🎈 Não gosto de você

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Verônica me mostra os espaços da casa, até o caminho onde as crianças estão assistindo TV. Ao abrir a porta, me deparo com três figuras com semblante fechado e triste. Caminhamos até eles. Neste momento os olhos deles estão direcionados a mim.

- Betinha. Essa minha cunhada Úrsula casada com meu irmão mais velho. Estendo a mão.

- Prazer senhora Úrsula. Digo. Ela abriu um sorriso fraco.

- Prazer, Roberta. Vocês acabaram de chegar, vou aproveitar para descansar em casa. Se me dão licença. Ela se retira do ambiente.

- Ei, Caio e Elie, sou Roberta, mas podem me chamar de Betinha. Caio está na defensiva.

- Não, gostei de você! Diz olhando para tv.

- Eu também não gostei de você! Ele vira o rosto na minha direção.

💭 Tadinho, preciso jogar no mesmo nível.

- Olha titia, ela não gosta de mim. Verônica sorri entendendo minha estratégia. Olho para Elie.

- Já tomou banho, Elie? Aguardo confirmação. Ela balança a cabeça fazendo sinal negativo. Preciso chegar onde ninguém conseguiu chegar. Estendo a mão em sua direção, digo:

- Posso te ajudar? Você aceita? Ela fica um tempo sem fazer expressão corporal.

Ela simplesmente pegou nas minhas mãos e me conduziu.

💭 Yes! Consegui um passo com a Elie.

Quando estávamos saindo pela porta. Caio com irmão protetor e também como criança curiosa que é, falou para tia:

- Eu vou junto para cuidar da minha irmã. Não gostei dessa nova babá, ela muito chata. Verônica responde.

- Você para com isso, não conhece ela Caio.

Elie conduz até o quarto. No coração da casa, um refúgio encantado aguardava seus pequenos habitantes: o quarto de Elie e Caio. Quando entro no em um espaço aconchegante e lúdico, onde a criatividade reinava e os sonhos ganham vida.

💭 Meu Deus, aqui neste cômodo cabe minha casa, a da Greice e o apartamento do meu irmão tudo junto.

O ambiente era dominado por tons neutros, como branco e bege, que criavam uma sensação de paz e elegância. As paredes, adornadas com pinturas de animais e paisagens campestres, convidam à aventura e à exploração.

Mobiliário moderno e funcional se entrelaçam com toques infantis, transformando o quarto em um playground particular. Duas camas altas em formato de castelo, com escorregador e cabana secreta, garantem horas de brincadeira e fantasia. Armários embutidos, com nichos coloridos e puxadores em formato de bichos, organizam os brinquedos e pertences das crianças de forma lúdica e prática.

Uma mesa de estudos com cadeiras giratórias e uma pequena prateleira de livros infantis, eram fonte de aprendizagem e criatividade. Ali, Caio e Elie desenhavam, pintavam e davam asas à imaginação através de livros e atividades escolares, algumas folhas estavam esparramadas pelo quarto.

Um tapete macio e felpudo, cobria o chão, criando um espaço aconchegante para relaxar e brincar. Almofadas coloridas em formato de animais e nuvens espalhadas pela cama e poltronas convidam ao abraço e à leitura de histórias.

O quarto de Elie e Caio era mais do que um simples espaço físico. Era um universo particular, onde a estava escondido as piores dores da infância deles.

Caio se deita na cama, preciso confortá-lo, para ele expor os motivos que carrega tanta raiva. Então, rapidamente dou um comando a ele.

- Caio, você tem 3 minutos para tomar banho. Digo olhando em sua direção.

- Você não é minha mãe. Não manda em mim. Retruco no mesmo tom.

- Graças a Deus, não gostaria de ser mãe de um menino mal educado. Ele se levanta e responde.

- Não sou mal educado, só não gosto de você. Rapidamente digo.

- Nem eu de você, estamos quites. Ele me olha assustado.

- O que é quites? Escuto risos atrás da porta.

- E quando está tudo no mesmo lugar. Ele começa a tirar a roupa. Elie está me olhando.

💭 No final é acabou seguindo o comando.

Abaixo a altura de Elie, que segura minha mão com força. Abro um sorriso. Aqueles olhinhos tão tristes, estavam tentando dizer algo, mas a boca não conseguia.

- Elie, você tem olhos lindos. Posso tocar no seu corpo, para ajudá-la a tirar sua roupa. Ela confirma balançando a cabeça.

- Eu também tenho olhos lindos! Caio abre a porta do banheiro com sua roupa nas mãos. Elie pega seu pijama e vai atrás

- Não acho. Você é muito resmungão. Vou deixá-los tomar banho sozinho, vou ficar esperando aqui. Ele fecha a porta. Neste momento, Abigail e Verônica entram no quarto, falam baixinho.

- Ele nunca teve alguém para confortá-lo. Verônica ri.

- Essa será uma maneira de aproximar dele. Deixa comigo. Abigail está chorando. Verônica a consola.

As duas saem me deixando sozinha no quarto. Bem devagar abro a porta, cada um está em chuveiro tomando banho. Eles retornam vestidos com pijama, Elie está com a escova de cabelo nas mãos de aproxima de mim.

- Quer que arrume o seu cabelo? Ela confirma suavemente passo a escova, depois amarro com uma bucha de seda. Olho para Caio e pergunto.

- Você deseja que ajude com seu cabelo? Ele me olha e firmemente

- Não. Posso pentear sozinho. Retruco.

- Tudo bem. Agora vamos descer para jantar.

Assim fizemos. A refeição aconteceu de maneira tranquila. Eu e Caio estávamos retrucando um ao outro. Depois de fazer as atividades de casa, eles se deitam na cama. Apago as luzes e mantenho as luzes da luminárias. Me sento entre as camas. Percebo que estão com dificuldade para relaxar. Então começo a cantar a música "Acalanto" de Roberto Carlos. Toda criança gosta de ser ninada no momento do sono. Seguro as mãos de Elie. A letra juntamente com tonalidade suave da minha voz cria um ambiente propício para sono. Logo vejo que eles adormeceram. Ajeito Elie na sua cama, lhe dou um beijo na cabeça. Quando olho para o lado Caio está todo desajeitado, com delicadeza coloco no centro da cama. Coloco o edredom no seu corpo.

💭 Como não amar crianças tão doces. Ele é um garoto tão lindo.

Beijo sua cabeça. Diminuiu as luzes das luminárias. Saio do quarto. A vida de algumas crianças é tão difícil. Observo a grandeza da mansão, e percebo que eles desejam simplesmente ter o amor de uma mãe. Sinto um aperto no peito.

Minha mãe mesmo com os nossos conflitos, tenho recordações de quando ia nos colocar para dormir, sempre cantava canções de ninar para gente. Essa canção era uma delas. Realizo a refeição juntos com os demais colaboradores. Quando Abigail me levou até o meu quarto. Era grande, espaçoso, confortável e com banheiro. Organizo minhas coisas no armário embutido. Depois do banho, ao me deitar adormeço com tranquilidade. Com um único pensamento. Como ajudar as crianças Ribas.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora