- Lydia?- Acordei com Mikuno me chamando em voz baixa.
- Oi?- Perguntei.
- Já está melhor?- Ela perguntou.
- Sim...me acordou só para perguntar?- franzi as sobrancelhas, ela balançou a cabeça negativamente.
- Na verdade, Nick ligou, disse que era importante.- Ela me mostrou o fone e me deu, eu coloquei ele no ouvido.
Fiz chamadas mais de três vezes, ele não atendia.
- O que aconteceu?- Perguntei.
- Eu não sei, mas Dennis disse que ele não podia atender se qualquer um estivesse por perto.
- Tem razão.
Ficamos em silêncio por um tempo, me sentei na maca, ainda sentia minha barriga doer, além de meu braço estar dormente, Mikuno guardava o fone em uma das gavetas.
- Mika?- Chamei, ela olhou para mim.- Quero ver Axel.- Eu disse autoritáriamente, ela pensou por algum tempo, olhou para os lados preocupadamente e deu um suspiro.
- Eu não deveria deixar que fosse mas...esquece, apenas venha comigo, ok?- Ela disse nervosa.
- Ok.- Eu desci da maca, meus pés tiveram contato com o chão gelado, que logo foi esquentando, eu saí andando atrás de Mikuno, ela andava nervosamente, por isso seus passos aceleravam a cada segundo, cheguei em um corredor, havia uma sala, Mika pegou uma chave em cima da mesa do corredor e hesitou em abrir a porta.
- Ele está aí?- Perguntei.
- Está...tome cuidado.
- Axel não vai me machucar.- Assegurei, ela assentiu, destrancou a porta, entreguei o fone para ela e fui entrando.
- Qualquer coisa é só gritar.- Mikuno disse tentando mostrar uma frieza que ela era incapaz de possuir.
Eu vi Axel deitado, dormindo em uma cama, caminhei até seu lado e estendi minha mão vagarosamente para acariciar sua testa, subitamente ele acordou assustado e eu me afastei, ele parecia atordoado, mas logo me reconheceu.
- Ly?- Ele perguntou.
- Oi Axel.- Eu disse.
- O que faz aqui?
- Vim ver você.- Ele balançou a cabeça negativamente e riu, logo depois passou a mão na minha barriga até sentir o curativo que Dennis havia feito.
- Eu fiz isso com você.- Ele disse.
- Sei que não foi por querer e posso te perdoar por isso.- Eu sorri, ele deu um sorrisinho sarcástico.
- Você é meio louca não é Lydia? Vir ver o cara que tentou matar você.
- Algumas loucuras são melhores do que os padrões de normalidade.- Argumentei, ele riu.
- Talvez esteja certa.
- Como vão as alucinações?- Perguntei.
- É surreal, parece que eu enlouqueci, nem sinto que sou eu mesmo de verdade.
- É só uma fase.
- Da morbonervosi.
- Mesmo assim Lydia, é estranho ser um lunático, eu nunca quis me parecer com alguém que tem problemas mentais.- Ele estava se irritando.
- Você pode ser maníaco, mas não se diferencia de quase todos aqui...inclusive de mim.- Argumentei, ele ficou me olhando por um tempo.
- Desculpe se estou sendo um otário, eu espero mesmo que Kai ou Dennis ou seja lá quem for descubra a droga da cura logo mas eu tenho que te confessar uma coisa Lydia.
Estranhei.
- Diga.- Eu disse.
- Todo esse tempo você esteve ao meu lado, por mais que eu fosse louco, burro, teimoso, você nunca deixou de estar ao meu lado...só quero que saiba que eu te amo Lydia, quando tudo isso acabar é você que eu quero ter ao meu lado, definitivamente.- Ele disse, eu dei um sorriso com suas palavras.
- Não tá alucinando?- Ironizei, ele começou a rir.
- Não dessa vez.- Ele respondeu.
- Tudo bem...eu prometo que quando tudo isso acabar, serei sua, definitivamente.- Respondi, ele deu um sorriso radiante.
- Sem ironias, não é?- Ele perguntou sarcasticamente, eu apenas dei risada.
- Sem um pingo de ironia Axel.- Eu disse, Mikuno abriu a porta.
- Nick está chamando.- Ela disse me entregando o fone, coloquei-o em meu fone.
- Lydia?!- Me assustei, ele parecia nervoso.
- Nick, o que foi?- Perguntei.
- Darkness está mais louca do que nunca, ela quer cercar os habitantes de Washington, só para descobrir aonde Purity está...mas depois disso Purity nem existirá mais.
- O que está tentando me dizer Campbell?
- Ela vai queimar a cidade, tudo, e vai sair daqui, ela não me disse para onde vai mas sei que não deve ser perto daqui, mesmo com todo o poder que ela tem ela sabe que os poucos habitantes de Washington iriam atrás dela.
- Poucos, como assim poucos Nick?!
- A maioria da população é "Hemorrágica".
- Quando você disse que ela vai "queimar a cidade", é no sentido figurado não é?
- Não, ela vai realmente colocar a cidade em chamas, tudo vai virar cinzas...eu nem sei o que vocês podem fazer.
- Mas eu sei, vou falar para Odette evacuar Purity, talvez se tentarmos sair da cidade...
- Se tentarem sair da cidade, ela mata vocês.
Eu pensei um pouco, ela realmente nos colocou em um beco sem saída.
- Então os Puros e o grupo saem da cidade, eu vou para o centro.
- O que?! Não Lydia, ela vai matar você!
- Não será em vão.
- Lydia...você uniu esse grupo, somos o que somos por sua causa, pense em tudo o que passamos, Lydia você não precisa se sacrificar assim.
- Ela não vai conseguir me matar Nick, eu tenho uma coisa que ela não tem.
- O que?
- Força.
***
Axel pirou, ele não queria que eu fosse, Kai teve que dopá-lo, eu sabia que ele tinha medo, embora eu tivesse juntado toda a coragem que eu possuia, se ela quiser me queimar viva, se ela quiser me colocar em chamas, se ela quiser cortar a minha cabeça ou atirar bem no meio do meu peito, que ela venha, estou aqui de braços abertos.
- Tome cuidado garota, os Puros gostam de você.- Odette disse me abraçando.
- Eu vou tomar, leve os Puros para longe daqui.- Eu disse, ela me soltou e logo minha mãe veio até mim.
- Lydia, não deixe que Isabelle faça nada com você, ok?- Ela disse.- Se algo te ferir, corra o mais rápido que puder, ela não estará sozinha.
- Eu sei disso.- Eu disse, ela me abraçou com força, fechei meus olhos e franzi as sobrancelhas, Patrick chegou e ela me soltou.
- Lydia, prometa que vai voltar.- Ele disse sério.
- Prometo tentar voltar.- Eu disse, ele ia me abraçar.- Não.- Eu disse, ele se afastou e eu estendi a mão.- Toca aqui.- Eu disse, ele deu risada e demos um toque de mãos que ele desconhecia, ele apenas ria.
- Valeu babacão.- Eu disse.
- De nada, princesinha.- Ele disse, eu ri, Rid e Mis vieram correndo e me abraçaram.
- Ly, não deixa aquela "Assassina" louca te matar, por favor.- Missy disse.
- Não vou deixar.- Ela sorriu e me soltou, porém Rid continuou me abraçando.
- Por que ainda não me soltou?- Ironizei.
- Sei que meu pai é louco pela sua mãe, tenho que me apegar logo a minha nova irmã.- Ele disse, eu retribuí o abraço com força.
- Ok caralhinho.- Eu disse, ele riu.
- Caralhinho? Fala sério, de onde você tirou esse apelido?- Ele perguntou.
- Cala a boca, tá bom?- Ironizei.
Ele me soltou rindo.
- Cuida da Mis por mim.
- Sempre.- Ele fez uma posição de soldado sentido, eu ri e acenei para o grupo e para os Puros.
Eu saí andando.
Cheguei ao centro de Washington depois de quase uma hora, olhei ao redor, tudo estava calmo.
- Isabelle Corine!!!- Gritei, tudo continuou quieto.- Apareça!!!- Insisti, logo ouvi uma sonora gargalhada.
- É muita petulância sua vir aqui e começar a pronunciar indignadamente o meu nome.- Ela disse, logo vários soldados apareceram, Nick estava com ela.- Quem você pensa que é?- Ela perguntou.
- Eu sou Lydia Sparks Rogers, e eis aqui o meu sacrifício.- Eu disse, ela estranhou.
- O que você quer?- Ela perguntou.
- Um acordo.- Eu disse.
- Que tipo de acordo?
- Você pode me matar se quiser, mas se fizer isso, vai ter que deixar o grupo e os Puros em paz.- Propus, ela sorriu diabólicamente...
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Diário de uma rebelde_Livro 2
Научная фантастикаMeu nome é Lydia Sparks Rogers, tenho dezessete anos de idade. Eu sempre fui o tipo de adolescente irresponsável e às vezes imatura; Mas responsabilidade não é uma opção quando há uma Guerra Mundial além de uma epidemia mundial fatal que quase extin...