💗 As evidências

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Diego Ribas

Horas antes...

Cheguei ao hospital com o coração disparado. Horas se passaram desde que deixei Roberta, sozinha como ela pediu. A culpa me corroía por dentro. Caio e Elie, meus pequenos, me seguiam, os olhinhos cheios de esperança e medo.

O quarto estava vazio. A enfermeira, ao ser questionada, me contou que ela havia implorado para ter alta. Sem condições de arcar com as despesas, preferiu ir embora. A notícia me deixou perplexo. Roberta, uma mulher forte e determinada, nunca se entregaria assim.

As crianças, ao ouvirem a notícia, se desesperaram. Elas haviam visto o sequestrador bater em Roberta e agora a viam como uma vítima frágil. Caio, me perguntou se Betinha estava bem. Elie, apenas chorava, agarrado à minha perna.

Liguei para o celular dela, mas não atendeu. Recusou ligação e o celular foi desligado. A cada segundo que passava, a angústia aumentava. Não conseguia entender o porquê tinha desaparecido assim, sem deixar nenhum rastro.

Retornamos para casa, um ninho vazio. A ausência dela era sufocante. As crianças se refugiaram no quarto, buscando conforto em seus brinquedos. Eu, sozinho na sala, tentava decifrar o enigma que era a vida que me desafiava  naquele momento.

💭 Onde você está? Por que? Será que desistiu?

As perguntas ecoavam em minha mente, sem encontrar resposta. Sozinho enquanto observo o jardim da sala. Escuto passos vindo pelo corredor de entrada. Com coração cheio de esperança, caminho até lá, mas era Ruan. Minha frustração está estampada no meu rosto.

- Pensou que era Roberta? Ele me pergunta. Neste momento dona Abigail passando em direção a cozinha.

- Abigail, vou para o escritório, preciso conversar com Ruan, não quero ser incomodado, por gentileza. Digo.

Ao chegar no escritório, estou com o coração apertado, preciso desabafar o que estou reprimindo dentro de mim. Me sirvo de uísque e me sento na minha cadeira.

O escritório, normalmente um lugar de negociações e decisões estratégicas, se transformou em um refúgio para desabafar. Sentado diante de Ruan, meu melhor amigo, senti um peso enorme saindo de meus ombros a cada palavra dita.

- O que está acontecendo com você, meu amigo. No hospital estava muito nervoso, não consegui expressar direito.

- Será que ela foi embora para sempre? Porque não atendeu minha ligação e deixou o hospital sem nenhuma explicação.

- Dê um tempo a ela, você escutou a amiga dela dizendo que sobre a situação da infância que a traumatizou. Meu amigo argumenta.

- Ruan, não sei mais o que fazer. Esses últimos três meses foram um turbilhão de emoções que não consigo controlar. Tentei reprimir, mas é mais forte do que eu. Confessei, sentindo minhas bochechas esquentarem. Comecei a explicar como tudo começou.

- Comecei a me sentir atraído por Roberta de uma forma que nunca imaginei. O ciúme que senti quando o segurança a convidou, a alegria de vê-la dispensá-lo, tudo isso começou a surgir dentro de mim. Ruan começa a rir.

- Percebi no dia do casamento da Verônica, quer dizer até nossos amigos notaram seu desconforto.

- No início tive desconforto vendo todos dizendo o quanto era especial, mas quando comecei a ter sensação de paz ao chegar em casa e dançar com ela e as crianças... Tudo isso me fez perceber que estava equivocado de não perceber o quanto era especial. Ruan retruca.

- Ela é mais que especial. Tudo que você desejou ver em Brigitte, você viu na Roberta. Uma mulher que se comportava como sempre desejou.

- A sinceridade dela, a forma como me trata sem bajulação ou querer algo em troca, a maneira como todos gostam e interagiam... Tudo isso me encanta, Ruan. Ele sorri.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora