🌻 Em busca da minha felicidade

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Roberta Antunes

Três dias antes....

A noite havia se arrastado e a madrugada me pegou desprevenida. Perdi o ônibus para Bauru e a ideia de não poder levar as crianças para a escola me deixava inquieta. Entrei na mansão e fui recebida por dona Abigail com seu sorriso caloroso. Tomamos café e conversamos sobre o final de semana, enquanto me deliciava com os biscoitos de nata que havia preparado especialmente para a minha família.

💭 A receita deu certo. Dona Maria me ensinou direitinho.

Subo para meu quarto, sentindo um misto de alívio e ansiedade. Ao abrir a porta, me deparei com um vaso de girassol amarelo vibrante e dois bilhetinhos. Um era dos meus pequenos, dizendo que sentiram minha falta e que me amavam muito. O outro era de Diego. Seu traço firme e a letra elegante me derretiam por dentro. Ele escreveu que estava morrendo de saudades e que mal podia esperar para me ver. As crianças, com sua inocência, haviam escolhido o girassol, minha flor preferida.

Sentei-me na cama, os bilhetes nas mãos, e um sorriso bobo se espalhou pelo meu rosto. Não conseguia acreditar que estava vivendo tudo aquilo. Um dia, eu era apenas a babá, e agora, estava completamente apaixonada pelo homem da casa e sendo amada por todos.

As palavras de Diego ecoavam em minha mente: "Mal posso esperar para te ver e te beijar". Senti meu corpo aquecer e um rubor tomar conta das minhas bochechas. Era como se estivesse vivendo um sonho.

Deitada na cama, observando o girassol que me trazia tanta alegria, me senti completa. Finalmente, estava encontrando a felicidade que tanto buscava. E, por mais que a vida reservasse desafios, sabia que, com Diego ao meu lado, poderia enfrentar qualquer tempestade.

A tarde estava radiante quando fui buscar Caio e Elie na escola. Ao me verem, os dois vieram correndo em minha direção, me envolvendo em um abraço apertado. Caio, com aquele seu jeito extrovertido, me deu um beijo no rosto e disse:

- Mãe, que saudade eu estava de te beijar! Elie, mais reservada, simplesmente se agarrou a mim, sem querer me soltar.

Estávamos caminhando tranquilamente quando Elie, de repente, se soltou de mim e correu em direção a uma amiguinha. Logo em seguida, voltou correndo até mim, puxando a mãozinha da amiga.

- Mamãe, essa é a Julinha, minha melhor amiga. Julinha, essa é a minha mãe, Roberta.

A pequena Júlia era adorável, com seus olhos brilhantes e seus cabelos crespos cor de mel. Sua mãe, Carol, era uma mulher simpática e sorridente. As meninas estavam combinando de fazer um passeio com as mães no final de semana. Que ideia mais encantadora!

Ao chegarmos em casa, a tarde seguiu tranquila. Nada melhor do que passar um tempo com as crianças, brincando e aproveitando o sol. Como havia prometido, coloquei minhas roupas de banho e fomos para a piscina. A alegria dos meninos era contagiante, e eu me sentia a mulher mais feliz do mundo.

Quando a noite chegou, arrumei o jantar e coloquei as crianças para dormir. Eles estavam com pijamas de algodão por causa do calor. Elie se ajeitou na cama e Caio fez o mesmo.

- Mamãe, pode terminar a história do Cavalo Selvagem e do Caracol. Elie me falou enquanto me sentava no chão entre as camas.

-Verdade, não terminei essa história, então vamos lá! Caio comemorou.

- Ebá! Quero saber o que aconteceu com eles.

"Depois da fala do senhor Gavião, o Cavalo Selvagem e Caracol resolveram se aproximar da grande montanha de pedras, para eles era uma muralha sem fim. O medo os dominava de tal forma que seus corpos tremiam, mas o caracol resolveu assumir o controle da situação.

- Vamos, Cavalo selvagem é a nossa felicidade. Caracol retrucou.

- Estou com muito medo, não quero me machucar. O caracol paciente respondeu.

- Precisamos ir mesmo com medo. Corremos o risco de se machucar mesmo parados aqui. São esses desafios que nos fazem crescer.

Uma onda de entusiasmo invadiu o Cavalo Selvagem, que colocou o caracol no seu lombo.

- Se segura, Caracol! Ele relincha, levantando as patas da frente.

Ele de maneira forte começa a galopar subindo pelas pedras. Em alguns momentos eles desequlibravam, mas continuavam a subir, assim, finalmente chegaram no topo. Eles observaram toda a planície da floresta. O senhor Gavião o guardavam.

- Vejam, a felicidade está onde nós encontramos. Essa é a nossa felicidade!

Eles ficaram admirando a paisagem na frente deles. Todos os detalhes do lugar que eles chamam de lar. Eles desceram dali impactados do todo lugar onde viviam. Entenderam que a felicidade deve estar dentro de nós. Fim."

- Muito linda essa história, mamãe! Caio falou adormecendo. Elie me olhava com lágrimas nos olhos.

- Você é minha felicidade, mamãe! Responde.

- E você a minha. Acaricie seu rosto. Ficamos assim até ela dormir.

Depois de ler a história, os beijei bem forte. Adormeceram, tranquilas e felizes. Ao sair do quarto, caminhei até o seu aposentos, infelizmente ainda não tinha chegado.

💭 Esse homem está demorando muito. Será que é saudades que estou sentindo?

Rindo de mim mesma. A espera por Diego estava me deixando um pouco ansiosa. Ele nunca havia demorado tanto para chegar em casa. Resolvi esperá-lo na garagem. Sentei-me na escada e fiquei perdida em pensamentos. Será que havia acontecido algo? Comecei a ficar preocupada e adormeci.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora