Acordei com os poucos porém significantes raios de sol que entravam por pequenas brechas da cortina, iluminavam pouco o quarto, porém deixavam o ambiente confortável aos meus olhos.
Logo me levantei da cama e fui para a sala, meus pais pareciam estar preocupados com algo.
- Oi?
- Lydia?- Meu pai me olhou assustado.- Você escutou algo?
- Aaron ela precisa saber.
- Tudo bem Kim, mas seja breve por favor, não aguento mais este assunto, é como uma adaga cortando meus ouvidos.
- Saber do que gente?
- Vou lhe explicar da maneira mais simples e fácil o possível filha...A Euroasya e todos os outros continentes do mundo declararam guerra contra a Nova América.
Eu dei um sorriso irônico.
- Finalmente, se ganharem estamos livres.
- Lydia, é tão imprudente e inconsequente que não pode entender a gravidade da situação?
- Aaron, ela é muito jovem ainda.
- Ela precisa aprender a saber que os atos dela tem consequências.
- Pai eu não sou uma vadia burra! Eu sei que posso morrer se me escutarem! Mas e daí?!
- Não fale assim Lydia, só tento proteger você.
- Aaron, fique quieto, só está piorando as coisas para ela! Além disso você não pode falar nada, você também era assim como ela, ela puxou o seu lado, deveria se ver no espelho olhando para ela.
- Desculpe Kim...
- Tudo bem.
Ela se virou para mim.
- Filha, não é tão simples assim, uma coisa seria uma guerra somente com a Euroasya, mas não é deste jeito.
- O que está tentando me dizer?
- A Terceira Guerra Mundial começou, o mundo inteiro prometeu massacrar a Nova América inteira, não vai restar nada quando terminarem, as aulas foram canceladas, o número de alimentos e água será reduzido, o foco principal é a guerra, vão começar a nos treinar como armas, eles selecionarão jovens, garotos e garotas para lutarem na guerra pelos Novos Estados Americanos, eles não vão parar até conseguirem o que querem, matar o nosso presidente e assumir o comando da Nova América, as leis deles serão impostas em nosso continente inteiro, se ganharem, viveremos livres, porém tudo será destruído, viveremos uma época que o presidente chama isto de caos mundial, algums com você chamam de libertação, outros como eu e seu pai chamam de discórdia.
- Vão mesmo acabar com o nosso país? Nos metralhar como se fôssemos insignificantes?
- Sim.
- Tá...isso é preocupante.
- Lydia, você tem que me prometer uma coisa.- Minha mãe disse franzindo as sobrancelhas, o que só me deixou mais nervosa.
- Diga.
- Prometa que durante isto, será guerreira, me prometa que será forte e aguentará a guerra, aconteça o que acontecer.
- Eu vou tentar mãe.
- É assim que se fala, minha garota.
Sorri e ela me abraçou.
- Pai?
- Sim Lydia.
- Desculpa por ter quase gritado com você, é que o senhor pega pesado às vezes, entende?
- Entendo, mas sabe que é pro seu bem.
- Eu te amo.
- Eu te amo muito mais.- Ele me deu um beijo na testa, sorriu e abraçou minha mãe.
Eu pensei seriamente em fugir para a Euroasya, mudar meu nome e viver tranquilamente como um deles...mas eu não podia abandonar minha família de jeito nenhum e eles nunca concordariam, diriam que sou louca, rebelde e inconsequente (pelo menos o meu pai).
Voltei para o meu quarto, eu não conseguia parar de pensar em fugir para a Euroasya, mas além de trair meu país, eu estaria traindo minha própria família, eu liguei o projetor e fiz uma chamada para minha prima, Adalia Sparks Kirkman, ela tem quinze anos, é a minha única e melhor amiga.
Logo o holograma dela apareceu.
- Ly, já está sabendo da guerra?!
- Era justamente sobre isso que eu queria conversar com você, Ada.
- Eu estou com muito medo Ly! Não quero ser selecionada, e se me escolherem por alguma razão? Você já viu meu histórico de brigas verbais na escola? Eu só não fui presa ainda porque invento desculpas boas! Isso é terrível!
- Eu sei, mas você precisa se acalmar, Ada, não é o fim do mundo.
Ela cruzou os braços.
- Ly, você e sua inconsequência de sempre! A Terceira Guerra Mundial foi declarada e você vem me dizer que não é o fim do mundo?!
- Força, é só do que precisamos Ada.
- Está falando como a tia Kim.
- Eu não diria nada que não fosse verdade, não é?
- Sei lá Lydia, só sei que estamos em um estado crítico! Não estou a fim de implorar por clemência para algum Euroasyano, ou ver minha casa destruída por uma bomba! Não é o cenário que eu quero para a minha vida!
- Fica fria Ada, vai ficar tudo bem no final.
- Admiro seu otimismo, gostaria que fosse verdade.- Ela deu um suspiro.- Acho que eu estou muito tensa, eu vou comer alguma coisa, além do mais, você precisa comer, está bem magra, se não pode acabar se tornando anoréxica.
- Não precisa exagerar assim Ada, eu sei me cuidar muito bem, ok?
- Ok, tchau Ly.
- Tchau Ada.
Desliguei o projetor e fiquei olhando pela janela, aquela cidade inteira, a Chicago tão futurista reconstruída pedaço por pedaço pelos sobreviventes à morbonervosi...tudo sucumbiria, logo a cidade estaria destruída e a paisagem que vejo pela janela todos os dias mudaria radicalmente...é horrível...eu simplesmente não sei de que lado estou...preciso escolher, por mim e pela minha família...
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Diário de uma rebelde_Livro 2
Science FictionMeu nome é Lydia Sparks Rogers, tenho dezessete anos de idade. Eu sempre fui o tipo de adolescente irresponsável e às vezes imatura; Mas responsabilidade não é uma opção quando há uma Guerra Mundial além de uma epidemia mundial fatal que quase extin...