A rainha

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Pelo que me foi dito, eu teria que fazer juramentos antes de assumir o trono, concordei e fui preparada para o acontecimento, coloquei o microfone grudado em minha roupa.
Eu me sentei em um dos tronos na grande sacada do NEGL, bem ao lado de Axel, ele usava uma roupa vermelha e branca, vi duas almofadas azuis e douradas com as coroas, ambas tinham pedras vermelhas, provavelmente rubis ou coisa do tipo.
O rei Oswald apareceu, sem sua coroa.
- Desde o falecimento de minha amada esposa Caitlyn, eu decidi que não queria mais ser rei, por isso eu renunciei o meu trono e o passei para meu filho único e herdeiro do trono Nova Inglaterra, Axel Harrison e para sua noiva, a americana que nos ajudou a vencer Scott Armstrong, Lydia Sparks Rogers.- O rei discursou, "americana", por mais incrível que parecesse aquilo não soava mais como uma ofensa para mim.- Este homem e esta mulher serão os responsáveis por administrar esta grande nação, serão os novos "rei e rainha" desta terra.- Ao terminar essas palavras o Arcebispo de Cantuária apareceu, ele seria o responsável pela realização da coroação.
- Senhoras e senhores, eu aqui apresento à vós, os seus rei e rainha inquestionáveis. Portanto todos vocês estão vindo aqui hoje para fazer sua homenagem, estão dispostos a fazer o mesmo?- O Arcebispo perguntou, o povo que nos assistia aclamou, eu apenas continuava sorridente, senti a mão de Axel pousar sob a minha e senti o alívio tomar conta de mim.- Majestades, prometam e jurem solenemente governar o povo da Nova Inglaterra e dos territórios pertencentes ao mesmo de acordo com suas respectivas leis e costumes, com amor e fé.- O Arcebispo prosseguia.
- Solenemente prometo fazer isso.- Eu e Axel dissemos em uníssono.
- Vocês usarão seu poder para trazer a lei, a justiça e a misericórdia em todos os seus julgamentos?- Ele perguntou.
- Nós vamos.- Dissemos.
O Arcebispo pegou uma Bíblia.
- Aqui está a sabedoria, esta é a lei real, estes são os oráculos vivos de Deus.- Ele colocou a Bíblia em cima da mesa ao nosso lado, à frente das coroas.- Podem fazer seus discursos.- Ele disse, Axel se levantou e foi até a beira da sacada grande.
- A minha vida inteira, fui treinado para ser rei por meu pai, Oswald Harrison Courteney, ele foi um bom líder para vocês e eu tenho plena consciência disso, e eu prometo à vocês, povo da Nova Inglaterra, eu prometo que vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para manter a felicidade de vocês.
Eu posso não ter plano algum no momento mas eu sei que com a ajuda de vocês eu conseguirei tornar essa bela nação em um lugar ainda melhor, pela minha mãe e pelo meu pai!- Ele terminou e todos o aplaudiram, eu ouvia gritos e sorri por saber que ele era amado pela população.
- Rainha Lydia, sua vez.- O Arcebispo disse.
Eu me levantei e fui até a beira da sacada grande.
- Eu tenho uma proposta...sei que estamos passando por um momento difícil, muitos "Imunes" ainda estão esperando por uma cura para sua fase, e eu sei o que esses maníacos passam, eu sei que maníacos podem assustar humanos às vezes, até mesmo os "Imunes" mas nós não faremos mal a ninguém, maníacos não são monstros, somos como humanos, somos todos iguais, somos todos seres humanos independentemente da doença que nos atinge, todos temos defeitos, pecados e carregamos erros conosco.
É por essa razão que a partir deste exato momento eu proclamo a paz entre os humanos e os maníacos, todos devem ser tratados de forma igual, sem repúdio, sem preconceito, sem agressões uns com os outros, os maníacos devem tratar os humanos como irmãos, e os humanos também devem retribuir essa irmandade.
Vamos nos unir, vamos nos tornar um só, vamos fazer com que essa grande nação tenha cada vez mais força.
Pois só há justiça, com união.- Assim que terminei o discurso todos começaram a me aplaudir e a gritar o meu nome, eu não esperava essa reação, eu não sabia nem se o meu plano de manter a paz na Nova Inglaterra funcionaria bem, eu só planejei, falei e acabou dando certo.
- Senhoras e senhores, Axel Harrison e Lydia Sparks Rogers, rei e rainha da Nova Inglaterra.- Oswald disse, ele colocou a coroa primeiro em Axel e depois em mim, olhei para meus amigos na platéia, todos sorriam, eu sorri, eu sentia muito mais do que felicidade, eu estava em êxtase.
Acho que, de certa forma eu me enganei por não acreditar em certos tipos de "contos de fadas", às vezes, essas histórias são bem mais reais do que se imagina, é só acreditar.
Além do mais, eu não queria ser a princesinha feliz que andava cantarolando por aí ou a rainha poderosa e má que governava um reino inteiro e sentia que podia governar o mundo...eu só queria ser "Eu", eu queria ser a Lydia, somente "Eu".
***
Eu abraçei Ada, o tio Garry e a tia Morgana.
- Vou sentir sua falta...priminha.- Adalia disse, Jared segurou a mão dela e o tio Garrett olhou para ele com uma expressão de ciúmes.
- Adeus Adalia.- Eu disse.
- Adeus Lydia.
Fui até Jazmine, Phillip e Joel.
- Você tem coragem garota, nunca se esqueça disso.- Jazmine disse.
- Adeus.- Eu sorri, Joel deu aquele tipo de sorriso puro que só bebês conseguem dar.
- Adeus rainha Lydia.- Phillip disse, acenei e fui até Dennis, ele escolheu voltar para a Nova América, mas Cecilia escolheu ficar com Nick, já que Patrick namora minha mãe e ela resolveu ficar aqui.
- Você vai ficar bem?- Perguntei, Dennis sorriu e assentiu.
- Sei me cuidar garota, fique de olho em Cecilia.- Ele disse.
- Será um prazer.- Assenti.
Olhei para Odette, Ryan, Drew e Hope.
- Adeus Ly, espero que seja muito feliz.- Odette disse.
- Obrigada tia Oddie, e adeus.- Eu disse, ela deu um suspiro.
- De nada Lydia.
- Adeus majestade.- Ryan disse, eu o abraçei.
- Adeus Ryan.- Eu disse, ele se soltou de meu abraço e olhei para Drew.
- Foi legal te conhecer Lydia.- Ele disse estendendo uma das mãos.
- Igualmente soldado Coaster.- Demos um aperto de mãos e sorrimos.
- Tchau Ly.- Hope disse segurando a barra de meu vestido, eu ri e a peguei no colo, para abraçá-la, coloquei-a no chão.
Finalmente a pior parte chegou: Missy.
Sean segurava a mão dela, meu coração ficou apertado só de olhar a expressão triste em seu rosto.
- Eu não quero ir embora.- Ela disse, seus olhos marejavam.
- É preciso Missy.- Sean disse tristemente.
- Vou sentir sua falta Lydia!- Ela disse me abraçando e começando a chorar, aquela não era a Missy que eu conhecia, era outro lado dela, um lado mais frágil, que eu ainda desconhecia.
- Missy...- Eu sussurrei, ela olhou para mim, enxuguei as lágrimas em seu rosto dando um sorrisinho leve.-...Você vai voltar pro seu país, vai crescer e arranjar um emprego, vai conhecer alguém com quem possa passar o resto da sua vida, vai ter filhos, você vai viver Missy...você vai ser muito feliz.- Eu disse tentando não chorar.
- Eu não tenho amigos na Nova América...vocês são meus únicos amigos.- Ela disse quase chorando novamente.- Eu quero ficar com vocês, Rid também é meu amigo e Ceci também.- Ela disse.
- Sean...vocês são bem-vindos aqui.- Eu disse, ele olhou para mim e para Missy, logo respirou fundo.
- Talvez...acho que não tem problema.- Ele disse, Missy o abraçou com força, percebi que a nave estava partindo, todos aqueles que iriam embora já estavam lá dentro, quanto mais a nave se distanciava, mais angústia eu sentia.
Mas tinha uma coisa da qual eu tinha certeza, não importava quem realmente éramos, que caminhos tomássemos ou que diferenças tivéssemos...nós sempre seríamos amigos...sempre estaríamos unidos...mesmo longe uns dos outros...

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora