O acordo

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- E o que nós vamos fazer? Os ataques à Nova Inglaterra, à Nova França e até a Nova China estão piores, eles não estão mandando soldados, estão mandando terroristas para atacar o país, a Euroasya em geral está em risco e eu não tenho a mínima idéia do que fazer a seguir!- O rei Johan esbravejava.
- Que tal propor um acordo com Armstrong?- Perguntei.
- Que tipo de acordo?
- Ele engana a todos, nós temos o direito de enganá-lo também...nós podemos propor um acordo de paz com Armstrong e quando ele menos esperar, nós atacamos.
- E por que acha que vai conseguir convencê-lo?- O rei perguntou desconfiadamente.
- Por causa da imagem dele, ainda mais agora, ele quer passar a imagem de "defensor da paz" para o povo americano, é simplesmente irrecusável.
- E se por acaso ele não aceitar?
- Se ele não aceitar nós acabamos com a imagem dele e o povo americano tem mais um motivo para odiá-lo.- Respondi.
- Bem pensado garota...você dirá isso a ele?
- Através do holograma, sim.
- Tudo bem.- Ele ligou o projetor e fez uma chamada para Armstrong.
- Princesa Lydia Sparks Rogers, pelo visto não é tão inocente quanto eu pensei que fosse.
- E o senhor é ainda pior do que eu pensei que fosse.
Ele deu uma risada sarcástica.
- O que a senhorita deseja?
- Eu quero lhe propor um acordo...uma trégua.
- Não aguenta o sofrimento causado pela guerra senhorita Sparks? Talvez fosse melhor se ficasse em Nova Chicago, não é?- Ele perguntou de um jeito que me enfureceu.
- Eu prefiro estar aqui assistindo você fracassar em suas estratégias e trapaças.
- É assim que quer me convencer a aceitar sua proposta? A senhorita é tão hipócrita a este ponto?
- Quer mesmo perder a imagem que construiu? Eu posso destruí-la em segundos Armstrong.
- Você não faria isto senhorita Sparks.
- Não me subestime Armstrong.
Ele olhou para mim com ódio.
- E quais são as condições impostas por esse seu acordo?
- Você vai parar de bombardear a Euroasya, a Nova África e a Oceania, e nós paramos de bombardear os países da Nova América, avise o presidente canadense também e avise seu povo sobre a trégua, caso contrário eu acabo com a sua imagem falsa e pacífica.
- Está me chantageando?- Ele perguntou levantando as sobrancelhas, o holograma dele era tão realista que ele parecia estar ali de verdade.
- Não, estou apenas lhe avisando do que pode acontecer se você não quiser levar o acordo adiante.
- Tudo bem, eu farei o que você solicitou, mas princesa Lydia, acredite, você pagará caro por ser tão pérfida assim.
- Eu só fiz o que minha consciência achava melhor, não é legal viver presa.
- Tem certeza?
- Sim.
- É uma pena, pois você sabe que esse será seu futuro, você será presa e morta, Lydia, pare com esse showzinho idiota, volte para a Nova América e eu deixo você viver e até esqueço da sua traição ao país.
- Eu só voltarei quando você estiver morto!- Exclamei irritada e desliguei o projetor.
- Você o odeia mesmo não é?- O rei Johan perguntou.
- Com toda a minha alma, francamente, ele é um monstro.
- Eu devo admitir que não confiava em você antes, mas quando se mostrou tão participativa com relação aos problemas do país eu tive quase certeza de que você não estava aqui em vão, e agora tenho certeza absoluta.
- Obrigada rei Johan.
- De nada Lydia.
Eu saí da sala, e me deparei com Axel na porta.
- Oi Axel.
- Você detonou o Armstrong não é?- Ele perguntou irônicamente e eu ri.
- Escutou tudo atrás da porta?
- Uma parte...Lydia o acordo, foi brilhante você tem uma mente incrível.
- Obrigada.
- De nada.- Ele me beijou e eu ri.- Conseguir informações está cada vez mais difícil, tem algo errado com Patrick Campbell, Isabelle Corine e Lisbelle Campbell Corine...- Ele disse em tom de desconfiança.
- Por que você acha isso?- Perguntei.
- Pois mesmo traindo o país ainda não querem dar todas as informações que eu sei que eles sabem.
- Eles vão ter que falar Axel, uma hora ou outra eles não vão mais aguentar, eles saberão qual é o verdadeiro lado sombrio da história.- Eu disse.
- Eu sinto que há algo errado...com Lisbelle.
- O fato de ela ser uma grande vagabunda?- Perguntei irônicamente.
- Não...eu sinto que há algo estranho com ela.
- Axel, ela é terrível mas não precisa de tanta paranóia.
- A paranóica aqui é você.- Ele ironizou.
- Sério? Eu não acho isso, sou extremamente sensata.
- E também uma grande convencida, não?
- Não, eu só falo a verdade.
- Sabe o que eu acho?- Ele perguntou.
- O que?
- Que você deveria calar a boca de vez em quando.- Ele disse sarcasticamente.
- Por que não tenta calar?
- Porque eu não preciso, eu já sei calar a sua boca.- Ele disse e me beijou me pressionando contra a porta.
- Vocês dois não podem ir mesmo para outro lugar?- A rainha Caitlyn disse e percebi que ela queria entrar na sala.
Axel começou a rir.
- Perdão majestade.- Eu disse corando.
- Tudo bem.- Ela riu e nós fomos andando pelo corredor.
- E como estão as coisas com o povo?
- De uma hora para outra o seu nível de aprovação subiu consideravelmente, principalmente depois da entrevista, os euroasyanos estão amando você Lydia.
- Eu não queria saber disso, mas tudo bem.
- Sobre o que você queria saber então?
- A epidemia, está se espalhando? E o nível de "enviados" continua aumentando?- Perguntei nervosa.
- A morbo está cada vez mais presente na Nova Inglaterra, na Euroasya.
- E os "enviados"?
- Nós não sabemos, estão se camuflando e se escondendo.
- Isso significa que talvez tenham algum plano?
- Possivelmente.- Ele respondeu.
- É...pelo visto nós temos um quebra-cabeça enorme para montar.- Eu disse respirando fundo.
- Mas não dá para montar sem as peças corretas, não é?
- É por isso que desconfia de Lisbelle? Acha que ela sabe de algo que realmente nos ajude.
- Tenho que continuar tentando conseguir as informações que ela tem, eu sei que ela só disse menos da metade do que sabe e eu preciso de todas as informações possíveis, eu preciso saber essas peças Lydia...por você, pelo povo e pelos continentes opositores à Scott Armstrong.
- Você tem toda a razão Axel.
- Ly?
- Sim?
- Promete que se algo ruim acontecer você não vai me deixar sozinho?
- Prometo.
Eu dei um beijo nele e voltei para meu quarto.

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora