☔ Ela se afastou

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Encontramos Úrsula e Samuel na porta da ONG. Ao me aproximar, percebo o quanto estão mobilizados no novo projeto da D. Úrsula. Sabia que, pessoas como eles, podem fazer a diferença no mundo. Eles finalmente notam minha presença, Dona Úrsula está com semblante alegre e leve, tenho certeza que sua decisão está tomada. Samuel com sorriso, logo pergunta.

- O que é isso na sacola? Retruco imediatamente.

- Senhor José, mandou para você. Ele disse que está devendo uma visita. Ele pega a sacola.

- Ele sabe bem o que gosto do Tamanduá. D. Úrsula indaga.

- Tem sacola para a gente, Betinha? Abro um sorriso.

- Com certeza, está garantido nossos recursos. Todos damos gargalhadas.

- E hora de ir, Betinha. Samuel fico te aguardando na sexta-feira lá em Bauru. Vou conversar com meu esposo, assim posso iniciar minha nova jornada. Ele sorri e responde.

- Com certeza, Úrsula. Pode contar comigo. Roberta, posso conversar com você. Caio segura minha mão.

- Pode falar, não tem segredo com eles. Respondo.

- Então, vamos lá. Como vou até Bauru, seria possível a gente ir ao encontro novamente. Minha mente bug neste momento.

- Aham, nossa... com certeza. Fico aguardando na sexta-feira. Úrsula sorri, Caio fica calado, mas com o rosto fechado.

- Ótimo, até sexta. Ele aperta minha mão e abre um sorriso. Entramos no carro.

Retornamos a Bauru. Caio adormeceu no meu colo. Estou refletindo sobre o cavalo selvagem, não adianta tentar modular a nossa natureza. Assim, é a minha vida, não posso me iludir com essa paixão por Diego Ribas. Ele não pertence ao meu habitat, preciso encontrar alguém da minha origem

Quando chegamos na mansão Ribas, Elie estava esperando com um rostinho fechado. Estava com o pai.

- Porque não me levaram, tia Úrsula. Ela está com os braços cruzados.

- Querida, não deu tempo para buscá-la, mas em outra oportunidade você vai nos acompanhar. Ela abraça ela.

Caio adormeceu profundamente. Estou com ele no colo. Diego me olha de maneira intensa. Preciso voltar para minha realidade, Mia está certa aqui não meu lugar. Ele se aproxima.

- Betinha, pode me dar ele. Eu entrego para braços de Diego.

- Se me dão licença. Caminho para dentro da mansão.

Subo as escadas e entro para o quarto. Começo a recolher meus objetos e coloco na mala. Depois de tudo no lugar, abro a porta e Diego e Elie estão ali parados.

- Onde você está indo, mamãe? Elie pergunta.

- Elie, Roberta já explicou que não sou sua mãe. Me chame de Betinha minha querida! Acariciou sua bochecha. Vou retornar para meu antigo quarto lá no dormitório, tá bom.

- Roberta, a gente já tinha conversado. Diego retruca.

- Foi uma decisão errada, aqui não é meu lugar. Se me dá licença.

Caminho pelo corredor. Não olho para trás, preciso retornar ao controle da minha vida. Não vou me iludir com uma paixão impossível.

Diego Ribas

Elie está triste com a resposta da Roberta. Ela colocou um abismo entre ela e as crianças. E a primeira vez que isso acontece. Ainda decidiu voltar para o dormitório.

💭 Achei que estava construindo uma relação com ela, mas parece em poucos horas tudo se desconstruiu.

A casa estava silenciosa, a única luz emanava do abajur que iluminava o rosto adormecido de Elie. Caio, com os olhos fixos no teto, quebrou o silêncio:

- Papai, o que é um encontro? Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas para explicar a um garoto de seis anos.

- É quando duas pessoas vão a um lugar para conversar e se conhecerem melhor, Caio. Como se fosse um passeio especial.

- A Roberta vai ter um encontro na sexta-feira com o moço que vai visitar a tia Úrsula. Ele disse, a voz carregada de curiosidade. Uma pontada de ciúme me atingiu.

💭 Roberta, minha Roberta, tendo um encontro?

Aquele sentimento de bem-estar que havíamos construído nos últimos dias parecia se desfazer como fumaça ao vento.

- É isso mesmo, campeão. Agora vamos dormir, amanhã tem mais aventuras.

Acalentei, Caio até que seus olhos pesaram e ele finalmente adormeceu. Sentia uma angústia crescente. O que estava acontecendo com Roberta? Sua frieza e distanciamento me deixavam perplexo.

Decidi procurar Úrsula. Ela sempre foi a mais sensata da família e poderia me ajudar a entender o que se passava na cabeça de Roberta. Dirigindo até a casa de Osmar, meus pensamentos se agitavam. O que eu iria encontrar?

Ao chegar, fui recebido por Osmar e Úrsula. A surpresa em seus rostos logo se dissipou, dando lugar à preocupação.

- Diego, que bom te ver! Entra aí. - Úrsula me convidou com um sorriso gentil. Sem rodeios, fui direto ao ponto.

- Úrsula, o Caio me contou sobre esse encontro da Roberta. O que está acontecendo? Ela riu, um pouco sem graça.

- Essa história do encontro é complicada, Diego. Samuel é um advogado que está ajudando na construção do instituto e parece ter se interessado pela Roberta.

- Mas e a Roberta? Por que ela está tão distante? Tão fria? Perguntei, a voz carregada de frustração. Úrsula se sentou e me olhou nos olhos.

- Eu não sei o que se passa na cabeça dela, Diego. Mas percebi uma mudança nela desde o passeio que fez com Caio até aquele sítio. Acho que reviver tantas memórias a deixou confusa.

- Confusa com o quê? Insisti.

- Talvez com os sentimentos dela por você, com o fato de as crianças a chamarem de mãe... E agora, com a atenção de Samuel. Ela é uma mulher muito sincera e está claramente apaixonada por você e pelas crianças. Mas acho que está com medo de se envolver.

As palavras de Úrsula ecoaram em minha mente. Eu precisava fazer algo. Não podia deixar que a distância nos separasse.

- Acho que preciso me declarar para ela, Úrsula. Confessei. Todo esse flerte só está a confundindo mais. Úrsula sorriu, aliviada.

- Essa é a melhor coisa a fazer, Diego. Mostre a ela o quanto você a ama. Saí da casa de Osmar com a cabeça mais leve.

Sabia que o caminho não seria fácil, mas estava decidido a abrir meu o coração de Roberta. Afinal, ela era a única mulher por quem eu já havia me sentido assim.

💭 Esse encontro não vai acontecer, ou não me chamo Diego Ribas.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora