Desequilíbrio

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- As fases já existiam antes, não são atuais, apenas a segunda fase é atual; Maníacos são muito estratégicos, seria bom se planejassemos tudo detalhadamente antes de atacá-los, assim vamos surpreendê-los e evitamos mais mortes no grupo.
Outro ponto importante sobre eles é: Eles sempre tem algum líder, se conseguíssemos matar esse provável líder desconhecido por nós conseguiríamos praticamente acabar com os "Assassinos".- Expliquei tudo o que concluí para Axel.
- São fiéis a esse líder?- Ele perguntou.
- Até aonde sei, sim.- Assenti.
- Descobriu tudo isso lendo o diário da sua mãe?- Ele perguntou levantando as sobrancelhas.
- Exatamente.
- Como teve essa idéia?- Ele perguntou dando um sorriso.
- Qualquer fonte de informação sobre minha espécie é bem vinda.
- É simplesmente incrível, você é muito esperta Ly.- Ele continuou dando um sorriso, deixei a seriedade de lado e sorri descontraidamente.
- Só fiz o que era preciso, cansei de ver minha espécie machucar humanos.- Falei de um jeito que o fez parar de sorrir.
- Lydia...do jeito que você disse parece que você não é humana.
- Eu não sou humana Axel, porém ainda faço questão de proteger os humanos que amo.
- Como pode julgar tanto a si mesma?- Ele perguntou.
- É verdade.- Baixei o olhar nervosamente, ele se aproximou de mim e levantou minha cabeça levemente com suas mãos frias, senti arrepios, mas logo senti segurança ao olhar para seus olhos azuis, suas sobrancelhas estavam arqueadas, eu sentia sua respiração quente perto de mim.
- Lydia, eu te amo, pouco importa se você é maníaca, mesmo que você fosse uma "Assassina" eu continuaria amando você de todas as maneiras possíveis, mesmo que você me matasse você ainda seria a minha Lydia.- Ele disse encostando sua testa na minha.
- Não está falando a verdade.- Eu disse fazendo com que ele risse.
- Lydia, por mais limitada que tenha sido a minha criação, se tem uma coisa que minha mãe me ensinou foi: "Se algum dia você tiver que se sacrificar por algo, alguém ou até uma nação inteira, valerá a pena desde que você ame incondicionalmente aquilo pelo que faz o sacrifício".
Acredite Lydia, eu não hesitaria em morrer por você.- Ele disse dando mais um sorriso e acariciando meus cabelos.
- Não pode falar essas coisas tão perto de mim.- Brinquei sorrindo.
- Tudo bem, então não vou falar.- Ele me beijou, era suave no começo mas foi ficando quente.
Ouvimos batidas na porta, nós paramos e ouvi ele sussurrar:- Tenho que abrir.
Eu apenas sorri, ele abriu a porta, lá estava Eleanor.
- Perdão, eu não quis interromper os dois, mas Patrick queria falar com você princesa Lydia.- Ela disse em tom tranquilo, eu e Axel nos entreolhamos.
- Ok.- Respondi, saí do cômodo médio do NEGL e fui andando pelos corredores ao lado de Lea.
- Sabe o que ele quer?- Perguntei curiosamente, ela balançou a cabeça negativamente.
- Não, mas acho que tem algo a ver com Isabelle.- Ela respondeu.
- Qual o problema de Isabelle?
- Paranóia, ela quer falar com você e culpa insistentemente você e Missy pela morte de Lisbelle.
- Missy tinha que ter dado onze tiros naquela desgraçada...- Resmunguei fazendo com que Lea risse.
- Acho que Lisbelle mereceu.- Ela disse.
- Todos concordam, francamente, acho que até Patrick concorda, Nick e Rid só ficaram tristes mas nada se compara à depressão profunda de Isabelle Corine.- Eu disse com um pouco de ironia em meu tom de voz.
- Tudo o que podemos fazer é apoiar, afinal ela é uma mãe de qualquer jeito, a dor dela deve ser inimaginável.- Lea disse dando um suspiro, fiquei séria repentinamente.
- Tem razão.- Concordei, não demorou muito para que chegássemos na frente do quarto da família Campbell, lá estava Patrick, na frente da porta.
- Qual é o problema?- Perguntei, ele olhou para nós e respirou fundo.
- Isabelle, ainda está estranha, ela anda falando coisas sem sentido e disse que queria ver você e Missy.- Ele respondeu.
- Ela só verá a mim, não vou deixar Missy chegar perto dela, aliás, eu deveria avisar o Sean para tomar mais cuidado com ela.- Falei, Eleanor assentiu concordando.
- Que seja.- Ele disse preocupadamente.- Só faça o possível para tentar ajudar.
- Eu não prometo nada...- Eu disse surpreendendo-o.
- Lydia, o que pretende fazer?!- Ele perguntou nervoso.
- Só vou conversar com Isabelle, mas é quase ajudá-la, a filha mais velha de vocês morreu, sabe o quanto deve ser doloroso para ela?- Perguntei arqueando as sobrancelhas.
- Sei, está sendo péssimo para a nossa família.- Ele respondeu tristemente.
- Exatamente.- Eu passei por ele e abri a porta, Nick, Rid e Mabel estavam lá, Isabelle estava sentada em uma cama, embrulhada com um cobertor, seus cabelos estavam desgrenhados, ela estava um pouco mais pálida do que o normal e abaixo dos seus olhos haviam olheiras muito escuras, ela estava realmente acabada.
Mabel veio me abraçar assim como Nick e Rid, isso fez com que ela olhasse de canto para mim.
- Senhora Campbell?- Chamei em voz baixa, ela virou a cabeça lentamente para olhar para mim, chegava a assustar um pouco.- Eu sinto muito mesmo pelo que houve.- Eu disse baixando o olhar.
- Não...- Eu a ouvi resmungar.
- Perdão, o que disse?- Perguntei confusa.
-...Você não sente...você mente para mim...mente para todos nós...- Ela sussurrou.
- Desculpe, mas o que quer dizer?
- Eu não teria vindo para cá... Patrick insistiu que viéssemos por alguma razão...se não tivéssemos vindo salvar a filha daquele homem imundo a minha filha ainda estaria viva.- Ela pronunciava cada palavra tranquilamente porém com ódio ao mesmo tempo.
- Senhora Campbell, me desculpe mas sua filha era uma "Assassina", ela era uma psicopata, capaz de matar até mesmo a senhora.- Eu disse tentando apaziguá-la.
- Pouco importa...você não sabe como é...- Ela disse, baixei o olhar novamente.
- Eu perdi o meu pai, senhora Campbell.
- Mas não perdeu uma filha!- Ela retrucou aumentando o tom de voz e deixando a serenidade de lado, era possível ver a raiva em seu olhar, logo ela deu uma risada, eu olhei para os irmãos, todos se entreolhavam, estavam assustados com a própria mãe.
- Lydia Sparks Rogers, a filha de Kimberly Sparks...- Ela disse passando a mão em uma mecha de meus cabelos loiros e lisos, eu estava assustada, mas continuei parada.-...Nunca fui com a cara da sua mãe...- Ela falou, senti uma indignação profunda e queria dizer algo.-...Talvez ela goste de sentir a mesma dor que eu sinto.- Ela disse, arregalei os olhos e do nada ela começou a me estrangular, eu queria fazer algo, mas sabia que eu podia machucá-la, Mabel, Nick e Rid tentavam afastá-la, eu já estava perdendo meu oxigênio, eu suava e lutava para respirar, com a boca aberta, ela demonstrava uma frieza tão grande, era como se ela quisesse mesmo me matar, ela era forte, eu sabia que não conseguiriam afastar ela a tempo, empurrei ela, ela se chocou contra uma mesa de cabeceira.
Eu olhava para ela assustada, deslizava minha mão pelo meu pescoço.
- Ly, você está bem?!- Mabel perguntou apavorada com o ato da mãe.
Apenas assenti, Nick e Rid vieram para perto de mim.
- Lydia, não me entenda mal, mas acho que você precisa sair daqui, nossa mãe está completamente desequilibrada no momento.- Nick disse colocando a mão sob meu ombro.
- Ok.- Respondi apressadamente e saí do quarto, se eu estava assustada? Obviamente.
Eu sabia o quanto Isabelle queria me ver morta, mas eu ainda continuo sendo Lydia Sparks Rogers, já enfrentei Scott Armstrong e Lisbelle e ganhei nas duas vezes, se ela pensa na possibilidade de conseguir me matar, ela vai ter que lutar, e desde já tenho a certeza absoluta de que não vou perder...

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora