A volta

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Eu estava deitada em meu quarto, deixando a claridade me consumir e até influenciar um pouco em meus pensamentos, cheguei a conclusão de que estou confusa, não, isso não é ser confusa, eu sou a garota mais indecisa da face da terra! Eu não sei o que faço, eu quero estar com meus pais, quero estar com Axel, quero salvar meu país ou talvez salvar o país deles.
Talvez eu só esteja colocando coisas inexistentes ou idéias estapafúrdias em minha mente, nem isso consigo definir, sou tão complicada quanto um quebra-cabeça.
Escutei batidas em minha porta e fui abrir, a rainha Meredith estava diante de mim, triste e suas lágrimas eram visíveis.
- Rainha Meredith? O que houve?
- Theodore...ele levou um tiro.
Franzi as sobrancelhas e começei a dar passos para trás.
- Ele está vivo?!- Perguntei deixando o nervosismo transparecer em meu tom de voz.
- Graças a Deus, ele levou um tiro no braço e está bem, mas eu fiquei tão preocupada!- Ela ainda chorava.
- Posso ir vê-lo?!- Perguntei, ela me encarou durante alguns instantes.
- Claro.
Ela me levou até a porta do quarto dele, eu bati na porta e ouvi alguém dizer: Entre.
Eu entrei e vi que ele repousava em cima da cama, seu braço forte estava enfaixado, assim que me viu ficou surpreso, eu dei um sorrisinho.
- Ly?
- Theo...
- Eu não queria que me visse assim.
- Deixa de ser palhaço Theo...você está péssimo.
- Sei disso.
- Como isso aconteceu?
- Eu tentei salvar um dos homens que estava gravemente ferido, e acabei levando um tiro, mas o que atirou não era humano, aquilo não era humano e o soldado também não era mais, eu vi os olhos, era um maníaco, sem sombra de dúvida.
- Se espalha tão rapidamente?- Perguntei.
- Eles estão espalhando, mesmo raciocinando acreditam que todos precisam ser maníacos, para restaurar e manter a paz mundial.
- Isso é loucura, vão acabar conosco...já existem casos de maníacos na Nova Inglaterra?
- Sim, não se sabe como, mas por alguma razão, os maníacos ingleses são pacíficos, até agora.
- Quando eu era pequena, minha mãe me contou sobre eles...eram terríveis, se Scott pensa que pode controlá-los ele não pode, maníacos são imprevisíveis, eles farão de tudo para garantir poder e controle sobre o mundo.
- Eu sei, mas alguns simplesmente não vem que a situação é mais avassaladora do que parece ser.
- Que babaquice...isso, é o fim? Eles quase destruíram a terra na época de minha mãe, e estão destruindo a terra agora.
- Se pensa que os americanos são os piores, está enganada.
- Ainda há piores?!- Perguntei enfurecida com toda aquela situação.
- Sim, os canadenses.
- Ah droga!- Exclamei com raiva.
- Lydia, ainda não é nem a metade da parte ruim, tudo está apenas começando.
- Sei disso, e isso me apavora mais do que muita coisa.
- Deve ser horrível para você, tanta coisa para pensar, eu odeio te ver assim Lydia...gosto de te ver sorrindo, feliz, quando você sorri transborda alegria, isso é raro em uma pessoa, você é uma espécie rara Lydia.
- Eu sei, é exatamente por esta razão que me odeio tanto.
- Não deve odiar a si mesma, eu não odeio você, o que sinto por você é o contrário de ódio.- Ele disse fazendo com que eu levantasse as sobrancelhas.- Serei completamente franco com você Lydia, depois de quase morrer eu vim para cá pensando em você, era visível que estava nervosa, mesmo que suas demonstrações fossem mínimas, sei que não é muito emotiva a maioria das vezes, mas mesmo que nos conheçamos a pouco tempo eu já te conheço bem, como se tivéssemos uma ligação, eu te entendo e você me entende, é uma relação mútua...- Ele disse, eu sabia que era verdade, acho que ele havia entendido o que eu sentia por ele, mas mesmo que ele tivesse dito tudo aquilo eu duvidava do que estava tentando dizer.
- Axel...eu...- Sussurrei.
- Eu me apaixonei por você Lydia, mesmo sabendo que você é americana, que mentiu seu nome, eu sei que para você pode parecer loucura, mas é a mais pura verdade.
- Axel, eu não sei, eu também me apaixonei por você...foi só quando te vi partir e saber que poderia te perder para sempre, foi quando abri meus olhos, fiquei com tanto medo de que morresse, mas por enquanto Axel, você só precisa descansar.
- Certo.
- Que bom que está bem.
Eu o abraçei quase esquecendo de seu braço, vi que ele fez uma careta de dor.
- Desculpa.
- Tudo bem.
- Descansa, tá bom?
- Tá.
Eu saí do quarto e a rainha Meredith estava do lado de fora, ela me encarou, e fiquei um pouco sem jeito.
- Vossa majestade, a senhora ouviu alguma coisa?
- Cada palavra.
- Me perdoe, sei que é estranho mas...
- Não peça perdão, você é uma ótima garota para o meu filho, eu quase pude sentir a sinceridade da conversa de vocês, talvez ele tenha encontrado a futura herdeira do trono.
- A coroa nunca foi meu interesse, eu o odiava, eu confesso, mas aí ficamos mais próximos e descobri que de alguma forma, ele me completa, foi quase automático.
- Eu e você somos muito parecidas...Lydia.- Ela realmente escutou tudo, até meu nome verdadeiro.- Mas se você pensar em magoar o meu filho, eu me despontarei muito com você e destruirá esta amizade em passe de mágica.
- Eu nunca faria nada para magoar Axel!- Eu disse em tom mais alto.
- Ele até revelou o nome verdadeiro, o que ele nunca fez antes, Lydia, pense bem, vocês serão felizes juntos.
- Se tudo der certo, eu e ele seremos perfeitamente felizes, eu prometo.
- Ótimo, conversarei com ele, e espero que entendam que você já é a melhor escolha que ele poderia ter feito e que ele é a sua ótima escolha.
- Obrigada rainha Meredith.
- Caitlyn.
- O que?
- Meu nome é Caitlyn.
- Tudo bem rainha Caitlyn...muito obrigada...por tudo.
- De nada.

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora