🖍️ Natal perfeito

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Sentada no sofá, ao lado de Diego, observava as crianças. Quando Douglas e Luana entraram apressados, minha mãe pediu para todos se sentarem. O clima era tenso, sentia um nó na garganta. Fiz um sinal discreto para o meu pai, que brincava com as crianças na mesa da cozinha, perguntando-lhe com os olhos o que minha mãe pretendia. Ele apenas levantou os ombros, demonstrando estar tão confuso quanto eu. Decidi quebrar o silêncio.

- Mãe, o que a senhora quer falar com a gente?

Minha mãe respirou fundo e começou a contar sua história. Falou sobre uma infância difícil, marcada pela pobreza e pela perda da irmã, Maria. Ela revelou que Maria havia se apaixonado por um homem branco e rico, mas que a família dele não aceitava o relacionamento por causa da cor de pele dela. A dor da perda da irmã, somada ao vício do meu avô, havia deixado profundas cicatrizes em sua alma.

- Minha família foi destruída pelo preconceito. Eu não quero que vocês sofram o mesmo, disse, as lágrimas rolando pelo rosto.

- Mãe, nem todos são iguais, respondi, segurando a mão de Diego. Ela olhou para nós dois e disse:

- Hoje de manhã, quando vi a determinação daquelas duas crianças em me convencer a aceitar vocês, percebi o quanto eu havia projetado em vocês toda a dor que carregava dentro de mim. Confessa que fiquei surpresa com suas palavras.

- O que as crianças fizeram, mãe? Ela sorriu.

- Elas trouxeram pitangas e um contrato de permissão, agora um contrato vitalício de amor, ela respondeu, chorando.

Meu coração se encheu de alegria. Peguei o anel que Diego me deu e mostrei para minha mãe. Ela sorriu e pegou o contrato que as crianças haviam feito.

- Diego, você educou muito bem esses dois anjos, disse, olhando para ele com respeito. Eu não tenho nada contra ti, mas não posso negar que ainda estou de olho em você. Se machucar, magoar ou desrespeitar a minha filha, eu vou até Bauru e arranco sua cabeça!


- Mãeeeeeee. Exclamei. Diego finalmente sorriu.

- Obrigada. A senhora também educou muito bem seus filhos, principalmente a mulher que amo.

- Assim espero. Assinei o contrato e vou mandar fazer uma moldura para esse contrato, vou pendurar aqui na sala.

Apesar da ameaça, senti um grande alívio em suas palavras. Ela estava nos dando sua bênção. Me levantei e fui na sua direção.

- Mãe, eu te amo muito, disse, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Minha mãe me abraçou forte e pediu perdão por ter sido tão dura comigo.

- Nunca duvide do meu amor por você, filha, ela sussurrou.

Em seguida, ela se virou para Vera e pediu para que ela ligasse para o namorado e a sogra, convidando-os para o almoço.

Eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Finalmente, depois de tantas discussões, tive a aprovação da minha mãe. E o mais importante, tinha a certeza de que estava construindo uma família feliz e amorosa.

- Vocês estão com raiva ainda, mamãe? Elie perguntou da porta da cozinha.

Eu e Diego fomos ao encontro deles. Peguei minha menina no colo, enquanto Diego pegou o Caio.

- Nunca mais podem sair sem avisar a mamãe, eu amo vocês. Beijei o rosto dela e depois de Caio. Diego disse.

- Eles conseguiram a conciliação do ano, esses mini advogados. Minha mãe riu enquanto mexe na cozinha.

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⏰ Última atualização: 10 hours ago ⏰

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