Ouvi batidas na porta, assim que tive noção do que se tratava me levantei da cama e a destranquei, lá estava Edwin.
- Nós vamos ou não?
- O que você acha?
- Calma aí loirinha.
- Não me chame assim! Idiota!- Bufei, ele apenas sorriu diante da situação.
- Ok, vamos logo, temos pouco tempo.
- Tá.
Eu não quis comer nada, apenas fui com ele, realmente ele não estava mentindo para mim...era o que eu achava. Motivos?
Um: Ele tinha o helicóptero, necessário para que chegássemos em Manchester.
Dois: As configurações do GPS levavam a Manchester.
Três: Passei a ter um pouco mais de confiança nele.
Ele pilotava rapidamente algumas turbulências mas nada demais, ou pelo menos nada que pudesse amedrontar nós dois.
- Não tem mesmo medo de que esse helicóptero caia e exploda?
- Nunca tive medo de morrer, e nem terei.
- Você é mesmo louca não é?
- Quem sabe.
- Interessante, corajosa e completamente louca, é uma garota com mente forte, seria bom se seu espírito fosse forte também.
- O que está insinuando?
- Você convida a morte, não a teme, deve querer suicídio com certeza, isso é fraqueza.
- Como você sabe disso?!
- Meu pai era psicólogo, ele me ensinou muitos segredos da mente humana.
- Uma das razões para que eu não me adapte com você.
- Eu sei loirinha.
- Você me trata como se eu fosse a sua "amiguinha", a muito tempo! Qual é a sua hein?! Por que está fazendo isto?!
- Já te falei.
- Você é frio e tranquilo demais, é óbvio que esconde algo de mim.
- Serenity, acalme-se, vai ficar tudo bem, ok?
- Babaca de merda.- Resmunguei e vi ele revirar os olhos.
- Estamos chegando.- Ele disse em tom nervoso, olhei para o GPS e percebi que ele estava falando a verdade.
Respirei fundo e olhei para baixo, dava para vizualizar perfeitamente o chão os prédios, um dos únicos países que ainda mistura a modernidade e a antiguidade é a Nova Inglaterra.
- Pelo visto gosta do cenário.- Edwin disse.
- Problema?
- Eu achei que Americanos odiassem os países opositores, em todos os sentidos.
- Sou diferente dos outros e já deveria saber, se pensa que sou um monstro como o presidente que me governava está muito enganado.
- Você demonstra ser diferente, é realmente o que diz ser Serenity?
- Achei que conhecesse bem a mente humana.
- Você é quase imprevisível.
- É aí que está Edwin, previsibilidade é uma coisa dispensável em muitos casos.
- Cuidado Serenity, você tem certeza demais das coisas, deve começar a duvidar mais das coisas.
- O que quis dizer?
- Você me entenderá, uma hora ou outra.
- Certo.- Eu disse, ele era estranho demais, quais são suas verdadeiras intenções? Eu não sei, mas ele me advertiu a ser mais cautelosa, e acho que é só do que preciso neste momento.
- Vamos pousar, se prepara.
- Tudo bem.- Apenas cruzei os braços e escorreguei no banco, Edwin riu e logo o helicóptero estava no chão.
- Chegamos, pode sair.- Ele disse sorrindo.
- Tá.
Eu desci do helicóptero e ele fez o mesmo logo ele me segurou para que eu não saísse mais.
- Me larga! Seu merda!
- Serenity, tenho que te contar uma coisa.- Ele disse sério.- Eu menti para você loirinha o tempo todo, sou um caçador de recompensas.- Ele me jogou no chão e logo sete soldados me algemaram.
- Vai pro inferno Edwin!
- Foi mal.- Ele pegou o dinheiro que lhe deram e entrou no helicóptero.
- Qual o seu nome?!
- Serenity Ronan!- Eu gritei irritada.
- Calma aí, precisamos ter uma conversa séria com o chefe!
Eles me levaram para uma nave e eu fui acorrentada lá dentro, eles começaram a pilotar.
Uma garota japonesa, me olhava com pena.
- É...Serenity, não é?
- Sim.
- Quantos anos você tem?
- Dezessete.
- E como foi induzida por Edwin?
- Eu só queria fugir do país, eu não queria nada disso.
- Pensei que vocês fossem monstros...
- Tá vendo?! É disso que eu estou cansada! Eu odeio isso! Meu Deus! Por favor me deixe em paz!- Eu esbravejei e ela pareceu se sentir culpada.
- Claro...me desculpe...- Ela disse quase saindo lugar.- A propósito, o meu nome é Mikuno Fujishima.- Ela sorriu gentilmente e saiu eu queria chorar demais, o que foi que eu fiz? Aonde fui me meter?
Em pouco tempo eu senti a nave parar, percebi que havíamos chegado.
- Serenity?- A mesma garota veio.
- Que foi?
- Precisamos ir.
- Para onde?
- Você descobrirá.- Ela pegou a ponta da corrente e foi me guiando, eu percebi que estávamos na porta do palácio, provavelmente estávamos em Londres.
No portão havia um homem jovem, tinha olhos azuis e cabelos castanhos, eu o encarei com ódio e por alguma razão ele me parecia familiar.
- Serenity Ronan, a fugitiva? Ou é uma espiã americana?
- Eu não sou espiã nenhuma!
- Acalme-se americana.
- Por favor me mate, eu lhe imploro, seja lá quem você for.
Ele me olhou um pouco e franziu as sobrancelhas.
- Fugiu mesmo do seu país?
Eu baixei o olhar.
- Sim.
Ouvi ele dar um suspiro.
- Eu não vou matar você.
- O que?!- Perguntei.
- Você se arriscou demais, merece uma chance de explicar-se, por mais estapafúrdias que minhas palavras sejam.
Eu balançei a cabeça negativamente e franzi as sobrancelhas.
- Afinal, quem é você?
- Theodore...me chamam de Theodore Harrison.
- Mas que...ah...droga...
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Diário de uma rebelde_Livro 2
Science FictionMeu nome é Lydia Sparks Rogers, tenho dezessete anos de idade. Eu sempre fui o tipo de adolescente irresponsável e às vezes imatura; Mas responsabilidade não é uma opção quando há uma Guerra Mundial além de uma epidemia mundial fatal que quase extin...