🏠 Será quê gosto de você?

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Diego Ribas

Estou a caminho da delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Por alguns instantes minha mente volta à noite interior, quando ouve toda a conversa de Roberta com Breno. Ela diferente das mulheres que conhece ao longo da minha vida. Mesmo com sua situação de solteirice, ter uma meta definida para sua vida não é para qualquer pessoa. Cada dia que passa admiro mais Roberta Antunes.

Ao chegar no meu primeiro compromisso do dia, preciso reencontrar com um amigo para mim, mas eu sou um ex-amigo de Diogo Macedo.

A delegacia era um labirinto de corredores frios e paredes descascadas. A luz fluorescente cintilava, criando sombras estranhas que pareciam se mover. Ao chegar à sala do delegado, bati à porta e entrei.

E lá estava ele, Diogo Macedo, sentado atrás da mesa, com um sorriso irônico nos lábios. O tempo havia passado, mas continuava o mesmo: ferido, magoado e arrogante, com desejo de me tirar do sério.

- Diego Ribas, que surpresa! O que o traz até aqui, hein? Mais um dos seus esquemas?

A raiva me subiu à cabeça. Não estava ali para discutir o passado, mas para registrar uma denúncia séria.

- Diogo, preciso que analise essas cartas. Estou recebendo ameaças de morte. Ele levantou uma sobrancelha, fingindo surpresa.

- Ameaças de morte? Que interessante. E quem seria capaz de querer te matar, hein? Será que alguém descobriu seus segredos obscuros? Ignorei a provocação.

- Não venha com essa, Diogo. Eu não tenho segredos de nada e nem ninguém.

- Ah, é? E o que me diz sobre Brigitte?

A menção do nome dela foi como um soco no estômago. A briga que tínhamos tido anos atrás por causa dela ainda deixava feridas abertas.

- Brigitte não tem nada com isso, fora que você não conhece a verdadeira face dela.

- Claro que tem! Você a roubou de mim, lembra? Começo a rir.

- Ela nunca foi de ninguém, mas fica a vontade, pode levá-la para sua casa. A discussão se intensificou.

Revivemos velhas mágoas, acusações e traições. A sala, que antes era apenas um ambiente frio e burocrático, agora se transformava em um ringue de batalha.

- Chega, Diogo! Eu vim aqui para registrar uma denúncia, não para discutir o passado.

- Ah, mas o passado nos persegue, não é mesmo, Diego? E parece que alguém está decidido a te lembrar dele. Ele se inclinou para frente, seus olhos faiscando.

- Será que esse alguém não está mais próximo do que você imagina?

As palavras dele me atingiram como uma facada. Será que as ameaças tinham alguma ligação com o nosso passado? Com Diogo?

A reunião, que havia começado como uma simples formalidade, havia se transformado em um confronto épico. Sabia que essa era apenas o começo. A ameaça de morte era real e precisava descobrir quem estava por trás disso antes que fosse tarde demais. Ele fez a denúncia e recolheu as provas, mas não acredito no empenho dele pa investigar, preciso começar por conta própria.

Só sair da delegacia Eduardo e Breno estão encostando no carro de costa para mim. Escuto Breno dizendo sobre o encontro com Roberta.

- Ela é lindíssima, Eduardo. Pensa em mulher sem frescura, comeu hambúrguer com a mão, ela adora. Ele afirma.

- Breno, acho que ela tem razão, estão buscando coisas diferentes, acho melhor se conformar. Eduardo coloca a mão nos ombros dele.

- Não quero. Vou conquistá-la! Exclamou ele. Resolvo cortar o clima deles.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora