Jogo das ilusões: Parte um

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- Axel?
- Pode falar Lydia.
- Aonde você está?
- Perto de Nova York, foi o único lugar em que pensamos.
- Certo...saí de Washington, seria bom se pudesse vir nos buscar aqui, acho que Nick deve ter um GPS, então mando a localização para você.
- Ok, algum plano depois disso?
- Mais ou menos, Nick me disse que Darkness iria para Chicago quando queimasse Washington, para um edifício chamado Colosso.
- Ly, não existe um edifício com esse nome em Chicago.
- Ele só é conhecido assim, como um código, para que certas pessoas como Fionna, ou Lorraine, ou até Nick não entendessem.
- Eu não entendi, por que chamar um edifício de Colosso?
- No tempo em que minha mãe lutava contra a morbo, a principal líder dos maníacos se chamava Erika Sanderson, "Era", foi como ela nomeou a si mesma, Darkness está fazendo as mesmas coisas que ela, está seguindo os passos de Era.
- Era foi uma ditadora?
- Não, ela foi uma imperatriz.
- Darkness pretende se tornar uma imperatriz? Como?
- Eu não sei, mas o povo não vai apoiá-la, ela provavelmente vai escravizar pessoas que não concordam com ela.
- Ela não pode fazer isso.
- Pode, mas se quisermos detê-la temos que ser rápidos, o plano é tentar encontrar uma resistência em Chicago, existem resistências em toda a Nova América.
- E como sabe que chegaremos primeiro do que ela?
- Atirei em Darkness, eu queria matá-la, na verdade eu não sei se ela está morta.
- Ok, se ela não estiver morta isso vai no mínimo atrasá-la muito, mande sua localização tá bom? Iremos te buscar.
- Certo.
- Lydia?
- Diga.
- Além do infinito?
Dei uma risada sem jeito.
- Você parece o meu pai.
- Só me responde logo "loirinha".- Ele ironizou, eu ri mais uma vez.
- Além do infinito.
- Se cuida, estamos indo...tchau.
- Tchau.- Eu desliguei o fone e fui até Nick.
- Campbell, tem algum GPS aí?- Perguntei.
- Sim.- Ele respondeu, pegou um GPS, eu peguei da mão dele e mandei nossa localização para Axel.
- O que você está fazendo Lydia?
- É só esperar, a nave com os Puros e com o grupo está vindo.
***
- O que vamos fazer?- Patrick perguntou para Ryan.
- Eu não sei.- Ele respondeu.
- Resistências, elas existem, podemos procurar uma em Chicago.- Sugeri.
- Ou quebramos os crânios dos "Assassinos" e de Darkness.- Mis disse.
- Não é uma idéia ruim.- Rid concordou.
- Calma aí vocês dois, ninguém vai quebrar o crânio de ninguém aqui.- Drew disse, Missy revirou os olhos.
- Nick, tem certeza de que é para lá que ela vai?- Axel perguntou.
- Tenho, ela me disse.- Ele confirmou.
- Nick não mentiria Theo, eu confio nele.- Cecilia disse.
- Certo.- Ele assentiu.
- Devíamos ir para lá agora, assim não perdemos tempo.- Minha mãe disse.
- Eu concordo.- Falei.
- Kimberly tem razão.- Patrick disse, minha mãe olhou para ele, não como se ele fosse um idiota, mas como se ele fosse um amigo, um amigo verdadeiramente próximo, fiquei feliz pelo fato dos dois começarem a se entender, eu tinha quase certeza de que logo Patrick seria meu padrasto, e eu me preparava psicologicamente para esse fato.
- Certo, príncipe Theodore, pode preparar sua nave.- Ryan concordou.
Olhei para Hope, ela estava parada em frente a um pequeno bosque.
- Hope?- Chamei.
Ela começou a correr e do nada o chão em que ela corria se rachou e ela caiu em um lugar abaixo do solo.
- Hope!!!- Drew gritou e foi correndo até ela, logo o chão em que todos estavam se rachou, eu caí em um lugar escuro, a poeira pairava no ar e começei a tossir, olhei em volta, a única luz que nos iluminava era a do sol, senti algo se grudar a minha cabeça, como um óculos.
Algo tapou toda a luz existente no local, vi um telão ser ligado, me estonteando por alguns segundos, logo vi nitidamente a imagem de Corine.
- Bem-vindos ao Jogo das Ilusões meus ratinhos.- Ela gargalhou.- Vocês sabem que eu amo jogos, então vamos começar...os óculos conectados às suas cabecinhas de vento serão responsáveis por causar ilusões em vocês, cada um verá coisas que pode assustá-los, quem sabe deixá-los loucos ou paranóicos, ou até esquizofrênicos, vocês vão gritar, correr e não vão sair daqui.
Boa sorte Nick e Patrick, quanto ao resto, morram.- Ela sorriu cinicamente e a tela escureceu, tudo se clareou do nada, em um instante eu não estava mais naquele lugar subterrâneo e sombrio, eu estava no Hemmingway, olhei ao redor, eu apenas andava pela mesma sala em que Armstrong matou meu pai, eu senti um frio percorrer minha espinha, meu coração batia rapidamente, eu tentava não me desesperar, eu escutava os gritos dos outros integrantes do grupo, eu tentava acreditar que ainda estava no subterrâneo, mas era difícil, eu não conseguia pronunciar uma palavra sequer, eu apenas escutava atentamente o som do ambiente, que se misturava com o som de meu coração batendo e a minha respiração falhava, eu sentia a adrenalina percorrer meu corpo, me eletrizando, me dando choques imperceptíveis consecutivos, eu só não sabia se isso era uma coisa boa ou ruim.
Isso é loucura...eu sou maníaca, como ela pode provocar tanto medo em alguém? Darkness é a escuridão, ela sabe seus piores pesadelos, ela só os trouxe a realidade com o Jogo das Ilusões.
Do nada eu vi sangue escorrer do teto, eu seguia as gotas com o olhar, todas pareciam levar a uma porta, eu caminhei devagar até a porta e parei diante dela, respirei fundo, coloquei a mão na maçaneta e abri a porta vagarosamente, eu ouvia sussurros, murmúrios, tudo estava escuro, ouvi o barulho de passos pesados correndo no ambiente, tudo parecia real, era uma ilusão tão perfeita que eu estava caindo nela.
Eu ouvi gritos dentro do lugar e as luzes se acenderam, então eu vi todos os integrantes do grupo, inclusive aqueles que já se foram, todos sangravam, todos tinham uma faca cravada na barriga, coloquei a mão sob a boca horrorizada, do nada todos se levantaram e a porta se fechou bruscamente, os olhos de todos estavam cinzas, eles caminhavam em minha direção, em sincronia, todos os passos na mesma direção e ao mesmo tempo.
- Você fez isso.- Os sussurros de cada um diziam, eu balançava a cabeça negativamente.- Morra.- Eles começar a sussurrar, eu corri até a porta e tentei abrí-la, mas estava trancada de algum modo, eu começei a bater na porta desesperadamente, até que me virei para olhá-los, todos apontavam armas pra mim, eles começaram a chorar sangue, senti os tiros consecutivos me atingirem a caí no chão, num instante, o incômodo causado pelas "balas" sumiu, abri meus olhos e eu não estava mais no Hemmingway, eu estava em um lugar desconhecido, haviam vários espinhos de gelo e flocos de neve caíam, o sangue de alguém desconhecido escorria pelo gelo e caía em cima de uma rosa branca, eu olhei para uma pequena casa, respirei fundo, me levantei e entrei...

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora