- Povo de Nova York, saiam de seus esconderijos agora!- Fionna disse através do microfone.
Algumas pessoas começaram a aparecer e sair de lugares.
Ouvi sussuros que diziam coisas como: "É ela, é a filha do presidente." "Como ela pode estar aqui se ele não está?"
Eles devem odiá-la, eu, mesmo conhecendo a garota há pouco tempo tenho a sensação de que ela não faria nada para nos machucar, por alguma razão ela parece ser diferente do pai, ela não despreza o povo como se fossem lixo, ela fala com ele e os incentiva a lutar, ela treinou conosco e mostrou habilidade, principalmente em lutas, tenho que reconhecer que ela é uma ótima estrategista também.
Se ela chegar a ser a presidente oficial da Nova América algum dia, tenho certeza de que governará muito bem.
- Vocês querem continuar com essa vida?! Sendo humilhados?! Vivendo escondidos?! Cadê a coragem de vocês para lutar?!
- Só estamos assim por causa do seu pai!- Um homem que a assistia gritou.
- Isso não significa que sou igual a ele, eu sou só uma parte dele e essa já morreu há muito tempo, quando resolvi escolher meu caminho...vocês ainda tem escolhas, eu só peço a vocês que não escolham errado.
O homem pareceu constrangido, Fionna olhou para mim e se aproximou colocando a mão no meu ombro.
- Esta garota, Lydia Sparks Rogers, meu pai a acusou como uma criminosa e a sentenciou à morte, mas eu descobri que ela não é uma criminosa, ela foi uma rebelde que lutou pelo que acreditava, ela abandonou o seu lar e fugiu do país, foi para a Nova Inglaterra e se tornou a princesa do país, ela é uma guerreira pelo simples fato de correr atrás de algo que parecia impossível em nosso mundo, a revolução começa agora, eu não aprovo as leis de meu pai e vou lutar com a minha vida para salvar esse país dessa situação catastrófica, eu só preciso saber, quem está comigo.- Ela disse olhando, eles hesitaram, tinham receio e medo.
- Podemos trazer as vidas de vocês de volta, se estiverem dispostos a fazer esse sacrifício, por seus filhos, pelos filhos de seus filhos e pelas gerações futuras, venham comigo, mas se quiserem ficar na escuridão desses prédios imensos, se quiserem passar o resto da vida de vocês com medo, fiquem aqui e esperem pelo pior.
Agora, quem está comigo?!- Uma multidão saiu de prédios e veio correndo por ruas, todos gritavam.
- Vocês são o novo exército americano, nós somos as regras da Nova América, e enquanto Scott Armstrong nos oprimir, nos tratar como se fôssemos covardes, mendigos e escravos, a nossa bandeira não terá significado para ele.- Ela disse pegando uma pequena medalha com o desenho da bandeira dos Novos Estados Americanos e jogando-a no chão, a multidão gritava e aplaudia, como se estivessem esperando uma iniciativa como essa há tempos.
Foi aí que tive uma conclusão, todos podemos ter um poder maior, só precisamos de coragem, fé e esperança para usá-lo corretamente.
O povo americano tem poder, nós somos como um só, mesmo com todas as diferenças existentes entre nós, continuamos mantendo a cabeça erguida, acreditando, visando um futuro melhor para a nação...eu tenho que concordar com Fionna, a revolução está só começando.
- Você precisa ficar aqui Fionna, não vai dar de levar um exército para o galpão em que estamos.- Axel disse em tom sério.
- Tem razão, então vamos ficar com eles no Emperor Building.- Ela apontou para um edifício enorme.
- Ok, e vê se não faz nenhuma besteira.
- Eu não sou burra príncipe Theodore, não se preocupe, Castiel vai cuidar muito bem de mim.- Ela disse sorrindo de um jeito estranho.
***
- Isle?- Perguntei em voz baixa, ele chorava silenciosamente encostado em uma parede, mas seu rosto já estava vermelho.- Eu sinto muito Isle...Irisha era uma pessoa boa.- Eu disse fazendo-o chorar mais ainda.
- Eu fui um péssimo irmão com ela.
- Não diga isso, vocês discutiam mais eu sei que vocês se amavam.
- Eu podia ter sido melhor, ter prestado mais atenção no que ela me dizia, ter escutado as palavras dela, ela sempre foi mais madura do que eu.
- Sei que as lembranças doem, mas são elas que mantém as pessoas que amamos vivas dentro de nós.
Ele começou a rir enquanto chorava.
- Uma vez, quando tínhamos treze anos de idade nós estávamos assistindo um filme de guerra, o irmão perdeu a irmã nessa guerra, se tornou um homem frio e cruel...se eu soubesse que ela tinha me pedido para ser forte eu teria sido diferente.- Ele disse com a voz falha, ele estava sofrendo muito, eu sabia que era passageiro, mas algo passageiro assim pode dilacerar seu coração às vezes.
- Isle...ela te pediu para ser forte, você vai realizar o pedido dela?
- Como?
- Tenha em mente a certeza de que tem alguém esperando por você na Nova Inglaterra.- Eu disse na tentativa de animá-lo, ele deu um sorrisinho.
- Eleanor...- Ele sussurrou.-...Eu queria que ela estivesse aqui.- Ele disse sorrindo e enxugando as lágrimas.
- Eu também, mas ela vai ficar bem lá, ela sabe se virar sozinha.
- Tomara.
- Eu tenho certeza Isle.
- Valeu Ly, você é uma amiga importante nessas horas.
- De nada, e vê se melhora essa cara, está parecendo um peixe morto.- Brinquei e ele riu.
- Ok.
- Pelo visto já está melhorando.- Missy ironizou enquanto atirava flechas em um alvo.
- Um pouco.- Ele respondeu.
- Sinto muito Isle, mas não fica triste, vai ficar tudo bem.- Ela pegou uma maçã, jogou para cima e disparou a flecha, a flecha perfurou a maçã e ela conseguiu acertar o alvo.
- Parabéns Missy.
- Tá bom, mas ainda não está perfeito, eu não acertei o centro do alvo, quando eu conseguir estará perfeito.
- Não sabia que você era tão perfeccionista assim.- Ironizei,ela começou a rir e atirou uma flecha no centro do alvo.
- Não é perfeccionismo, é calculismo, é a mesma coisa do que jogar uma faca para acertar a cabeça de alguém e acertar o ombro.
- E você calcula tão bem a ponto de não querer errar?- Perguntei de modo sarcástico.
- É uma questão de sobrevivência, nesse mundo é viver ou morrer.
- Você tem razão.- Eu disse.
- E o seu pai?- Isle perguntou, fazendo-a parar o treino.
- Ainda está no exército de Armstrong...mas ele vai sair de lá quando puder eu tenho certeza!
- Não se preocupe, tudo será resolvido, uma hora ou outra Armstrong vai padecer sob a revolução americana, os dias daquele homem estão contados.- Eu disse.
- Concordo com você, mas ainda prefiro as flechas e as maçãs, são mais eficientes como calmante do que vocês dois juntos.- Ela ironizou, eu e Isle começamos a rir.
- Droga!- Ouvi Axel dizer em voz alta, Missy olhou para mim assustada.
- Eu vou ver o que houve.- Eu disse e corri para onde ele estava.
- Axel?
- Oi...foi mal se eu gritei alto demais.
- O que foi?
- Armstrong, ele não está aqui, ele está no Canadá...por que raios ele iria para lá?
- Porque o Hemmingway foi destruído, e tem alguém no Canadá que pode ajudá-lo.
- Quem?
- No dia em que eu fui condenada a câmara de gás, ele me apresentou um maníaco, Nathan Heathcliff era o seu nome, é o líder dos maníacos do Canadá.
- Lydia a população canadense inteira está infectada.
- Então ele deve ser uma espécie de presidente.
Ele respirou fundo.
- Mas que saco!- Ele exclamou socando uma parede.
- Axel fica calmo, ok?
- Ok.- Ele disse tentando se acalmar.
- Qual é o próximo passo?
- Nós temos que ir para a fronteira, conhece alguma cidade perto da fronteira com o Canadá?
- Plattsburgh, é pequena mas é perto.
- Ótimo...então é para lá que vamos...
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Diário de uma rebelde_Livro 2
Science FictionMeu nome é Lydia Sparks Rogers, tenho dezessete anos de idade. Eu sempre fui o tipo de adolescente irresponsável e às vezes imatura; Mas responsabilidade não é uma opção quando há uma Guerra Mundial além de uma epidemia mundial fatal que quase extin...