Tocar Música da Midia!
Zhou POV
A noite caía sobre Xangai como um manto de veludo negro, pontilhado por milhões de luzes cintilantes. O caos ordenado da cidade, sempre a vibrar com vida e movimento, tinha um charme que, por vezes, me era confortante. Outras vezes, insuportável. Hoje era um daqueles dias em que a cidade parecia demasiado pequena para mim e para ela. Não podíamos estar no mesmo espaço sem que o ar se tornasse pesado, quase irrespirável. Era melhor assim, pensei. Melhor que ela ficasse em casa.
Encostei-me ao parapeito da janela, o meu apartamento elevado sobre a paisagem urbana, e observei as ruas lá em baixo. Os néon dançavam nas poças de chuva que se acumulavam nas calçadas, e os carros corriam como pequenos vagalumes em trilhas de luz. O meu telemóvel estava sobre a mesa ao lado, piscando ocasionalmente com mensagens que eu não tinha vontade de ler. Era só mais uma noite, ou pelo menos deveria ser.
S/N. O nome dela ecoava na minha mente como uma melodia que não conseguia parar de ouvir, mesmo quando queria. Cada letra carregava um peso insuportável. Conhecê-la tinha sido como conduzir pela primeira vez numa pista de Fórmula 1: adrenalina pura, uma intensidade que te consome por completo. Mas agora, cada esquina da cidade parecia um lembrete de algo que já não podíamos ser. Cada restaurante, cada bar, cada rua tinha a sua marca. E é por isso que precisava de sair esta noite, mas também precisava que ela não o fizesse.
Peguei no telemóvel e comecei a escrever uma mensagem, apagando e reescrevendo as palavras até encontrar algo que não soasse suspeito. "Não achas que devias descansar esta noite? Parece que tens andado muito ocupada..." Enviei. Era passivo-agressivo, talvez, mas tinha que ser. S/N tinha uma maneira de desafiar tudo o que eu dizia, e se a incentivasse diretamente a não sair, ela faria exatamente o oposto.
Deixei o telemóvel sobre a mesa e comecei a preparar-me. Uma camisa preta, ajustada o suficiente para ser elegante, mas casual o bastante para não chamar demasiada atenção. Passei gel pelo cabelo, ajustando cada fio como se a minha aparência pudesse mascarar o caos interno. O espelho devolvia-me uma imagem que não reconhecia completamente. Era o Zhou Guanyu, o ex-piloto de F1, sempre impecável, sempre com um sorriso pronto. Mas o que restava por trás da fachada? Um homem a tentar escapar de memórias que o perseguiam como sombras.
O telemóvel vibrou com uma resposta. Peguei nele com hesitação, o coração a bater um pouco mais rápido. "Talvez tenhas razão," dizia a mensagem. "Preciso de descansar. Obrigada por te preocupares." Suspirei de alívio, embora houvesse uma estranha pontada de culpa. Era melhor assim, repeti para mim mesmo. Eu precisava de uma noite sem a possibilidade de a ver, sem o medo de reviver tudo o que já não podíamos ter.
Quando cheguei ao bar, o ambiente era exatamente o que precisava. A música era alta o suficiente para abafar os pensamentos, as luzes baixas o bastante para esconder as emoções. Cumprimentei alguns amigos, todos eles figuras familiares do circuito social de Xangai. Sorri, conversei, brindei. Era um papel que eu sabia desempenhar bem. Mas mesmo ali, no meio da multidão, a mente voltava para ela.
Havia algo na ausência de S/N que era tão palpável quanto a sua presença. Era como se uma parte do meu ser estivesse permanentemente ligada a ela, quer quisesse ou não. Enquanto segurava um copo de whisky, as lembranças inundaram-me: o som da sua gargalhada, o jeito como os seus olhos brilhavam quando falava de algo que a apaixonava, a forma como a sua mão encaixava perfeitamente na minha. Cada memória era uma faca que me cortava de forma silenciosa, mas profunda.
"Zhou, estás bem?" A voz de um amigo tirou-me dos meus pensamentos. Assenti com um sorriso forçado e levantei o copo. "Claro que sim. A esta noite!" brindámos, e por um momento, consegui convencer-me de que estava tudo bem.
Mas não estava. Nunca estava. Porque mesmo enquanto a noite se desenrolava, e eu ria e fingia estar presente, uma parte de mim sabia que isto era temporário. Que, eventualmente, teria que voltar para o meu apartamento, para o silêncio, para o vazio que S/N deixara para trás. E, talvez, para a possibilidade de uma mensagem dela. Algo simples, como "Cheguei bem a casa" ou "Espero que tenhas tido uma boa noite". Pequenas palavras que carregavam um universo de significado.
Quando a noite chegou ao fim, caminhei pelas ruas de Xangai, agora quase desertas, com as luzes da cidade como minha única companhia. O ar fresco ajudava a clarear a mente, mas não conseguia afastar a sensação de que algo faltava. Algo que provavelmente nunca mais iria encontrar.
Cheguei a casa e tirei os sapatos, deixando-os junto à porta. O apartamento estava silencioso, como sempre, mas senti uma estranha paz. Verifiquei o telemóvel mais uma vez antes de me deitar. Nenhuma mensagem. Nenhum sinal dela.
Talvez fosse melhor assim, pensei, enquanto me deitava na cama. Mas, no fundo, sabia que nunca seria tão simples. Porque, apesar de tudo, S/N ainda estava em cada pensamento, em cada memória, em cada canto da cidade que ambos chamávamos de lar. E talvez fosse isso que me mantinha acordado, noite após noite, a desejar algo que sabia que não podia ter.
Olá pessoal!Espero que tenham gostado deste imagine.Se tiverem algum pedido, não hesitem em fazê-lo que irei com todo o gosto, amor, carinho e dedicação escreve-lo.
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F1 Imagines
Fanfiction*F1 Imagines* é um livro que mergulha na imaginação criativa dos fãs da Fórmula 1, oferecendo uma experiência única e imersiva. Cada página captura momentos vibrantes e intensos, permitindo aos leitores vivenciar histórias fictícias com seus pilotos...