- Axel!- Ouvi a voz de Lydia e me virei rapidamente, mal terminei de me virar e ela me abraçou chorando, ela não costumava chorar por qualquer coisa.
- Ly, o que foi?- Perguntei nervoso, ela parecia abalada, mas não olhava para mim, fiquei me perguntando: "Quem haveria morrido?" Lydia é forte mas é afetiva.
- Axel...- Ela sussurrou.
- Ly olha pra mim.- Levantei a cabeça dela levemente, ela continuava de olhos fechados, logo ela deu uma risada absurdamente estranha.
- Lydia mas o que...- Ela abriu os olhos, ambos estavam com a cor cinza, Isabelle está controlando ela, me afastei dela rapidamente.
- O que foi? Com medo de mim?- Ela perguntou dando uma risada diabólica.
- Você não é a Lydia.- Falei em voz alta.
- Percebeu isso sozinho ou precisou de ajuda?- Ela perguntou rindo cinicamente, não era Lydia, eu não a imaginava daquele jeito.
- Isabelle, é você?!- Perguntei enraivecendo-me.
- Ah príncipe Theodore, você é tão lerdo, veja só no que o altruísmo de sua "princesinha" resultou, só precisei controlar uma inocente criança para convencê-la, ela é tão ingênua.- Ela disse.
- Cala a porra da boca Isabelle!!!- Exclamei irritado, ela merecia um tiro no meio da testa, mas eu sabia que se perdesse o controle Lydia sairia ferida.
- Theodore, você podia acabar com isso, não? Por que não pega uma arma e puxa o gatilho?- Ela perguntou em tom desafiador, eu fraquejei, a minha única fraqueza nesse mundo é Lydia.
- Sou incapaz de ferí-la...- Falei.-...Sei que estaria ferindo ela, e não você.- Completei, ela riu.
- Quanta estupidez.- Ela deu um soco em meu rosto, doeu bem mais do que um soco normal, Isabelle desconhece as propriedades do soro de Era, ela não sabe que Ly carrega uma força quase implacável.
Ela chutou meu rosto e eu caí no chão, percebi que meu nariz sangrava, assim como minha boca que havia sido cortada com o impacto da bota de Isabelle, eu olhava para ela e não conseguia imaginar Lydia como o que ela era, nunca conseguirei pensar nela como um monstro, ela vai ser sempre a mesma garota por quem me apaixonei, independentemente de qualquer merda que apareça para contrariar isso.
Isabelle agarrou meu pescoço e começou a me enforcar, eu perdia oxigênio mais rapidamente pela força aplicada, eu sentia o gosto do sangue mesmo com a boca aberta, tentando de todas as maneiras respirar, lembrei-me que esse tipo de controle é efetuado por um chip, eu juntei toda a força possível em mim e levei minhas mãos a parte de trás do pescoço dela, a impressão era de que Lydia me encarava, mas eu sabia melhor do que ninguém que eu estava enganado, Isabelle estava me encarando, eu senti o chip minúsculo no pescoço dela, fiz força e o puxei com força, havia um pouco do sangue dela no chip, eu sabia ao que estava destinado depois daquilo mas pouco me importei, senti um grande alívio quando a força de suas mãos finas em meu pescoço diminuíram.
- Axel?- Ela perguntou em voz baixa, eu dei um sorrisinho leve ao ver que era realmente ela, era minha Lydia novamente.
- Oi Ly.- Eu disse, ela me soltou.
- O que eu tava fazendo?- Ela perguntou um pouco assustada.
- Isabelle implantou um chip de controle em você...queria que você me matasse.- Ela respirou fundo, percebi o quanto tentava se acalmar.
- Se eu ver essa vaca na minha frente ela está morta!- Ela exclamou enfurecida, começei a rir.
- Senti sua falta.- Falei, ela abriu um sorrisinho.
- Sei disso.- Ela brincou, revirei os olhos com uma expressão irônica ao mesmo tempo, ouvi um estrondo incrivelmente forte, o barulho de uma explosão, mais algum dos drones de Isabelle havia nos encontrado.
- Droga, corre agora!!!- Puxei a mão dela e começamos a correr, ela era muito mais rápida do que eu, as bombas disparadas iam se aproximando cada vez mais, a adrenalina me consumia, mesmo sabendo do risco que estávamos correndo eu tinha uma vontade irracional de rir.
Vi o drone se despedaçar, olhei em todas as direções e vi Nick com uma bazuca, ao lado dele havia uma maníaca de pele escura e cabelos pretos, seus olhos eram de um verde mais claro, tive certeza de que era "Esquizofrênica", eu só estava receoso quanto a mim, qual seria a minha fase?
- Nick!- Lydia disse, liderando tudo bem como sempre.
- O que foi?- Ele perguntou.
- Duas perguntas para você:
1- Aonde arranjou essa bazuca?
2- Quem é ela?- Lydia interrogou, eu apenas observava.
- Eu sou Cecilia Allen, tenho dezesseis anos, vim de Baltimore, não se preocupe, eu mesma dei as armas para o Nick.- Ela dizia rapidamente e empolgadamente, como se gostasse de conversar.
- Por que deu as armas para ele?- Perguntei um pouco desconfiado e ao mesmo tempo curioso.
- Porque sou uma Pura, não são daqui certo?- Ela perguntou levantando uma de suas sobrancelhas.
- Somos da Nova Inglaterra.- Respondi.
- Imaginei, pelo seu sotaque, sabem ao menos o que está acontecendo em Washington e nas cidades vizinhas?
- Um pouco, só sabemos que Isabelle Corine é a tirana que castiga esta cidade.- Lydia argumentou e Nick respirou fundo.
- Não sabem nem a metade...Isabelle Corine insiste em ser chamada de Darkness, ela tem seu exército: "Controlados", são maníacos "Imunes" em quem ela implanta chips de controle mental, além disso, os "Assassinos" também estão ao lado dela, os Puros são "Imunes" e "Esquizofrênicos" unidos em uma espécie de resistência, uma insurgência, somos opositores à ditadura que Darkness pretende impor aqui.- Cecilia explicou em tom mais sério, era estranho ver que sua empolgação havia sumido, mas eu não me surpreendia.
- Você disse que são opositores à ela?- Lydia interrogou.
- Exato.- Cecilia confirmou.
- Pode nos levar até os Puros?- Lydia perguntou.
Cecilia olhou para Nick e deu um sorrisinho.
- Claro que posso!- Ela exclamou com seu entusiasmo voltando a aparecer.
- Valeu...Axel?- Ela olhou para mim.
- Que foi Ly?- Perguntei.
- Pode entrar em contato com os integrantes na Nova Inglaterra? Vou falar com os integrantes em Washington.- Ela disse em tom autoritário, apenas sorri do jeito dela.
- Certo.- Respondi.
Liguei o fone e o coloquei no meu ouvido, iniciei uma chamada para meu pai.
- Theodore?!- A voz irritada de meu pai ecoou pelo fone.
- Oi pai...preciso de um favor seu.- Sugeri.
- Prossiga.
- Preciso que mande todos os integrantes do grupo no NEGL para Washington o mais rápido possível, pode fazer isso?
- Farei isso.
- Ok, obrigado.
- Theodore?- A voz dele se tornou tranquila, uma coisa quase anormal de se ouvir.
- O que foi?
- Se cuide, tá bom?
- Washington não é tão perigosa assim, eu me viro ok?- Zombei, quase pude sentir sua raiva, me controlei para não começar a rir.
- Tchau filho.
- Tchau.
Desliguei o fone rapidamente e olhei para Nick e Cecilia, os dois se conheciam a pouquíssimo tempo, mas não parecia, olhei para Ly, ela olhava para o céu como se tivesse uma grande esperança guardada, e eu tenho toda a certeza de que ela tem...
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Diário de uma rebelde_Livro 2
Science FictionMeu nome é Lydia Sparks Rogers, tenho dezessete anos de idade. Eu sempre fui o tipo de adolescente irresponsável e às vezes imatura; Mas responsabilidade não é uma opção quando há uma Guerra Mundial além de uma epidemia mundial fatal que quase extin...