Liberty day

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- Scott!!!- Vi Lisbelle vir correndo em direção à ele, ela se ajoelhou ao lado dele e começou a chorar.- Meu amor, levanta!!- Ela o sacudia levemente e depois olhou para mim.- Você matou ele!!!- Ela disse entre as lágrimas que não conseguia conter, eu estava incrivelmente chocada.
- Lisbelle...ela foi a informante o tempo todo, ela atrapalhou tudo desde o início, tudo foi planejado por Lisbelle Campbell Corine, ela observava nossos passos e contava tudo para Armstrong.- Resmunguei incrédula, as lágrimas de Fionna caiam sem parar.
- É, fui eu, esse tempo todo era eu...- Lisbelle disse enraivecida enquanto chorava profundamente.
- Sua vaquinha do inferno...foi por sua causa que...- Fionna disse ainda com ódio.
- Que seu pai mandou matar a sua mãe? Sim.- Ela parou de chorar um pouco e começou a rir cinicamente.
Fionna começou a chorar mais ainda.
- Sua vagabunda...você acabou com a minha vida.- Fionna disse franzindo as sobrancelhas e tentando se acalmar, Lisbelle riu mais uma vez em meio às lágrimas.
- A vagabunda aqui conseguiu tomar o lugar da sua mãe.- Foi como se os olhos castanhos de Fionna pegassem fogo, as lágrimas caiam incessávelmente, ela apontou a arma para Lisbelle.
Abaixei a mão dela e ela olhou para mim furiosamente.
- Valeu a pena para vê-lo morrer?- Perguntei provocando-a, ela olhou para mim com raiva e continuou chorando, ela se deitou ao lado do corpo sem vida de Armstrong e chorava sem parar.
- Deixe-a viver, ela merece carregar essa culpa nas costas.- Sussurrei, Fionna se acalmou e enxugou as lágrimas, ela olhava para Lisbelle com desdém, minha mãe veio em nossa direção correndo.
- Filha! Lydia...você conseguiu!- Ela disse me abraçando, eu retribuí o abraço sorrindo.
Lembrei-me de Axel e olhei para ele, ele ainda estava ferido, corri até ele, olhei para o ferimento em sua perna.
- Me perdoa.- Eu disse.
- Você precisou, eu teria matado você.- Ele confessou tristemente, ajudei ele a se levantar, ele fazia caretas de dor.
- Dói muito?- Perguntei nervosa.
Ele apenas balançou a cabeça negativamente, logo todos os integrantes foram chegando, eu não sabia bem o que iria acontecer a seguir, eu só sabia que todos comemoravam a morte de Scott Armstrong, o homem que quase destruiu uma nação inteira e por sua ambição acabou tentando destruir outras também.
Tudo o que acontecesse futuramente, seria melhor do que esse homem foi para o país.
Eu tinha a certeza, a Nova América estava em paz...
***
(Três dias depois)

- Cidadãos e cidadãs da Nova América, é com grande orgulho que eu anuncio hoje, dia vinte de Agosto de dois mil e cinquenta e cinco o Liberty Day, o período de três dias depois da morte de Scott Armstrong.
Quero agradecer muito ao príncipe da Nova Inglaterra, Theodore Harrison e principalmente à princesa da Nova Inglaterra, Lydia Sparks, sem eles e seu grupo nunca teríamos alcançado a liberdade que conquistamos hoje.
Reconheço que meu pai não era um bom homem e vou fazer o possível para governar melhor do que ele...- Fionna dizia através do microfone.
Missy segurava minha mão e a balançava alegremente.
- Meninas?- Axel disse no meio da multidão, olhei para ele e sorri.
- Theo...- Sussurrei com uma felicidade inexplicável e súbita me preenchendo por dentro.-...O que foi?- Perguntei.
- Tem um tal de Sean Palmer querendo ver Missy.- Ele ironizou, Missy franziu as sobrancelhas e logo um homem de cabelos castanhos e de pele pálida assim como ela apareceu.
- Pai!!!- Missy gritou e correu para abraçá-lo, ele começou a rir.
- Ah minha linda, como eu senti sua falta.- Ele disse suspirando, eu sorria, Axel olhou para mim com um sorriso irônico no rosto.
- O que foi?- Ele perguntou levantando as sobrancelhas ainda com uma expressão irônica.
- Ela lembra a mim mesma quando eu era menor.- Eu disse rindo.
- Uau, então você era mesmo uma rebelde não é?
- Acho que é o que sempre fui.- Eu sorri sarcasticamente.
- Qual é Lydia, fazer uma identidade falsa, fugir do país, trair a nação, e depois virar uma nação inteira contra o presidente não são atos de rebeldia.- Ele brincou ainda sorrindo.
- Por que você é um frouxo, não sabe como é.- Retruquei rindo.
- Me chamou de que? Pode repetir?- Ele perguntou puxando minha cintura para que eu ficasse mais perto dele, eu podia sentir seu coração batendo aceleradamente enquanto ele continuava com a mesma expressão irônica no rosto.
- Frouxo.- Repeti ainda sorrindo.
- Ah é?- Ele perguntou dando risada.
- É sim, além de ser um trouxa que não sabe de nada.- Eu brinquei, ele riu e começou a beijar meu pescoço.
- Quer dizer que eu sou frouxo?- Ele perguntou colocando meu cabelo para o lado.
- Sim.- Afirmei novamente, ele começou a rir enquanto continuava beijando meu pescoço.
- Ly...- Ele disse baixo em meu ouvido e começou a mordiscar minha orelha levemente, eu ri.
- Axel...- Sussurrei e beijei a boca dele com vontade, eu beijava ele repetidamente, podia vê-lo sorrir entre as pausas dos beijos, eu sorria também.
- Eu acho que vou ter que aturar um frouxo a minha vida inteira...- Eu disse rindo.-...Aonde fui me meter?- Ele gargalhou.
- Não deveria ter se apaixonado por um cara como eu, não acha?
- Já era.- Eu disse beijando-o de novo, ele passava as mãos pelas minhas costas e pela minha cintura, me senti completa e inteiramente feliz.
Saímos da multidão rindo e nos deitamos na grama, eu olhava profundamente para seus olhos azuis, eu sabia que havia encontrado um porto seguro, depois de tudo o que já passei apenas por acreditar na liberdade...e ela finalmente veio, foi bem melhor do que eu esperava, eu me lembrava de tudo, o que já havíamos passado, e pensei "conseguimos", sorri ao ter esse pensamento olhei para o céu, eu quase podia ver meus olhos brilharem, olhei para Axel novamente e ele sorria, era um sorriso tão sincero e bonito.
- Que foi?- Perguntei sorrindo confusamente.
- Você.- Ele disse fazendo com que eu risse um pouco.
- Axel Harrison, eu absolutamente amo você.
- Lydia Sparks, amo você para sempre.- Ele disse me beijando suavemente, fazendo com que eu sorrise, a luz fraca do pôr do sol batia na campina em que estávamos, até as flores murchas haviam adquirirido beleza, o céu tinha uma coloração variada a cada instante, eu respirei aquele ar puro e senti que finalmente havia encontrado todos os motivos do mundo para ser feliz.
Vi Missy aparecer correndo, ela sorriu ao nos ver, ela olhou para o horizonte, a luz do sol batia em seus cabelos castanhos deixando-os mais claros, ela veio até mim e colocou uma coroa feita com pequenas flores em minha cabeça, eu dei um sorriso e ajustei a coroa em minha cabeça.
- Acabou?- Missy me perguntou suspirando e sorrindo, ela continuava fitando o horizonte tranquilamente.
Refleti rapidamente sobre a pergunta dela e apenas sorri com a mais pura e profunda felicidade do mundo me invadindo.
Agora finalmente compreendo, quando minha mãe disse que tudo tem uma história, ela estava falando a verdade, eu estou vivendo a minha história, pode não ser lendária ou um marco importante para a história mas eu estou vivendo ela, eu finalmente entendi que todos os elementos da minha história querem que eu permaneça feliz, e eu ficarei, enquanto estiver sendo alimentada e fortalecida pela luz do sol eu estarei feliz...

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora