Washington: Parte um

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- Se quisermos vencê-la, temos que ter alguma noção básica de como ela costuma atacar, ou pelo menos como seus "Assassinos" atacam por ela...precisamos saber o que Isabelle faz em Washington, eu tenho que tentar falar com Isabelle.- Eu disse nervosa, depois do que aconteceu com Fionna e Castiel percebi que ela está conquistando maníacos nos Novos Estados Americanos muito rápido, e temos que tentar acompanhar esse ritmo quem sabe até ultrapassar esse ritmo isso só facilitará sua queda.
- Pelo que sei a Nova América tem a maior concentração mundial de maníacos com a quarta fase da morbo, é quase suicídio Lydia.- Kai argumentou, eu sabia o quanto ele se preocupava, minha vontade era de dizer que não havia necessidade para tamanha preocupação, mas minha pequena felicidade momentânea me impediu de fazer isso, pois por pelo menos alguns milésimos de segundos eu sabia que tinha amigos em quem podia realmente confiar.
- Eu sei, por isso não vou levar o grupo todo, só levarei aqueles que considero capazes de confundir Isabelle...- Eu disse um pouco pensativa.
- Quem exatamente?- Ele perguntou levantando as sobrancelhas.
- Você, Mikuno, Mabel, Nick, Flynn, Axel e Sean, vocês são os melhores em luta e tecnologia, sabem exatamente como confundir ela, não sabemos o que nos aguarda então não temos um plano exato...- Eu disse.
- Nick luta bem?- Kai perguntou irônicamente.
- Consideravelmente, mas Isabelle nunca iria ferí-lo, de maneira alguma, assim como Mabel, ela é boa com armas e luta razoavelmente mas Isabelle não faria nada para machucá-la.- Respondi, ele riu.
- Não a subestime, aquela mulher é completamente maluca, ela tem problemas mentais extremamente graves.- Ele ironizou.
- Sei disso.- Respondi dando um sorriso irônico.
Me lembrei da seriedade da situação e de repente minha ironia se transformou em frieza.
- Convoque aqueles que chamei para a missão em Washington.- Ordenei apressadamente.
- Ok.- Ele assentiu e saiu da sala em passos rápidos.
Fiquei olhando pela janela por algum tempo, eu odiava o cenário através das grades do NEGL, tudo em reconstrução, o dia nublado ameaçava dar início à uma chuva avassaladora, logo os primeiros pingos começaram a cair, e ao contrário do que pensei, a chuva era serena ao invés de avassaladora.
- Lydia!- Ouvi a voz de Axel e me virei, vi ele assim como os outros convocados.
- O que foi?- Perguntei tranquilamente.
- O que está propondo é quase como apontar uma arma para nós mesmos e colocar o dedo no gatilho, entende o que quero dizer?!- Ele perguntou nervoso, eu continuava inexpressiva diante da situação.
- Se acha que é quase suicídio saiba que nós só teremos idéia do que vai nos atacar futuramente.- Argumentei, ele arqueou as sobrancelhas.
- Isso pode custar a sua vida.- Ele disse.
- Não é novidade.- Levantei as sobrancelhas e balançei a cabeça.
- Lydia, se algo acontecer com algum de nós, como vamos suportar mais uma morte?- Ele perguntou em tom desfiador, como se quisesse me drixar sem resposta.
Dei um passo a frente.
- Escutem-me, a missão de Washington é extremamente perigosa, mas se nós não tentarmos tudo vai ser pior, o grupo inteiro estará vulnerável, seus pais, seus amigos, todos que já conheceram aqui vão padecer...eu quero saber quem está disposto a lutar, a superar cada desafio, a se sacrificar pelo resto de nós, quero saber quem está disposto a morrer! Talvez não voltemos vivos, mas isso não significa que o grupo morreu, pensem nas pessoas que amam.- Eu disse em tom encorajador, eu não quero que morram, quero que lutem, só um ato de bravura pode te salvar de uma morte inevitável e insignificante, eles são meus amigos e eu tenho a confiança de que voltaremos bem, só preciso da bravura deles.
- Eu vou, minha mãe já foi longe demais com isso.- Mabel disse ajeitando a postura, dei um sorriso amigável mas logo voltei a seriedade de antes.
- Eu concordo com minha irmã.- Nick disse, os dois se olharam, sorriram e deram um passo a frente.
- Já me viram recusar uma batalha?- Flynn ironizou e deu um passo a frente, eu apenas sorria, deixei toda e qualquer seriedade e frieza de lado.
- Pela e minha filha e por vocês.- Sean argumentou antes de dar um passo a frente novamente.
- Por vocês, eu vou.- Mikuno disse olhando para Kai, ele deu um sorriso orgulhoso, por mais que não parecesse às vezes a irmandade entre os dois era muito forte.
- Nós vamos.- Ele disse querendo corrigí-la de brincadeira, ela riu, os dois deram as mãos e deram um passo a frente.
Olhei para Axel, ele continuava sério.
- Então?- Perguntei no mesmo tom desafiador que ele lançou para mim, assim que percebeu a ironia deu risada, me surpreendi quando ele deu um passo a frente.
- Por você...- Ele sorriu irônicamente e deu outro passo, se aproximando de mim.
-...Por meus pais...- Ele disse, eu sorria levemente, ele deu outro passo a frente, ficando muito perto de mim, levantei uma de minhas sobrancelhas.
-...Pela Nova Inglaterra.- Ele finalizou.
- Você não cansa mesmo de ser exibido, não?- Perguntei em voz baixa, ele riu e olhou para mim profundamente em meus olhos verdes, eu desviei o olhar.
- Ok, vamos nos preparar, temos muito o que fazer...
***
Eu olhava para Washington e me surpreendia a cada instante, a primeira coisa que vi através da nave foi a Casa Branca sendo reconstruída, quase pronta, a cidade inteira estava sendo reconstruída, mas tudo estava silencioso e calmo, me dava calafrios, ninguém sabe o que pode haver no meio desse silêncio todo.
Kai pousou a nave em uma rua totalmente vazia, eu segurava minha metralhadora firmemente, passava o dedo sobre o gatilho a todo o momento, investi a maior parte da minha concentração em cada ângulo do ambiente, pelo menos no chão e nos estabelecimentos ao redor de nós.
Me assustei quando escutei uma sonora gargalhada, o barulho do microfone ecoou pela cidade.
- Acharam mesmo que iriam chegar na minha cidade e que eu não saberia? Eu tenho olhos por toda a parte...- Me lembrei que maníacos como Isabelle costumam usar metáforas para confundir humanos, olhei para muitos lugares no mesmo ambiente, percebi que haviam câmeras em todos os lugares, atirei em cada uma das câmeras sem hesitação, a mesma gargalhada preencheu a cidade novamente.
- Que feio Lydia, não é muito legal eliminar câmeras quando o show está prestes a começar...vai bombar, soldado Flynn...- Olhei para Flynn.
- Não se mexa.- Eu disse, ele respirou fundo e engoliu em seco.
Prestei atenção em cada ruído, ouvi um barulhinho que repetia mais rapidamente a cada segundo, puxei Flynn e o arremessei para outro lado da rua, corri e ouvi a explosão, foi como se eu perdesse a noção por alguns segundos, parte da explosão me atingiu, eu sentia minha perna arder, me agoniava, as vozes estavam mais abafadas, logo minha audição voltou ao normal.
Me levantei segurando minha arma, fazendo uma careta de agonia.
- Ly, você está bem?!- Axel perguntou.
- Foi só uma...explosão.- Eu disse.
- Obrigado.- Flynn disse.
- Disponha.- Falei tentando retornar a minha tranquilidade, eu respirei profundamente, a sensação de ardor ia sumindo aos poucos.
- Parabéns princesa Lydia, suas capacidades são ágeis e admiráveis, seu raciocínio rápido é fascinante...Você é uma ameaça a mim, é uma pena...se estivesse no meu exército seria tão útil.- Olhei para cima e vi um drone, nos observando.
- Eu nunca pertencerei ao seu exército!- Exclamei.- Você é doente! Tem problemas! Isabelle para com isso, pense no Patrick, na Mabel, no Nick, no Rid.- Tentei convencê-la.
- Minha família é simplesmente quase perfeita, é uma pena que tenham se juntado a vermes como vocês.
Nick e Mabel se entreolhavam.
- Eu vou te dar um nome: Erika Sanderson, "Era" para facilitar para você, se por acaso percebeu você está se tornando igual a ela.- Eu disse.
- Eu odiava "Era"...- Dei um suspiro, temporariamente aliviada.-...Mas descobri que ela é um exemplo a ser seguido.
- Porra mãe!!!- Nick se irritou e atirou três vezes consecutivas no drone.
- Nick, se acalma.- Mabel o tranquilizou.
- Se eu fosse qualquer um de vocês, eu me prepararia, vai chover.- Franzi as sobrancelhas, olhei para o céu e vi uma nave chegando.
- Merda, corram agora e se protejam!!!
O grupo correu, logo ouvi as explosões todos nos separamos, entrei em um lugar seguro, me escondi, a luz oscilava, ouvi uma música, era como uma música de ninar para crianças, senti um medo profundo, coloquei o dedo no gatilho e andei pelo local, percebi que era uma loja de brinquedos, eu via brinquedos espalhados pelo chão, pisava neles.
- Socorro.- Eu vi uma menininha chorando, seus cabelos cacheados cobriam seu rosto.
- Qual o seu nome?- Perguntei abaixando a arma lentamente.
- Zoë.- Ela respondeu com uma voz fraca e trêmula.
- Não vou machucar você.- Eu disse.
Ela não parava de chorar, me aproximei dela e me sentei ao seu lado, me surpreendi quando ela pegou uma canivete e fez um corte em minha testa, me distraí estupidamente com o ferimento, senti um impacto forte em minha cabeça e caí no chão, olhei para a garota, ela tinha uma expressão fria e segurava um bastão de beisebol.
- Tem razão, você não vai me machucar, eu vou machucar você.- Ela bateu em minha cabeça com o bastão mais uma vez e senti minha visão ficar embaçada, ela se enfureceu por eu ainda estar acordada, ela deu uma última batida com o bastão e minha visão foi escurecendo aos poucos, logo fiquei inconsciente...

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora