🖍️ Onde o desenho começa

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Roberta Antunes

Noite do dia anterior...

As crianças ficaram com o pai até horário das atividades da escola e hora de dormir. Preciso passar segurando para não demonstrar o meu medo no escuro. Estou sentada entre as camas, lutando contra meu medo.

- Betinha, termina a história do Cavalo e caracol. Elie pede.

- É verdade, posso terminar hoje. Então vamos:

" Depois de ultrapassarem as pedras escorregadias, o cavalo e caracol caminharam por um longo caminho sozinhos. Esse caminho erra bastante apertado, pois tinha várias trepadeiras espinhosas, algumas os espinhos machucavam o corpo do caracol e também do cavalo, mas ela estavam determinados a seguir em frente até chegar no vale da felicidade.

Não foi fácil a travessia, mas eles continuaram firmes até chegar no final do caminho espinhoso. O caracol estava muito cansado para seguir a viagem. Então buscaram um lugar para descansar, encontraram uma caverna. Ali repousaram até o dia amanhecer. Assim que o sol nasceu, eles foram em busca de água e comida. Encontraram uma macieira repleta de maçãs vermelhinhas, o cavalo não esperou muito, deu coice no tronco, que fez várias caírem no chão. Eles comeram tanto, que suas barrigas estavam explodindo, de repente o gavião se aproximou deles, logo caracol gritou:

Senhor cavalo, foi ele que me contou sobre o vale da felicidade. Cavalo rabugento pergunta para gavião.

- Esse vale existe realmente, senhor gavião? Gavião pousou no chão e afirmou para Caracol e o cavalo.

- Quando chegarem lá, vão saber que valeu a pena, irão até o vale da felicidade.

O gavião preparou seu voo, mas antes ele garantiu que tudo irá valer o sacrifício. Ele voou, deixando o caracol e Cavalo indo em busca do vale da felicidade."

Olho para os lados, meus pequenos estão dormindo tranquilamente. Ajeito-os na cama, saio pela porta do quarto.

- Senhor Ribas, o que está fazendo neste chão. Ele se levanta e me olha nos olhos.

- Adoro a história do Cavalo e Caracol. Não quis atrapalhar. Retruco.

- Compreendo. Preciso ir. Ele segura minha mão.

- Está tudo bem com você? Está suando. Ele coloca a mão na minha testa.

- Não é nada. Preciso ir jantar. Tchau senhor Ribas. Saio do contato das sua mãos.

Ao chegar na cozinha, Breno entrou. Aproximo dele, peço desculpas por não ter ajudado, mas ele me garante que estava bem. Jantamos todos em harmonia na mesa, mas meu coração está pulsando ainda com toque das mãos de Diego Ribas. Vou para meu quarto. Troco de roupa e me deito, logo adormeço.

...

O sono, que antes era um refúgio tranquilo, agora se transformará em um campo minado desse do incidente do sequestro. Mergulhei em um pesadelo profundo, onde a imagem do meu tio Bateco, coberto de sangue, me perseguia. Tentava desesperadamente ajudá-lo, mas criminosos surgiam das sombras, apontando armas para mim. O pânico me consumia. Um disparo ecoou em meus ouvidos e acordei sobressaltada, o coração disparado.

O suor escorria pelo meu rosto enquanto tentava recuperar o fôlego. A imagem do pesadelo ainda me assombrava, e a sensação de angústia era insuportável. Precisava de algo para me acalmar.

Caminhei em direção à cozinha, guiada pela necessidade de um gole d'água. Ao servir o copo, meus olhos se fixaram no reflexo no espelho. A mulher que me olhava de volta parecia frágil e cansada.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora