O coma

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Lydia estava parando de respirar, eu não tinha idéia do que eu faria, eu estou completamente desesperado.
- Mikuno traga uma nave que tenha uma enfermaria até aqui! Agora!- Eu ordenei através do fone, nervoso.
- Theodore, o que houve?!
- A Lydia...vem rápido! Agora!
Desliguei o fone e olhei para Kimberly, ela chorava muito, Lydia havia apenas desmaiado, provavelmente, mas vê-la daquele jeito acabava comigo, eu tentei me controlar ao máximo, mas eu a amo demais.
- Não...- Ouvi Kimberly sussurrar.
- O que disse, senhora Kimberly?- Perguntei em tom de voz aflito.
-...Eu não vou deixar a minha filha morrer, de jeito nenhum.- Ela enxugou as lágrimas e tirou uma seringa com um líquido verde de uma pequena bolsa, me assusto imediatamente.
- O que é isso?!- Perguntei.
- Perdão mas eu não vou deixar minha filha morrer.- E sem hesitar mais ela aplicou a injeção no pescoço pálido de Lydia, eu apenas a olhei, ela era como uma estrela, mesmo quando parecia morta, não perdia o brilho, eu acariciei seus cabelos e lutei contra mim mesmo para que não chorasse, eu tenho a esperança de que ela irá morrer, se eu perdê-la, eu me perco também e vou me odiar a cada milésimo de segundo por ter brigado com ela antes de tudo acontecer.
A nave de Mikuno chegou, Kimberly usou o casaco para que não tocasse em Lydia, eu não entendi bem o por que mas ela foi levada para a parte de enfermaria da nave, eu esperava ansiosamente pelo que me diriam, eu só queria que ela ficasse bem.
Eu olhava para Kimberly e Aaron.
- Por que hesitou em tocar na própria filha?- Eu perguntei.
- Deve saber que ela não é mais humana, ela é uma maníaca agora.- Kimberly disse.
- Eu não me importo...estou disposto a aceitá-la do mesmo jeito, ela não vai deixar de ser a Lydia que eu conheço.
- Você tem coragem garoto, após magoar minha filha, não é?- Aaron disse sério.
- O que?
- Lisbelle contou para todos, até depois que o palácio foi destruído.- Kimberly disse.
- Aquela estúpida...é tudo culpa dela.
- Tem razão, mas não podemos fazer nada agora.- Aaron disse.
Eu apenas esperava, nervoso.
- Theodore?- Hawk Pearce, amigo de infância de meu pai e o médico mais confiável da Nova Inglaterra.
- Diga.
- Eu fiz tudo o que pude...a princesa está em coma, ela se machucou muito, provavelmente não será duradouro mas nós só podemos esperar.
- Eu quero vê-la.
- Você vai se arrepender.
- Que seja.
Ele respirou fundo.
- Acompanhe-me, por favor.
Eu o segui e fui até um cômodo dentro da nave, lá estava ela, dormindo, em coma, nem parecia que ela estava respirando.
- A culpa foi minha.- Eu disse.
- Não tem que se culpar garoto, ela escolheu sair do palácio.- Hawk disse.
- Se não fosse pela minha insistência ela não teria saído.
- Theodore, ela não vai morrer, as chances são mínimas, sabemos que ela é maníaca pela análise do sangue, maníacos são mais ágeis, mais fortes, mais rápidos e mais inteligentes do que humanos, ela com certeza vai acordar em pouco tempo, é uma coisa temporária.
Lorraine chegou na sala junto com Flynn, eles pareciam gostar de Lydia, aliás, todos os ingleses gostavam dela, só os "enviados" a odiavam.
- Lydia, ai meu Deus, ela vai ficar bem?!- Lori perguntou.
- Vai sim senhorita, mas o nosso único aliado agora é o tempo, entendam isso.- Hawk respondeu.
- A garota é muito cheia de vida, morrer não é a cara dela.- Flynn disse.
- Como se morrer fosse a cara de alguém.- Respondi.
- É sim, a do Armstrong, Theo você precisa falar com esse cara, eu sei como você ama a Lydia e olha o que ele fez! Além do mais se você não falar com ele, eu falo e se eu falar eu mando ele ir pro inferno!
- Você é tão racional Lori...- Eu disse respirando fundo.- ...Mas você tem razão.- Completei, ela realmente tem razão, Armstrong quer matar principalmente Lydia, eu quero saber por que.
Peguei um projetor e liguei o holograma.
- Saudações príncipe Theodore.
- Sem formalidades, eu quero te fazer algumas perguntas e exigo respostas!
- E por que eu responderia o senhor?
- Vai ter que reforçar sua segurança e andar escoltado porque eu ainda tenho centenas de bons soldados que resistiram ao seu ataque estúpido ao palácio, e acredite se forem atacar, não atacarão você, atacarão sua filha.
- O que você sabe sobre a minha filha?!
- Tenho alguns hackers comigo, é fácil de conseguir informações.
- O que você quer saber?
- Por que se concentra em matar Lydia principalmente?
- Vários motivos, ela sabe demais, ela é uma das únicas que se virou contra mim assim, pelo menos no meu país, ela destrói a minha nova imagem, tenho todos os motivos do mundo para matar ela, e quando eu conseguir...- Ele começou a rir.-...Pessoas vão sofrer, muitas, Kimberly, Aaron, você.
- Você não vai conseguir, essa guerra já está ganha Armstrong.
- Theodore, como acha que ela vai acordar? Acha que ela vai acordar sendo a garota que você conheceu? Eu transformei ela em uma maníaca, quando ela acordar, vai querer acabar com você.
- Eu não costumo acreditar em palhaços psicopatas que querem me matar.- Ele deu uma gargalhada.
- Não diga que eu não avisei.
Ele desligou o projetor, e eu senti um medo que nunca senti, e se ele estivesse falando a verdade? E se Lydia não fosse a mesma pessoa quando acordasse? Me sinto inútil por não poder fazer nada, mas ninguém pode lutar contra isso, só ela...

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora