O movimento constante no palácio me assustou, eu fui andando até que encontrei Axel, ele parecia nervoso ou ansioso.
- Axel?- Sussurrei.
- Ly?- Ele olhou para mim.
- O que está acontecendo?
- A Nova África, está sendo bombardeada constantemente, Scott disse que teremos que ir para lá se quisermos mesmo lutar.
- Axel, pode ser uma armadilha e você sabe disso.
- Sei, mas eu não tenho escolha.
- Como assim?
- Se eu não for para lá, eles atacarão Londres.
- E como vai saber que não atacarão enquanto você estiver lá?
- Meus pais permanecerão aqui.
Respirei fundo.
- Se você vai, eu vou.
- O que?
- Isso mesmo.
- Lydia, você pode se ferir muito, bombas são mais perigosas do que parecem ser.
- Já fui muito subestimada e cheguei até aqui, não será problema ir até lá.
- Ly, eu não estou subestimando você.
- Prove.
Ele deu um suspiro.
- Certo, você vai.
- Assim é melhor.
- Lydia se você se machucar eu não sei o que eu faço.
- Eu não vou me machucar Axel, minha intuição nunca falha.
- Tem poderes sobrenaturais é?- Ele perguntou irônicamente.
- Tenho, um deles é identificar palhaços e parece que tem um bem na minha frente.
Ele começou a rir.
- Se quer ir, tem que se preparar, Justine vai ajudar você com um último treino e partiremos.
- Certo.
No "treino relâmpago" com Justine eu aprendi a usar melhor as granadas, ela disse que eu precisaria muito, resultado: Acabamos explodindo um cômodo subterrâneo.
Eu estava completamente armada, quando me olhei no espelho percebi o quanto a guerra arrancava de nós nossos lados mais violentos e sombrios.
Quando entramos na nave eu me senti um pouco amedrontada, eu nunca conheci a Nova África, e com esses bombardeios, dizem que ela está horrível, mas eu sabia que se Axel estivesse ao meu lado, eu estaria completamente segura, ele era a minha maior segurança naquele momento, ele parecia nervoso, mas quando nos olhávamos nos sorríamos como se nada estivesse realmente acontecendo.
Demoraram algumas horas mas chegamos na Nova África do Sul.
Logo que dei os primeiros passos por aquele chão senti um sentimento que era difícil que eu sentisse na Nova América, a pena.
Haviam muitas crianças chorando, destroços de casas por todos os lados, algumas pessoas com queimaduras pelo corpo, o calor do sol me dava uma sensação horrível, parecia que tudo derreteria, foi simplesmente horrível, um homem apareceu, parecia ser um soldado ou estar cansado.
- Príncipe Theodore?- O homem perguntou com sotaque africano.
- A seu dispor.- Theodore disse fazendo uma reverência, a humildade dele me impressionava de vez em quando.
- Meu nome é Zuriki Mfana estávamos esperando pelo senhor, acompanhe-me por favor.
Nós fomos andando até um prédio, era um pouco alto.
- Nossa população, vem sofrendo com os ataques de Scott Armstrong, inclusive, ele quer a garota de volta.-Ele disse olhando para mim, Axel segurou minha mão com força.
- Como sabe disso?- Axel perguntou.
- Ele nos manda mensagens constantemente, não sabemos como mas ele já sabia que viria.
- Ele me chamou.
- Ah, está explicado.
Chegamos a uma sala com uma tela enorme.
Eles ligaram a tela e o presidente Armstrong apareceu.
- Lydia Sparks Rogers?
- Sim, sou eu.- Eu disse fria.
- Por que você fugiu do país?
- Eu não fugi, fui raptada, sou prisioneira da família real.
Ele olhou para Axel.
- Príncipe Theodore, você confirma esta afirmação?
Ele pegou uma arma e apontou para a minha cabeça.
- Ela é uma peça importante no quebra-cabeça, temos uma informante e você tem uma cidadã a menos.- Ele disse.
- Não cometa nenhuma indecência Theodore, a garota não tem culpa de nada.
- Se você não parar de bombardear a Nova África teremos um problema com ela.
- Muito bem, resolveremos isso na Nova África do Sul, amanhã, vou mandar meu exército para o local e você manda o seu.
- Ok, mas já que a garota está aqui, seria bom que lutasse no nosso exército.- Axel disse largando a arma e agarrando meu pescoço, fazendo o mínimo de força possível, Armstrong respirou fundo.
- Claro.
- Ótimo.
A tela foi desligada e Axel me largou.
- Perdão Lydia.
- Está tudo bem, Armstrong também finge muito bem.
- Você principalmente, a propósito, ótima idéia, dizer que foi raptada por nós, você salvou sua própria pele.
- Eu sei, mas eu não pensei direito, acabei colocando a sua família em risco Axel.
- Lydia, nós sabemos nos proteger ok? Não quero que se sinta culpada por algo que fez por precisar realmente fazer, se você precisou, não irá nos afetar.
- Obrigada por entender Axel.
- De nada Ly.
- E o que faremos agora? Vamos nos preparar para lutar e esperar que os americanos venham aqui e tentem nos matar?
- Provavelmente, mas estou pronto.
- Para que?
- Se eu tiver que morrer, morrerei em nome de meus ancestrais.
- Estou pronta apenas para morrer ao seu lado, não para te ver morrer.
- Lydia, você não pode morrer, se eu morresse você teria que continuar.
- Axel eu amo você, pode parecer ridículo mas eu amo você.
- Eu também amo você Ly, mas a guerra nos destruirá.
- Se for nosso destino, nós morreremos, porém morreremos com glória, eu já me cansei de Armstrong ditando regras em meus ouvidos.
- Ly, olhe para mim.- Eu obedeci, e ele sorria levemente.
- Axel, me beija.
- Tem certeza?- Ele perguntou irônicamente.
- Anda logo, antes que eu mude de idéia.- Eu respondi no mesmo tom de ironia, ele riu, colocou as duas mãos em minha nuca e me beijou.
Mesmo se a guerra já estiver perdida, eu tinha certeza de que perderia feliz ao lado dele...
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Diário de uma rebelde_Livro 2
Science FictionMeu nome é Lydia Sparks Rogers, tenho dezessete anos de idade. Eu sempre fui o tipo de adolescente irresponsável e às vezes imatura; Mas responsabilidade não é uma opção quando há uma Guerra Mundial além de uma epidemia mundial fatal que quase extin...