Purity

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Não demorou muito para que a nave chegasse, talvez uma ou duas horas, minha mãe saiu com Jazmine e Phillip, Jazmine segurava seu filho Joel no colo firmemente, eu dei um sorriso e abraçei minha mãe, ela sorria reluzentemente a todo momento, logo o tio Garrett e a tia Morgana saíram também, junto com Adalia e Eleanor.
- Lydia!!!- As duas exclamaram ao mesmo tempo, nos abraçamos rindo, é incrível como consigo sentir a falta de tantas pessoas em um curto período de tempo.
Jared e Isle apareceram, dois primos para duas amigas, faz sentido.
Leslie ainda estava abalada com a morte de Sarah, mas já havia se animado um pouco, Patrick abraçou Nick e Mabel, Cecilia apenas sorria ao olhá-los.
Dei uma olhada em volta para procurar Axel, ele estava encostado em uma árvore, de costas para nós, fui até ele.
- Axel?- Chamei.
- Me deixa em paz Lydia.- Ele disse, estranhei.
- Axel...tá tudo bem?- Perguntei com aflição e apreensão crescendo dentro de mim.
- Você escutou?- Eu não acreditava, começei a ficar com raiva.
- Qual é o seu problema?! Uma hora tá todo "bonzinho" e outra não quer nem olhar na minha cara?!- Perguntei enraivecendo-me, confusa, ele bufou e olhou para mim, fiquei surpresa, arqueei as sobrancelhas, os olhos dele não eram mais azuis, estavam verdes claros, iguais aos olhos de Cecilia.
- Satisfeita agora?!- Ele perguntou.
- Você é "Esquizofrênico"...- Sussurrei.-...Foi a droga daquele chip, não foi?- Perguntei.
- É foi sim Lydia...que saco.- Ele respondeu se acalmando.
- Você não tinha que ter feito isso consigo mesmo por minha causa!- Culpei-o irracionalmente.
- Eu não conseguiria ferir você Lydia! Nem que eu tentasse mil vezes de mil maneiras diferentes! Eu sabia que era Isabelle no controle mas eu só olhava pra você!- Ele exclamou fiquei em silêncio, ele respirou fundo e franziu as sobrancelhas.
- Que se foda, Ly, foi mal ok? Não é o fim do mundo, nós dois sabemos disso.- Ele disse me dando um abraço apertado.
- Tem razão.- Retribuí o abraço, fechei os olhos e esqueci de tudo.
- Vamos ficar bem ok? Somos dois maníacos de qualquer jeito.- Ele ironizou, eu sorri.
- Eu sou uma maníaca melhor do que você.- Brinquei.
- Ah é?- Ele perguntou levantando as sobrancelhas.
- Absolutamente.- Assenti, subitamente ele me levantou com os braços e me segurou como se eu fosse uma criança.
- Quem é a maníaca fodona agora?- Ele ironizou, eu começei a rir.
- Me solta Axel!- Ordenei dando um soco de leve em seu peito.
- Agora não.- Ele sorriu maliciosamente e me beijou, eu retribuí o beijo rindo.
- Gente?- Cecilia perguntou desajeitadamente e um pouco corada, Axel me colocou no chão rapidamente.
- Que foi?- Perguntei ajeitando a postura.
- Nada eu só...ia avisar que a gente precisa ir logo.- Cecilia disse dando um sorrisinho abobado.
- Ok.- Respondi, ela saiu andando, todos começaram a fazer fila atrás dela, Washington parecia uma cidade fantasma, abandonada, não parecia habitada, havia muito sangue seco marcando as ruas, eu tentava não me concentrar na paisagem, mas era quase impossível, os vidros e as portas quebrados, objetos espalhados, destroços de construções.
Logo chegamos em frente a uma grande árvore, Cecilia colocou a mão no tronco e parte dele se abriu, era uma árvore falsa, ela olhou ao redor cuidadosamente.
- Entrem...um de cada vez.- Ela disse enquanto pegava uma ak-47 que trazia amarrada em suas costas, obedecemos, a desconfiança e o receio dela de sermos vistos eram grandes, qualquer ruído já era motivo para colocar o dedo no gatilho, chegou a minha vez de entrar, havia um elevador no interior da enorme árvore falsa, eu entrei lá dentro e esperei a descida, quando cheguei ao subsolo tudo estava iluminado, as paredes de terra eram cobertas por plantas, uma senhora de idade com olhos verdes iguais aos meus e cabelos brancos apareceu, ela sorria.
- Bem-vinda à Purity.
Eu olhava ao redor confusa, logo depois Mabel, que estava atrás de mim na fila desceu também, outro "Imune" apareceu, ele não parecia ser legal, parecia grosso.
- Princesa da Nova Inglaterra, não?- Ele perguntou.
- Sim, por que?- Estranhei.
- Cecilia está com vocês não é?- Ele perguntou.
- Está.- Respondi.
- Kai Fujishima me disse que estavam vindo agora a pouco, eu quero conversar com você e com o príncipe Theodore a respeito do trabalho na cura da morbo, aliás dar-lhes um aviso.- Ele disse.
- Que tipo de aviso?
- Sobre a morbonervosi, é uma notícia ruim.
- Certo, diga-me seu nome primeiro.- Insisti.
- Dennis Allen.
- Parente da Cecilia?- Perguntei.
- Pai.- Ele corrigiu.
- Senhor Allen, seja lá o que tiver para me falar sobre a morbo, diga logo por favor, quero saber.
- Ok...só tente se acalmar...é uma coisa dura para explicar para alguém delicada como você...- Ele enrolou, fiquei impaciente.
- Se quer saber, não sou nada delicada, agora quer por favor dizer logo?- Apressei-o, ele respirou fundo.
- Existiu em um tempo chamado Pós-Mundo a primeira epidemia da morbo, violenta, agressiva, porém curável...- Ele disse, arregalei os olhos, meu coração pulsou mais devagar no momento.
- O que está insinuando senhor Allen?
- A nova epidemia é bem mais avassaladora do que parece ser, não existe uma cura possível para a nova morbonervosi, eu tentei mas os nada tem nexo, é biologicamente impossível criar uma cura definitiva para as fases.- Ele disse.
- Mas e vacinas? Remédios? Não é biologicamente impossível conter uma doença assim.- Argumentei com frieza, disfarçando meu nervosismo.
- É possível contê-la, não acabar com ela.- Ele disse, coloquei as mãos na cabeça, passando as mãos pelo meu próprio cabelo e puxando-o levemente.
- Merda.- Eu disse em voz baixa.
- Se pensa que essa é a pior parte está enganada alteza.- A formalidade que ele me tratava me dava náuseas, eu estava tão atormentada, não queria ser maníaca para sempre.
- Tem parte pior?- Perguntei levantando as sobrancelhas.
- Infelizmente sim, se eu estiver certo novas fases da morbo virão e provavelmente as próximas fases serão bem piores.
- Como por exemplo?- Perguntei.
- Talvez...canibalismo...- Ele disse.
- Como é que é?!- Eu já estava completamente assustada.
- É verdade.- Ele disse meneando com a cabeça levemente.
- Aonde está Kai?- Perguntei apressada.
Ele apontou para Kai, que conversava com Mikuno.
Eu fui até ele correndo, assim que me viram sorriram.
- Oi Lydia.- Mikuno disse sorridente.
- Oi Mika.- Esboçei um sorrisinho.
- E aí Lydia?- Kai perguntou.
- Kai eu preciso falar com você urgentemente.- Falei, ele pareceu estranhar o ato.
- Que foi?- Ele perguntou.
- Dennis Allen, o que ele me disse sobre a morbo é verdade?! Sobre ser incurável e sobre novas fases da doença?! Ele trocou mesmo essas informações com você?!- Perguntei desesperadamente, pronunciando cada palavra velozmente, ele deu um suspiro e colocou as mãos em meus ombros pequenos.
- Ly...eu sinto muito mas é verdade, não quero que se irrite muito com isso, ok?
- Kai isso é quase como me pedir para fazer tudo de olhos fechados.- Argumentei revirando os olhos.
- Lydia se controla!- Ele agarrou meus ombros e me sacudiu levemente como se estivesse tentando me acordar.
- Está tudo bem?- Mikuno perguntou com um olhar inocente, Kai me soltou e ambos sorrimos disfarçadamente.
- Sim.- Menti.
- Ótimo.- Ela sorriu e saiu andando, esperei que se afastasse.
- É...a vida está torcendo contra nós...- Eu disse tentando me acalmar e franzindo as sobrancelhas.
- Sem sombra de dúvida Lydia...

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora