☀️ Nossa brincadeiras

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Nove dias depois...

Fazia mais de uma semana que eu estava trabalhando como babá para Elie e Caio Ribas. A vida deles não era fácil desde que a mãe os abandonou, me esforçava para criar um ambiente acolhedor e divertido para eles, mas Caio ainda tinha momentos de algumas crises quando era contrariado.

Todas as tardes, no caminho de volta da escola para casa, fazíamos uma parada no parque. Era um momento de descontração e alegria, onde as crianças podiam correr, brincar e esquecer dos problemas por um tempo, eu estreitava minha relação com eles. Hoje resolve preparar uma simples atividade, separei três caixas de papelão e fui buscá-los.

Naquela tarde, fiquei abraçadas com as caixa desmontadas e tinha algo especial em mente. Ao chegarmos no parque, peguei um dos três pedaços de papelão e comecei a escorregar na grama do pequeno morro que havia lá. Caio e Elie me observavam sem entender nada, então os chamei para se juntarem a mim.

- Vem crianças, vamos escorregar. Eles sempre tão limpinhos, ficaram sem entender.

- Vou me sujar. Caio falou. Retruquei.

- Essa é minha intenção. Vou ensinar. Devido aos regadores automáticos, estava um pouco úmido, assim me ajudam no objetivo.

No começo, eles hesitaram, mas logo se contagiaram pela minha empolgação. Escorregamos juntos na grama, rindo e gritando de felicidade. Foi um momento mágico, que nos uniu ainda mais. Damos as mãos e descemos com velocidade. Eu gritei:

- 1, 2, 3, 4 e 5. Uhuuuu! Falamos juntos.

Nossos corpos giravam no papelão, enquanto o sorriso era estampados no rosto, ao terminar me deito na grama, está no final da tarde o céu ainda estava azul e com nuvens brancas. Elie logo se deitou no meu braço esquerdo. Caio ficou sentado me olhando, então fez um sinal com a cabeça, correndo se aconchegou no meu outro braço.

- Olha, crianças aquela nuvem parece um coelho. Elie dá gargalhada.

- Aquela parece algodão doce. Caio aponta.

- Verdade. Vocês se divertiram? Elie levanta o dedo polegar e neste momento beija minha bochecha.

- Você brincava com sua mãe? Caio pergunto.

- Na realidade pensando aqui, não! Mas tinha coisa que sempre fazíamos juntos com ela, era super divertido.

- O que? Caio estava intrigado.

- Ela fazia bolo de chocolate comigo e meus irmãos, era super divertido. Vocês já cozinharam?

- Nunca. Caio respondeu. Elie me cutucou. E apontou para mim. Compreende na hora.

- Vocês querem cozinhar comigo? Elie confirma. Então, qualquer dia, vamos fazer algo bem gostoso juntos, está bom?

- Epá, vai ser muito legal. Caio comemorou. Foi muito legal, Betinha! Foi a primeira vez que me chamou assim. Que flor essa no seu braço. Ele apontou para minha tatuagem.

- É um girassol. Me sento na grama, coloco no meu colo. Sabe o significado dessa flor?

- Não, o que significa? Caio pergunta. Elie parece ansiosa para ouvir.

- Os girassóis significam FELICIDADE. Muito legal!

Nós ficamos em silêncio. Chegou a hora de voltar para casa, estávamos todos sujos e cansados, mas com o coração cheio de alegria. Aquela tarde no parque havia sido um verdadeiro divisor de águas na nossa relação. A partir daquele dia, tenho certeza que as brincadeiras se tornaram ainda mais especiais, e a nossa amizade vai se fortalecendo cada vez mais.

Embora a vida dos irmãos Ribas ainda fosse marcada pela tristeza da ausência da mãe, a nossa união e a alegria das brincadeiras nos ajudavam a superar os momentos difíceis. E eu, Roberta, me sentia cada vez mais orgulhosa de poder fazer parte da vida deles e contribuir para a sua felicidade.

Enquanto isso, em Porto Alegre....

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora