🪨 Pedras no caminho

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Diego Ribas

Sentado à minha mesa, tentava me concentrar nos papéis espalhados, mas meus pensamentos insistiam em voltar para a noite anterior. Roberta. Seu corpo entregue ao meu, seus olhos brilhando de paixão. Era como se o mundo se resumisse a nós dois naquele momento. Nunca havia me sentido tão completo, tão amado.


Inevitavelmente, comecei a comparar aquela noite com as outras. Com Brigitte, com as outras mulheres com quem havia me envolvido. Sim, havia prazer, mas nunca uma conexão tão profunda, tão verdadeira. Com Roberta, era diferente. Era como se tivéssemos sido feitos um para o outro. Meus devaneios foram interrompidos pela entrada de Ruan e Valentino, meus amigos de longa data.


- Diego, o que houve com você? Tá parecendo que viu um passarinho verde! Exclamou Ruan, notando meu semblante radiante.

- Vi uma linda coruja. Respondi, sorrindo.

Eles vieram me chamar para almoço. Seguimos para o elevador, mas a porta se abriu e Milena entrou. Imediatamente, mudei meu semblante, consciente do desconforto que poderia causar ao falar sobre Roberta na frente dela.
Saímos do elevador e nos dirigimos ao hall do prédio. Milena me chamou para conversar.


- Diego, preciso te dizer uma coisa, começou ela, seus olhos fixos nos meus. Você precisa fazer a Roberta feliz. Ela é a pessoa que mais merece isso na face da terra. E essa é a primeira vez que ela se coloca em primeiro lugar, em vez de cuidar dos outros.


Senti meu coração acelerar. Milena sempre foi como uma irmã para Roberta, e suas palavras me tocaram profundamente.


- Eu desejo muito a felicidade dela. Completou ela, antes de se afastar.


- Por essa não esperava. Valentino observa ela saindo do prédio. Que bicho mordeu ela.


- Elas são verdadeiramente amigas, elas brigam, se afastam, mas se amam. Elas viram as melhores e as piores fases uma das outras, por isso mesmo chateadas consegue desejar bem uma para outra. Ruan ataca de psicólogo.



- Roberta implorou para ela não ser mandada embora, agora compreendo o que Ruan está dizendo. Vamos almoçar!


Depois do almoço, retorno ao trabalho. Minha tia ligou para lembrar-me que ela e as crianças irão viajar hoje à noite para Porto Alegre, para eles conhecerem o tio-avô. Esquece de avisar Roberta. Tento falar com ela, mas não atende. Ligo para D. Abigail e peço para arrumar as malas das crianças.



Entro em uma reunião importante, deixou meu celular em minha sala. Terminamos a reunião, decido convidar Ruan com Mia, Valentino,Luan, Verônica e Cláudio, Osmar e Úrsula para curtir um vinho e carnes. Estou muito feliz com meu namoro. Mais cedo pedi para D. Abigail organizar tudo na área gourmet.

Durante o percurso pensando na atitude de Milena, não vou negar que fiquei surpreso com a atitude de Milena. Sempre a vi como alguém egoísta e fútil, mas suas palavras sinceras me mostraram a profundidade da amizade entre elas.

Aquela conversa me fez refletir sobre a importância de Roberta em minha vida. Precisava cuidar dela, amá-la e protegê-la. Afinal, ela era a mulher que havia me feito descobrir um amor verdadeiro. A turma do escritório entra na minha casa, mal eu sabia o que estava por vim.

Roberta Antunes

Cheguei em casa com Úrsula, exausta depois de passar a manhã e parte da tarde organizando arquivos. A casa estava silenciosa, mas uma sensação estranha pairou no ar. Ao entrar no quarto das crianças, meu coração se apertou. As malas estavam prontas.

Perguntei à D. Abigail porque daquelas malas e onde estavam Caio e Elie, a resposta me deixou atordoada: iriam viajar para Porto Alegre com a tia Judite, para conhecer o irmão do avô paterno.

- Como assim? Quando eles vão? D. Abigail me respondeu.

- Hoje a noite. Betinha. Ela está sem graça.

- Porque Diego não me falou nada. Escuto barulhos vindo da sala.

Diego e seus amigos estão na sala conversando. Desci as escadas, a fúria borbulhando dentro de mim. Encontrei-os na sala, dialogando animadamente. Diego abriu um sorriso ao me ver, mas a felicidade em seu rosto se apagou quando vi a expressão de raiva em meus olhos.

- Quando você decidiu que as crianças iriam viajar para conhecer o tio avô sem me consultar? Perguntei, minha voz firme.

- Liguei para te avisar, mas você não atendeu, Respondeu ele, tentando soar indiferente.


- E quando você iria me perguntar se achava que seria bom para eles encontrarem a família da mãe biológica? Insisti, minha voz cada vez mais alta.

Diego ficou em silêncio.

💭 Ele sabe está errado, que ódio.

- Eu sou a mãe deles, Diego! Exclamei, as lágrimas ameaçando cair. Como pode tomar uma decisão dessas sem me consultar?

- Brigitte é a mãe biológica de Caio e Elie, eu quero ou não. Respondeu ele, sua voz calma, mas firme.

- E isso justifica você autorizar essa maluquice? Indaguei, meus olhos cheios de lágrimas. Ela é uma psicopata que afogou a própria filha e quase matou o Caio! Você acha que ela pode mudar só porque passou o tempo? Psicopata não se cura!

Diego continuou em silêncio, sem saber o que dizer.

💭 Esse silêncio está me matando.

Verônica tenta apaziguar a situação.

- Eles pediram para conhecer as crianças, Betinha! Retruquei na hora.

- Sabe, vocês não percebem que todos da família paterno sabiam que era assassinou a própria mãe e do pai, sabem que ela planejou tudo de caso pensado, ninguém disse nada, de uma hora para outra aparece com dossiê, pelo amor de Deus, acordem eles não são inocentes nisso. Todos trocam olhares.

O silêncio reina na sala. Vejo os olhos de Mia, não tinha percebido sua presença. Minha mente está o mil por hora. Não entendo essa complacência de Diego com essa mulher que se disse mãe biológica de Caio e Elie.

- Talvez você ainda tenha sentimentos por ela? Arrisquei, a voz baixa.

- Isso é injusto da sua parte. Retrucou Diego.

- Tenho certeza! Não tem outra explicação para você ter tanta empatia por um monstro. A todo momento deixando isso óbvio quando envolve Brigitte Hayer, para mim já deu essa conversa, faça como quiser, você é o pai, não sou nada e nem ninguém para opinar.



Sem aguentar mais aquela discussão, subi para o quarto, as lágrimas rolando pelo meu rosto. Imaginar Caio e Elie perto dessa família, me fazia sentir uma dor imensa. Como Diego pode fazer isso comigo? Como podia colocar as crianças em risco?

Depois de algumas horas, eles vieram se despedir de mim, estão com rostinhos amedrontados, conversei bastante com eles, e foi assim que quando saíram do meu quarto, me joguei na cama revoltada com toda situação.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora