estávamos indo até o banheiro, encontrei com Mia e Ruan. Elie cumprimentou, senti o olhar dela para mim, mas não dei importância. Continuei conversando com Carol. Após nos despedirmos de Carol e Júlia, Elie e eu decidimos ir ao parque próximo de casa.

Caminhamos de mãos dadas pelas ruas, sorrindo para as pessoas que encontrávamos pelo caminho. Sentamos debaixo de uma árvore e saboreamos sorvetes de chocolate e morango. Elie me olhou nos olhos e disse:
- Mamãe, este é o dia mais feliz da minha vida! Eu te amo muito! Aconcheguei-a em meus braços e respondi:

- Eu também te amo muito, minha filha. Não de sangue, mas do meu coração.

Brincamos no parque até o sol começar a se pôr. Ao final do dia, estávamos exaustas, mas muito felizes. Ao retornarmos para casa, Elie, sem querer, sujou sua roupa com sorvete. Entrou em pânico, com medo de que eu a repreendesse, mas eu apenas sorri e disse que água e sabão tiravam qualquer mancha.

Aquele dia ficou marcado em minha memória como um dos mais especiais de minha vida. A sensação de ser mãe, mesmo que não biologicamente, era indescritível. E a felicidade de Elie era a minha maior recompensa.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora