Domingo de manhã…
Diego Ribas
O sol rabiscava a janela, anunciando um novo dia. Abri os olhos lentamente e vi Roberta dormindo tranquilamente ao meu lado. Seus lábios entreabertos e a respiração leve me transmitiram uma paz que não sentia há muito tempo. Delicadamente, me levantei da cama e fui até o banheiro.
Ao me olhar no espelho, percebi o quanto minha vida havia mudado nos últimos dias. A paixão por Roberta havia me transformado de uma forma que nunca imaginei. Voltei para o quarto e a observei mais uma vez. Tinha que conversar com sua mãe. Precisava convencê-la de que meu amor por ela era sincero e que nós dois iríamos construir uma família feliz.
Sai do quarto e fui até os aposentos de Verônica. Ela demorou um pouco para abrir a porta, mas quando me viu estava surpresa.
- Verônica, poderia cuidar da Roberta enquanto eu sair? Preciso resolver algumas coisas. Ela sorriu e assentiu.
- Claro, irmão, pode ir tranquilo. O mantenho informado. Agradeci e pedi um carro por aplicativo.
A viagem até o Jardim Leblon levou alguns minutos, mas a tensão crescia a cada minuto. Ao chegar em frente à casa de Roberta, bati na porta. Dona Márcia apareceu na porta, sua expressão mudando drasticamente ao me ver.
- O que você quer aqui?, perguntou ela, fria.
- Preciso conversar com a senhora, respondi, tentando manter a calma.
Ela me convidou para entrar e nos sentamos na sala. A casa estava silenciosa, e o clima era pesado. Dona Márcia me olhava com desconfiança.
- O que você quer de mim?, perguntou ela, secamente.
- Eu amo sua filha, Dona Márcia. Ela é o amor da minha vida e quero construir uma família com ela. Ela riu, uma risada amarga.
- Não acredito em suas palavras. Conheço bem esse tipo de história. Retruquei imediatamente.
- Não sei qual história a senhora conhece, mas a minha com Roberta será diferente. Estamos construindo algo forte e verdadeiro. Ela gritou comigo.
- Você está usando minha filha! Ela é muito ingênua, não percebe que só quer brincar com ela.
- Roberta não é ingênua! Ela é inteligente e sabe exatamente o que quer. E ela me ama e eu a ela.
- Mentiroso! Quando sua família te pressionar, vai abandoná-la, vai partir o coração dela.
- Minha família ama a Roberta. Ela estava irada.
💭 Existe alguma história por trás de tanto julgamento.
- Não sei qual conversar, usou para convencê-la, seu burguês de merda!
- Apenas a amei pelo o que ela é, D. Márcia.
A discussão se acalorou e, no fim, Dona Márcia me expulsou de casa.
- Não vou deixar minha filha ficar com você, seu burguês de merda! Bateu a porta. Retruquei.
- Eu amo a sua filha! Caminhei até o portão.
Ao sair, me deparei com Hugo, o ex- noivo de Roberta.
💭 Junta esses defuntos que insiste em aparecer na vida de Roberta.
Ele me olhou com desprezo e perguntou com deboche estampado na sua cara.
- Problemas com a sogrinha? Ele ria da situação.
- Não é da sua conta, respondi, tentando ignorá-lo. Começo a caminhar.
- Ah, mas é sim! Logo a sua história com a Roberta vai acabar. Ela é minha! Furioso, agarrei Hugo pela camisa.
- Não se meta com Roberta! Ele segurou a minha blusa.
- Betinha, é minha! Eu vou tirá-la de você, burguês de merda!
Uma briga se iniciou, mas fomos interrompidos por Douglas, o irmão mais velho de Roberta. Ele nos separou e expulsou Hugo da casa.
- Calma aí, rapaz, disse Douglas, se dirigindo a mim. Some daqui, Hugo! Ele estava com nariz sangrando.
- Não terminei contigo, Ribas! Roberta é minha! Eu grito.
- Cala boca, seu infeliz. Ela não é sua propriedade. Douglas caminha até ele.
- Hugo, some daqui. Minha irmã não é nada sua! Vai, enquanto estou com paciência. Hugo somente do nosso campo de visão. Ele se vira para mim e se apresenta.
- Sou Douglas, irmão da Roberta. Ela me falou muito bem de você, descreveu perfeitamente. Estende a mão.
- Desculpa a cena. Diego Ribas, ao se dispor. Ele segurou firme minha mão.
- Vem, vamos tomar uma café na padaria. Caminhamos poucos metros em silêncio.
Sentamos em uma das mesas do estabelecimento e expliquei o motivo da minha visita que Roberta está sofrendo. Douglas me ouviu com atenção, parecia compreender bem a situação.
- Sinto muito pelo que aconteceu. Minha mãe é um pouco... protetora, deseja controlar nossas escolhas, disse ele, sorrindo sem graça.
Contei sobre a conversa com Dona Márcia e sobre o encontro com Hugo. Douglas me olhou com compaixão. Ele respirou profundamente.
- Roberta, nunca desobedeceu minha mãe dessa maneira. Não se preocupe. Minha irmã te ama de verdade. D. Márcia não é fácil de convencer, mas com o tempo, vai entender, até porque eu, minha irmã Vera e meu pai vamos apoiar vocês.
- Agradeço a confiança. Eu amo sua irmã, ela mudou nossas vidas, desse do dia que entrou na minha casa. Ele sorriu.
- Betinha, tem esse poder. Em nossa família ela é o elo mais forte. Neste momento vai ser difícil, precisa estar com ela, pois vai sofrer com ruptura com minha mãe. Sugiro que leve um pedaço daquele bolo e aquele salgado, vão ajudar por enquanto.
- Muito obrigado, não sei como agradecer o apoio. Douglas me olha.
- No próximo final de semana, teremos um evento familiar da minha igreja em Bauru, vai você e minha irmã com as crianças. Vou tentar levar meus pais, assim vamos construindo uma aproximação.
- Será um prazer. Pode me passar seu contato? Ele sorriu.
Aquele encontro me deu uma nova esperança. Talvez, com a ajuda de Douglas, conseguisse conquistar o coração de Dona Márcia e construir uma família ao lado de Roberta.
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Meu amor de giz
RomanceRoberta Antunes sempre viveu uma vida cheia de desafios. Não ter admiração da mãe, enfrentar o preconceito das pessoas e enfrentar a ingratidão daqueles que se dedicou a ajudar, podem ser motivo para desistir, mas para ela tudo é motivação para cont...