⚖️🥊 Estou contigo

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Diego Ribas

💭 Como ela pode me imaginar com outra mulher.

Subo as escadas atrás de Roberta. Estou tentando ajudar e cuidar dela, mas não vou tolerar ela decidir com quem devo ficar. Entro no quarto de Roberta.

- Hãããã… era um choro vindo do banheiro.

A raiva que me consumia minutos antes agora se transformava em profunda preocupação. Os soluços de Roberta ecoavam pelo banheiro, cada um mais doloroso que o anterior. Bati na porta com força, mas não obtive resposta. A cada segundo que passava, a angústia me consumia.

Dona Abigail, ao ouvir os meus chamados, entrou no quarto. Suas olhos se arregalaram ao ouvir o choro de Roberta.

- O que está acontecendo, Diego? Sua voz era carregada de preocupação.

- Eu não sei, Dona Abigail. Ela está trancada no banheiro e não responde.

Ficamos ali, ouvindo o choro de Roberta se intensificar. Dona Abigail, com sua gentileza de sempre, disse:

- Deixe-me preparar um chá de camomila para ela. Talvez a acalme.

Assenti com a cabeça e permaneci em frente à porta do banheiro. A cada instante, a situação se tornava mais insuportável. De repente, ouvi um estrondo. Meu coração disparou. Arrombei a porta com o ombro.

Roberta estava sentada no chão, encolhida em um canto. O box de vidro estava em pedaços espalhados pelo chão, e seus pulsos sangravam. Corri até ela e a peguei nos braços.

- O que você fez, Roberta? Minha voz saiu rouca.

Seus olhos estavam inchados e vermelhos. Ela não respondeu. Peguei uma toalha e pressionei contra os cortes em seus pulsos. A visão do sangue me fez tremer.

- Por que fez isso, meu amor? Repeti, minha voz mais suave agora. Ela gritou, o choro abafado.

- Eu não aguento mais! Por que tinha que acontecer isso comigo?

A envolvi em meus braços, tentando transmitir-lhe toda a minha força. Caminhei com ela para meu quarto. Coloquei na cama. Peguei kit primeiros socorros. Graças a Deus era pequenos cortes. Então, olhei nos seus olhos.

- Eu não sei a resposta, meu amor. Mas você é forte, e vai superar tudo isso.

Vesti-lhe uma camisola e ajeitei seu corpo na cama. Deitei ao seu lado e a abracei, acariciando seus cabelos. Seu corpo tremia convulsivamente.

- Por favor, não faça isso de novo. Não sei o que seria de mim sem você, e as crianças? Ela não responde.

Ela se aninhou em meus braços, e aos poucos, seu choro foi se acalmando. Adormeceu em meus braços, como uma criança.

Observei seu rosto sereno enquanto dormia. A dor que a consumia era evidente em cada traço. Prometi a mim mesmo que faria de tudo para que ela se recuperasse.

O relógio marcava as primeiras horas da tarde. A luz do sol adentra suavemente pelo quarto, iluminando o rosto sereno de Roberta enquanto  dormia. Seus lábios entreabertos e as respirações tranquilas me traziam uma falsa sensação de paz. Mas a verdade é que meu coração se partia em mil pedaços ao vê-la tão frágil.

Peguei meu celular e digitei uma mensagem para Vera, minha terapeuta. "Vera, preciso de você. Roberta está muito mal. Pode vir até em casa?" Enviei a mensagem e a guardei no bolso.
A porta se abriu e Dona Abigail entrou com uma bandeja de chá. Seus olhos, carregados de compaixão, se fixaram em Roberta.

- Não gosto de vê-la assim, Diego.

Eu sei, Dona Abigail. É um momento muito difícil e duro para ela. Mas todos devemos ajudá-la a superar isso.

Agradeci a Dona Abigail pelo chá e pedi que me avisasse quando Vera chegasse. Deitei-me ao lado de Roberta e afaguei suavemente seu rosto. Seus olhos se abriram por um instante, mas logo se fecharam novamente. As lágrimas rolaram pelo meu rosto. Como pode alguém tão forte e cheia de vida se sentir tão perdida?

....

Vera chegou em minha casa algumas horas depois, Luan veio com ela. A presença de Vera foi um alívio ao meu coração. Ela ouviu atentamente tudo o que tinha para dizer, oferecendo palavras de conforto e orientação.


- Betinha, nunca atentou contra a própria vida, mas... as lágrimas escorrem no rosto dela.

- Calma, meu amor! Luan abraça Vera.

- A maternidade nunca foi meu sonho principal, mas Roberta sempre desejou. Ela sabia da dificuldade para engravidar, devido à síndrome ovário policístico, mas agora essa notícia está destruindo ela. Vera fala.

- Preciso de ajuda. Não sei se consigo sozinho. Digo buscando apoio.

- Vou ligar para meu irmão e meu pais. Eles precisam saber.

Com sua ajuda, comecei a entender melhor a profundidade da dor de Roberta e a importância de estar ao seu lado nesse momento tão difícil.
A jornada seria longa e desafiadora, mas  estava determinado a ajudar Roberta a se recuperar. A cada dia, um novo desafio, uma nova esperança. E eu, como seu companheiro, estaria sempre ao seu lado, para o que fosse preciso.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora