🍕 Pizza em família

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Diego Ribas 

A noite de samba havia sido intensa, e a adrenalina ainda pulsava em minhas veias. Coloquei Roberta no carro com cuidado, tentando ignorar os olhares curiosos dos outros frequentadores do bar. 

Enquanto ajustava o cinto de segurança, senti um peso no coração. A noite perfeita estava prestes a ser manchada. Túlio, ex de minha Betinha, surgiu do nada, um sorriso irônico nos lábios.

— Então é você o felizardo que anda saindo com a Roberta? — perguntou, com um tom de zombaria. Ignorei sua provocação e fechei a porta do carro.

— Saindo não, sou namorado dela, algum motivo para te leva a pensar o contrário? – respondi, tentando manter a calma.

— Ah, sei lá. A mãe dela nunca vai aceitar um relacionamento como o de vocês. Ri da sua ingenuidade.

— O nosso amor é mais forte do que qualquer obstáculo, Túlio. Nós fomos feitos um para o outro.

Ele deu de ombros e se afastou, mas não antes de soltar uma última frase:

— Boa sorte com a Dona Márcia Antunes.

Entrei no carro e dei a partida. Roberta estava completamente bêbada, falando coisas sem nexo. Cantava músicas aleatórias, me chamava por outros nomes e até chegou a pedir para que eu ligasse para o Diego Ribas para buscá-la. Não pude evitar de rir.

— Eu sou o Diego, amor. – disse, tentando acalmá-la. Mas ela insistia em que não era ele.

— Não, você não é o Diego! Só vou para casa quando ele chegar.

Quando chegamos à mansão, ela começou a se debater em meus braços.

— Você não é o Diego! – gritou, tentando se soltar.

A beijei, tentando acalmá-la. Ela correspondeu ao beijo, mas logo em seguida começou a chorar.

— Eu traí meu namorado, Diego... Mas você cheira igual a ele... E o beijo... É igual... – murmurou, soluçando.

Peguei-a nos braços e a levei para dentro de casa, sentindo uma mistura de sentimentos. A confusão, a paixão e a culpa se entrelaçavam em meu peito.

Deixei Roberta no banheiro, a água morna escorrendo por seu corpo. A cena era surreal: a mulher que amava, completamente entregue aos meus cuidados, e ao mesmo tempo, tão distante da realidade. Ao terminar o banho, envolvi-a em uma toalha macia e a levei para o quarto. Enxuguei e coloquei sua camisola que ficou no meu closet.

Deitei-a na cama e a cobri com o edredom. Mesmo assim, ela continuava inquieta, murmurando palavras desconexas.

— Diego, não conta para o meu namorado que você me deu banho. Ele vai terminar comigo. E eu... eu o amo tanto, mesmo que seja pouco tempo.

Ri baixinho. A situação era absurda, mas ao mesmo tempo, me causava uma profunda tristeza.

— Por que você bebeu tanto, meu amor? – perguntei, acariciando seus cabelos. Ela abriu os olhos, fitando-me com um olhar perdido.

— Porque estou feliz...pela primeira vez, tenho certeza de que o homem que amo me corresponde na sua totalidade. E vamos construir uma família juntos. Ele me deu dois filhos lindos, agora são todos meus e vivem aqui no meu coração. – ela colocou a mão sobre o peito e fechou os olhos.

Seus olhos se fecharam lentamente e ela adormeceu. Inclinei-me sobre ela e depositei um beijo suave em sua testa. Ajeitei o edredom e saí do quarto.

Fui para o banheiro e liguei o chuveiro. A água quente relaxou meus músculos tensos. Pensei nas palavras de Túlio. Será que ele tinha razão? Será que a mãe de Roberta nunca aceitaria nosso relacionamento?

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora