🖍️ Amolecendo o coração de pedra

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Dona Márcia

Eles estão devorando panquecas com mel e copo de leite quente com achocolatado. Minha sogra sempre dizia que deveríamos ser como crianças. A coragem de enfrentar um desafio para pedir a minha permissão para deixar minha filha se casar com pai deles, me deixaram de queixo caído.

💭 Aquele branquelo está afastando minha menina de mim.

Eles são realmente lindos. Lembro o dia que minha filha ligou chorando para contar as maldades que mãe biológica fez com eles. Imaginar uma mulher torturando fisicamente os próprios filhos, faz meu sangue esquentar de raiva. Eles estão sentados em minha frente, horas nenhuma agiram como arrogância ou desdém da casa simples, foram respeitoso e educados e realmente demonstram amar minha filha.

💭 O branquelo educou as crianças direito.

- Conta para vovó Márcia o que vocês mais amam na minha Betinha. Caio logo respondeu.

- Eu amo a pele e os cabelos dela. E a mulher mais linda que já vi, por isso ela tem que ser minha mãe. Retruco imediatamente.

- Ela se parece comigo, então também sou linda? Ele responde.

- Sim, a vovó mais bonita. Eu nunca tive uma vovó. Ele exclamou, meus olhos estão marejados. Elie continua comendo.

- E você, Elie. O que mais ama em minha Betinha?

- Eu amos os braços dela. Ela responde diretamente. Fico confusa. Retruco.

- Por que os braços dela? Ela para de comer e olha com seus olhinhos azuis para mim.

- E lugar onde não sinto medo e escuto o coração dela bater por mim, quando ela me abraça. Ela me ama, não é vovó?


💭 Aí, que fofura, meu Deus!


- Com certeza, Betinha ama vocês. Soube disso no momento em que ela retornou para casa depois de conhecê-los . Aqueles olhos pretos como carvão não conseguem negar quando amam alguém. Obrigada, por amarem e cuidarem da minha menina. Caio ficou em pé na cadeira e gritou:

- Você dá permissão para minha mãe se casar com meu pai? Elie com boca cheia, arregala os olhos aguardando uma resposta.


- Tá bom, vou assinar o contrato de permissão. Com uma única condição. Caio pergunta.


- Qual é a nova cláusula do contrato. Começo a rir.

- Menino, espero que seja um advogado quando crescer. A nova cláusula é: sempre amar minha filha, pode ser? Elie responde.


- Essa eu sei, contrato vitalício de amor, Caio. Ele grita.

- Verdade, mana. Contrato fechado, vovó Márcia. Pode assinar. Vou escrever essa nova cláusula e escrever contrato vitalício do amor.


- Gente, tem razão Roberta amá-los. Aperto as bochechas deles.


Eles fazem assinar o papel com escrita com alguns erros, mas cheio de amor pela minha filha. Eles dizem que vovô Alcides vai assinar de boa o contrato vitalício de amor. Neste momento escuto passo descendo as escadas. Era minha Vera.


💭 Ela também merece ser feliz.


- Mãe, o que a senhora faz em pé tão cedo, em pleno dia 25 de dezembro. Quando ela entra na cozinha


- Estou conversando com meus netos, posso? Ela sorri.


- Lógico, mas esqueceu que sua filha deve está preocupada com eles. Dou um pulo da cadeira.


- Meu Deus, esquece de ligar para ela, avisando que eles estão aqui.  Ela vai infartar. Vera pega o celular e responde.



- Com certeza já infartou. Vamos ter velório em pleno natal.

- Cala boca, Vera! As crianças escutaram, sua louca. Ela retruca.


- Herança da família materna. Ela com celular no ouvido.

Algumas horas antes…

Acordo com a luz do sol entrando pela janela e sinto o calor do corpo de Diego ao meu lado. Sorrio, observando seu rosto sereno enquanto dorme. Me levanto com cuidado para não acordá-lo e vou direto para o quarto das crianças. A cama está vazia. Meu coração dispara.

Corro para a sala e vejo os desenhos que eles fizeram com o kit que dei de presente. Um sorriso involuntário surge em meus lábios, mas logo se desfaz quando percebo que eles não estão ali.

Começo a procurar por toda a casa, abrindo armários, olhando embaixo das camas. Nada. O pânico começa a tomar conta de mim.

Quando abro a porta dos fundos, meu coração parece parar. O portão está aberto! Corro de volta para a casa e encontro Diego ainda dormindo. Sacudo-o com força, as lágrimas rolando pelo meu rosto.

- Diego, as crianças sumiram! Ele se levanta de um pulo, a expressão de susto tomando conta de seu rosto.

- Já procurou por toda a casa? Ele pergunta, a voz carregada de preocupação.

- Sim, por toda parte! Tenho certeza que eles saíram! O portão estava aberto! Diego se veste rapidamente e me olha com firmeza.

- Vamos procurar por eles. Não se preocupe, vamos encontrá-los.

Saímos correndo pela rua, procurando em cada esquina, em cada viela. Perguntamos para os vizinhos, para as pessoas que encontramos na rua, mas ninguém tinha visto as crianças.

💭 Isso é culpa minha. Se não tivesse trazido eles para cá.

O desespero me consumia. A cada minuto que passava, a culpa me corroía por dentro. Se algo acontecesse com Caio e Elie, nunca me perdoaria.

- Diego, é tudo culpa minha! Se não tivesse trazido vocês para cá, nada disso teria acontecido! Exclamei, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Diego me abraçou forte.

- Não diga isso, amor. Isso não é verdade. Vamos encontrar eles, pode ter certeza.

Continuamos a procurar, percorrendo todas as ruas próximas. Chegamos à praça onde costumava brincar quando era criança. Perguntei em todos os comércios, mas ninguém tinha visto Caio e Elie.

💭 Isso é torturante. Parece uma eternidade.

- Vou ligar para a polícia. Disse Diego, com a voz embargada.

- Por favor, Diego, faça isso rápido! Implorei.

Enquanto ele ligava para a polícia, me sentei em um banco da praça e comecei a chorar desesperadamente. Me sentia a pior mãe do mundo.  De repente, meu celular tocou. Era a Vera. Atendi a ligação tremendo.

- Vera, as crianças... – comecei a falar, mas ela me interrompeu.

- Calma, Roberta. Eles estão aqui em casa. Vieram me fazer uma visita para mamãe.

Desliguei o telefone e contei para Diego. Senti um alívio imenso, mas também uma enorme raiva. Corremos para a casa dos meus pais. Ao entrar, vi Caio e Elie brincando com o meu pai. Senti vontade de gritar com eles, de repreendê-los por me fazer passar por aquele susto. Mas quando vi a expressão de preocupação no rosto da minha mãe, me contive.

- Roberta, você não pode brigar com eles. Minha mãe disse, olhando com firmeza. Já os repreendi, por favor. Dessa maneira vai assustá-los.


💭 Agora está defendendo as crianças.

Sentei no sofá, ainda processando tudo o que havia acontecido. Minha mãe pediu para que Diego se sentasse também.


- Preciso conversar com vocês. Disse ela, com a voz séria. Senti um frio na barriga. O que ela ia dizer?

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora