Chegamos ao terraço, havia uma nave, Dennis conversava com Cecilia, Kai se virou e sorriu ao nos ver.
- Kai?- Axel chamou.
- Não vão nem me dar um "oi"? Caramba.- Ele disse em tom sarcástico levantando as sobrancelhas.
- Oi Kai.- Eu disse no mesmo tom de sarcasmo.
- Senti saudades loira.- Ele ironizou.
- Eleanor disse que você queria conversar com a gente.- Axel disse, ele parecia nervoso.
- Eu quero, mas vamos para o laboratório primeiro.- Ele disse, fiz que sim com a cabeça.- Dennis! Vamos logo!- Kai chamou, Dennis parou de conversar com Ceci e ela foi até Nick, o que deixou Dennis um pouco enraivecido, mas ele deixou a raiva de lado e nos acompanhou.
Descemos para o laboratório do NEGL em passos rápidos, lá estávamos nós.
- Espero que o que tenha para nos dizer seja bem importante Kai, porque eu não tô com paciência pra...- Antes que Axel terminasse de falar Dennis pegou uma caixa branca e colocou em cima da mesa.
- Calma crianças.- Dennis ironizou, analisei a caixa sem entender direito.
- Que é isso?- Perguntei.
- Abra.- Kai disse, olhei para a caixa e a abri, haviam várias pílulas separadas em cores, haviam verdes claras, verdes escuras e brancas.
- Para que servem?- Axel perguntou.
- Essas pílulas amenizam os sintomas de três das quatro fases da morbo, as verdes claras amenizam a esquizofrenia fazendo com que a pessoa pare de ter ilusões, as verdes escuras amenizam a psicopatia, apaziguando o desejo frenético de matar, e as brancas são responsáveis por parar a hemorragia interna, se consumidas no início da descoberta da fase, com a esquizofrenia e a psicopatia as ilusões e os surtos podem voltar a ocorrer mas a situação se normaliza, quanto aos imunes, é bem mais complexo do que se imaginava, vamos continuar pesquisando.- Dennis explicou.
- Não me importo em continuar sendo uma maníaca, tenho alguns planos com relação a isso.- Argumentei.
- Quais?- Kai perguntou.
- É surpresa.- Eu disse.
- Como sabe que essas pílulas funcionam mesmo Dennis?- Axel perguntou.
- Porque acabei de testá-las, em Cecilia, ela não é mais esquizofrênica.- Ele disse orgulhosamente, Axel estendeu a mão para pegar uma pílula verde clara, Kai deu uma garrafa de água para ele e ele tomou o remédio.
Eu sabia naquele exato momento...tudo estava começando a melhorar, nós realmente vencemos, finalmente estávamos livres...afinal, como Odette me disse "A pureza sempre vence a escuridão"...
***
Eu ouvia coisas, via prédios caírem em minha frente, via fogo queimando animais, árvores e pessoas, tudo parecia desabar, os gritos tomavam conta do lugar, eu sentia medo, começei a correr velozmente, mas eu tinha a sensação de estar sendo seguida por algo ou alguém, o chão virou água do nada e eu caí, fui afundando como uma pedra, sentia algo puxando meus pés, mas não conseguia olhar para baixo e ver o que era, me debati e consegui me soltar, mas quando emergi começei a ser enforcada pelas minhas costas, eu me debatia e via a cidade afundar, os prédios caíam e geravam grandes ondas, eu continuava engolindo água e sendo enforcada por alguém desconhecido, eu sentia agonia, parecia muito real, as sensações pareciam ser reais, o frio da água congelante, tudo, era simplesmente desesperador, uma hora não aguentei mais tanta agonia, dei um grito e do nada tudo sumiu e eu parecia cair em um abismo.
Acordei sobressaltada, parecia mesmo que eu estava caindo, eu tive essa impressão, eu estava suando, mesmo com o frio que fazia, minha respiração estava pesada, olhei para todos os lados e fiquei aliviada por ainda estar no quarto em que Eleanor nos trouxera mais cedo, o barulho dos grilos chegava a ser reconfortante, Axel havia se levantado assustado também, eu o acordei sem querer.
- Ly, o que foi?- Ele perguntou colocando a mão no meu rosto, me acalmei quase instantaneamente ao olhar diretamente para seus olhos azuis, ele não tinha mais a primeira fase, seus olhos voltaram a sua cor humana.
- Só um pesadelo.- Respondi dando de ombros.
- Lydia, acabou, não tem mais Darkness ou Scott Armstrong para assombrar você, tudo vai ficar bem ok? Os remédios vão curar a maioria e seja lá qual for seu plano, vai dar certo.- Ele disse, assenti, ele se deitou na cama e eu me deitei de frente para ele, sentindo as pulsações de meu coração voltarem ao normal aos poucos.
- O que vai acontecer daqui a dois dias mesmo?- Perguntei sarcasticamente, tentando descontrair, ele riu.
- Você vai ser rainha e eu vou ser rei...nada além disso.- Ele disse.
- Nunca vai deixar de ser quem é, ok? Prometa que vai continuar sendo o mesmo Axel Harrison que eu conheci e o mesmo Axel Harrison por quem eu me apaixonei.- Eu disse, ele sorriu.
- Eu não seria tão burro a esse ponto.- Ele disse.
- Que bom.- Fechei meus olhos senti ele me beijar e sorri.
- Além do infinito Lydia Sparks?- Ele me perguntou sarcasticamente, eu me lembrei imediatamente de meu pai e olhei para ele, ele sorria de um jeito irônico, eu sorri.
- Além do infinito Axel Harrison.- Eu disse, ele pareceu ficar satisfeito e me beijou, era um beijo calmo e do nada foi ficando mais intenso, ele me puxou para mais perto, o beijo ficava cada vez mais profundo, até que ele rolou para cima de mim e começou a beijar meu pescoço, gemi baixo e por impulso eu puxei a camisa que ele usava, pude ver seu abdômen musculoso, ele sorriu maliciosamente e me beijou com vontade, eu nunca imaginei que um príncipe com Axel pudesse ser tão intenso, enquanto nos beijávamos ele tirou meu vestido vagarosamente, corei um pouco e ele me beijou novamente, mordi seu lábio, ele sorriu e mordeu minha orelha levemente.
- Esquece essa coroação...esquece tudo...por agora somos só eu e você.- Ele sussurrou em meu ouvido, eu sentia aquilo, sentia como ele era único para mim, e eu tive certeza, naquele momento, nós dois éramos como fogo, sempre intensos, foi naquele momento que eu percebi que não havia outro homem com quem eu quisesse ficar.
Apenas Axel...
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Diário de uma rebelde_Livro 2
Science FictionMeu nome é Lydia Sparks Rogers, tenho dezessete anos de idade. Eu sempre fui o tipo de adolescente irresponsável e às vezes imatura; Mas responsabilidade não é uma opção quando há uma Guerra Mundial além de uma epidemia mundial fatal que quase extin...