Escuridão: Parte um

846 78 7
                                    

- Purity, foi criada para acolher maníacos que se opõem à crueldade que Darkness está cometendo, vocês são os primeiros humanos neste local, consideren-se especiais e saibam que eu adoro humanos.- A mulher idosa dizia gentilmente com um sorriso terno no rosto, estávamos sentados em círculo no meio do subsolo florido, Purity era realmente um lugar puro, até o ar parecia ser melhor de se respirar.- A propósito, o meu nome é Odette Sulliven, sou uma das comandantes de Purity, desejo que tenham uma ótima estadia aqui, se puderem nos ajudar a acabar com Darkness seríamos todos extremamente gratos...lembrem-se: "A pureza sempre vence a escuridão".
Todos os outros maníacos presentes repetiram a frase, como um lema a ser seguido ou uma promessa a ser cumprida, ou simplesmente uma esperança em comum.
Do nada escuto o barulho dos aplausos sonoros dos Puros, me senti alegre por predenciar aquilo, todos estavam alegres, Lori e Flynn trocavam olhares sinceros, eles se beijaram em meio aos aplausos, Castiel se recuperou mais rápido do que imaginei, Fionna repousava a cabeça em seu colo, Nick e Cecilia conversavam sorrindo, minha mãe conversava com Patrick sorridentemente, mas eles não discutiam, não havia ironia, conversavam como amigos, me senti feliz, por mais que Patrick fosse um babaca, ele era um babaca legal.
Eu apenas repetia mentalmente a frase para mim mesma, para meu cérebro, para a pulsação de meu coração, eu esperava do fundo da minha alma que fosse verdade...
***
Eu corria rapidamente, rindo, o capuz branco que eu usava cobria meu rosto assim como a máscara também branca que eu usava, Missy parou de correr subitamente em uma rua com muitos prédios, estávamos apostando uma corrida junto com Nick, Mabel, Flynn, Cecilia, Adalia, Jazmine e Phillip, em uma área perto do centro de Washington.
- Você corre muito mais que eu! É impossível ganhar de você, só as naves de bombardeio de Darkness ganham de você!- Ela argumentou irritada por ter perdido.
- Você corre muito garota.- Phillip disse ofegante.
- Não vale, você tem o soro de Era.- Adalia sussurrou.
Eu apenas ria dos comentários.
- Da próxima vez acho melhor a gente só pegar os aparelhos para o Dennis e pro Kai.- Jazmine ironizou.
- Socorro!!!- Um grito repentino e alto invadiu o ambiente, interrompendo a conversa tranquila, fiz um sinal para que entrassem no prédio próximo a nós e todos obedeceram, subimos as escadas para o primeiro andar rapidamente e silenciosamente, entramos em um quarto do prédio, fechamos a porta e fiquei olhando discretamente para a janela, vi um carro chegando e um homem correndo desesperadamente, ele sangrava muito, o carro o cercou e alguns homens vestidos de soldados desceram, eles amarraram o homem, logo uma mulher vestida de preto e  com um machado saiu do carro, ela saía arrastando o machado enorme e brilhante no asfalto desgastado, percebi que se tratava de Isabelle, eu coloquei minha mão sob a boca.
- Presidente Darkness, por favor, eu imploro a sua clemência, eu tenho família!!! Pelo amor de Deus!!!- O homem dizia desesperadamente.
- Deus não salvará a sua alma agora, ele quer te ver no inferno, só estou colaborando com isso.- Ela disse com frieza.
- Você é um demônio!!!- Ele gritou, ela deu uma gargalhada sarcástica.
- Não meu caro, eu sou o próprio diabo.- Ela disse passando a mão em uma tinta preta que os guardas trouxeram, ela marcou a testa dele com um ponto.- Vou lhe dar uma última chance, aonde Purity se localiza?- Ela perguntou com uma frieza sobrenatural.
- Eu prefiro queimar no inferno do que ser seu cúmplice no que você faz!!!- Ele trovejou, ela revirou os olhos.
- Sabe qual o meu problema? Eu não tolero rebeldes como você!!!- Ela gritou irritada, sua voz hostil ecoou pela rua, ela cortou a cabeça dele com machado e chutou como se fosse uma bola, como se fosse nada, ela o reduziu ao lixo, o olhar petrificado e macabro da cabeça estava paralisada no chão, eu quase gritei, Flynn me puxou para longe da janela.
- Calma Ly.- Ele sussurrou, voltei para a frente da janela, ela olhou em minha direção, meus olhos ainda estavam cobertos pelo capuz, mas Darkness já sabia que os Puros se vestem assim, ela deu um sorrisinho diabólico, Jazmine veio para a janela.
- Estão colocando óculos dr visão noturna!- Ela exclamou.
- Jazzy sai daí!- Phillip a puxou e a envolveu nos braços para que não olhasse para a janela, ele sabia que podiam nos ver.
- Pra que os óculos se está de manhã?- Missy perguntou com a voz trêmula, então a energia do prédio acabou.
- Droga, eles desligaram a energia!- Nick disse, deixei as cortinas abertas para que pudéssemos ver melhor, Mabel tentou abrir a porta loucamente.
- Tá emperrada!!!- Ela exclamou, eu ouvi passos de pessoas subindo as escadas, eu vi uma faca em cima de uma mesa e a agarrei com força.
- Corram e não olhem para trás!- Eu disse, dei um chute na porta quebrando-a, eles correram subindo para outros andares, desci e vi que a porta principal do prédio estava bloqueada com um portão, era mais resistente do que ferro, dei um soco e minha mão ficou instantaneamente dolorida, e o metal só amassou, talvez fosse titânio, eu não tinha certeza, escutei uma risada sombria e reconheci a voz no mesmo momento.
- Pura, revele-se.- Ela disse.
Eu fiquei em silêncio, ela iluminou meu rosto com uma lanterna e começou a rir.
- Lydia? Se tornou uma pura?- Ela perguntou.
- É melhor do que ser uma ditadora psicopata.- Retruquei, ela riu.
- E já fala como um deles, você é hipócrita Lydia.
- E você é uma vagabunda.- Eu rebati ferozmente, ela tinha conseguido meu ódio, mas do que Lisbelle já conseguiu.
- Ah vai dizer que a clone parece uma vagabunda?- Ela ironizou.
- Vai pro inferno Isabelle!- Esbravejei, ela arremessou uma faca em minha cintura, eu fiz uma careta de dor e a retirei.
- Isabelle Corine morreu Lydia, eu exijo que me chame de Darkness.
Eu tentei atacá-la, mas as luzes se apagaram, eu não conseguia ver nada, mesmo que minha visão se acostumasse com a escuridão do prédio, eu subi as escadas cuidadosamente, me orientando pela parede e pelos móveis, uma música sombria tocada em um piano ecoava pelos corredores, Isabelle ligou o som, eu sentia calafrios, meu coração batia fortemente dentro de meu peito, eu simplesmente continuei andando pelo escuro, eu ouvi um grito, era a voz de Missy, eu corri seguindo o som, quando cheguei no quarto em que o som vinha, eu abri as cortinas da janela e pude ver um soldado caído no chão, ele havia sido esfaqueado repetidamente, Missy segurava a faca ensanguentada trêmula.
- Missy!!!- Exclamei, ela começou a chorar, largou a faca e me abraçou.
- Eu tô com medo Ly.- Ela disse me apertando com força, por mais forte que ela fosse eu sabia o medo que ela estava sentindo naquele momento, eu sentia o mesmo medo, sentia que iríamos morrer, mas eu tentava acreditar no contrário.
- Missy temos que achar os outros.
Ela assentiu.
- Só pega isso.- Ela pegou uma pequena lanterna e me deu.
- Obrigada.- Sorri gentilmente.
Caminhei até a porta.
- Lydia?- Olhei para ela e a iluminei com a lanterna.
- Que foi?
- Eu só quero te contar uma coisa...se acontecer alguma coisa com a gente eu quero que saiba que você é como uma irmã pra mim...sem brincadeira.- Ela disse dando um sorrisinho.
- Somos parecidas Missy, muito parecidas.
- Eu gostaria de ser corajosa como você Lydia...sei que está com medo mas você não demonstra temer por si mesma, você demonstra temer pelos outros.
- Quem me ensinou isso foi você Missy, se lembra de quando me disse que maníacos tem uma grande capacidade de empatia? Era verdade.- Eu falei sarcasticamente, ela riu.
- Certo "vossa alteza" precisamos ir.- Ela ironizou, eu apenas ri, assim que pus os pés no corredor escuro e frio eu bati a cara na realidade de uma maneira que ninguém gosta de se bater...

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora