Incerteza

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Passaram-se dias e dias, nós voltamos para a Nova Inglaterra, não tivemos notícias de meus pais, a guerra continuava e provocava ainda mais o medo e a discórdia, a epidemia se espalhava fazendo com que o mundo já tivesse um número considerável de maníacos, nem sequer um país estava livre da morbo e da vigilância de Scott Armstrong, senti saudades de minha mãe e de meu pai, de Adalia, de todos que faziam parte da minha antiga vida, eu queria tudo o que me fazia tranquila antes, mas eu não podia reverter o que eu havia feito, eu amo Axel, com a minha vida, mas eu sinto tanto a falta deles, quero eles de volta.
Eu sinto que estão vivos, por alguma razão inexplicável, mas a incerteza é inevitável, eu acredito que estão vivos, quase posso sentir a presença dos dois, mas e se Armstrong não estivesse mentindo, e se meus pais estivessem realmente mortos, o que eu vou fazer sem eles? Eles são o único motivo de eu ter tido esperança até agora e se eu perdê-los, minha esperança acaba.
- Como está se sentindo?- A rainha Caitlyn me perguntou.
- Mais ou menos...eu acho.
- Percebi que fica aflita quando meu filho sai para combates na Nova América.
- Fico...mas eu tenho uma outra preocupação agora.
- Lydia, sei que deve ser doloroso receber uma notícia assim, mas você tem a consciência de que Scott está mentindo para você, ele quer te manipular, quer que você demonstre o que fez e que demonstre ser fraca e já percebi que você odeia fraqueza.
- Eu sei...mas eu tenho medo, é como uma chama acesa dentro de mim, a cada vez que perco as esperanças o fogo se expande e eu vou sendo destruída...é simples.
- Sabe que não deve fazer esses tipos de comparações, você está se precipitando demais, serei absolutamente franca com você, você é ansiosa, imprudente, inconsequente, mas tem algo em sua personalidade que me fascina...
- O que?- Perguntei franzindo as sobrancelhas.
- Mesmo tendo seus defeitos você valoriza as pessoas que ama e a sua opinião, quando acha que algo está errado comete loucuras como arriscar a vida traindo o próprio país, você tem um coração de ouro Lydia.
- Muito obrigada majestade, a senhora é realmente uma ótima conselheira.
- Eu não, eu só digo a você as verdades que precisa ouvir.
- Agradeço do mesmo jeito.
Lorraine chegou na sala.
- Olá tia Meredith, olá Serenity.- Ela disse com um sorriso simpático no rosto.
- Olá.- Respondi melhorando meu tom para disfarçar meu nervosismo, a rainha fez o mesmo.
- Sabe se Flynn Jackson foi para a batalha?- Lorraine perguntou em tom nervoso.
- O soldado?
- Sim.
- Ele foi, por que perguntas?
- Senti falta dele, ele é um ótimo amigo e uma companhia adorável a maioria das vezes.
- Sei...quer conversar?- A rainha Caitlyn perguntou desconfiadamente.
- Me preocupo com Theo também, ele nunca foi um irmão de sangue, mas nem precisamos do mesmo sangue para sermos irmãos.
- Palavras nobres as suas Lorraine, fico feliz que você e meu filho sejam bons amigos.
- Irmãos.- Ela corrigiu sorrindo.
- Claro.- A rainha respondeu rindo.
- Serenity é a melhor amiga dele.- Ela disse irônicamente me olhando de um jeito engraçado eu ri com a expressão dela e da rainha.
- Somos ótimos amigos, e nos damos perfeitamente bem.
- Você é realmente a cunhada que eu aguardo.- Ela disse irônica porém sincera.
- Lorraine!- A rainha Caitlyn exclamou, por algum motivo a rainha acha que um casal merece privacidade, ainda mais quando se trata do filho dela.
Ouvi um barulho e já sabia que Axel provavelmente havia chegado.
Eu fui correndo para o teto do palácio e vi a nave chegando, Axel foi o primeiro a sair eu corri e o abraçei com força.
- Axel.- Sussurrei em seu ouvido.
- Também senti saudades Ly.- Ele disse irônicamente.
Nos olhamos e sorrimos.
- Estarei na sacada do seu quarto às sete.
- Tudo bem.
Enquanto eu ia para o quarto, olhei para o relógio, eram cinco e cinquenta, eu tomei banho, troquei de roupas, embora eu não me sentisse muito confortável com os vestidos que me davam para vestir, acabei colocando um azul e rosa simples, assisti um pouco de televisão, logo ele bateu a minha porta, estava incrivelmente perfumado e continuava lindo como sempre.
- Você está linda.
- Obrigada.- Eu sorri.
Fechei a porta.
- Como foi a batalha na Nova Argentina?
- Eu não vim aqui falar da batalha Lydia.
Ele puxou minha cintura com força e me beijou, retribuí e fui aprofundando o beijo, quando percebi eu já estava pressionada contra a parede.
- Axel?- chamei enquanto ele me beijava, ele parou.
- O que foi?
- Queria me dizer algo?
- Que bom que perguntou.- Ele disse.- Tem duas coisas que quero lhe dizer.
- Diga então.
- A primeira delas é: Amanhã você terá uma surpresa.
- Que tipo de surpresa?
- Você descobrirá.- Ele sorriu.
- E a segunda?
Ele pegou minha mão.
- Lydia, você tem a plena consciência de que a coisa mais incrivelmente perfeita que já me aconteceu...- Eu ri meio sem jeito, ele sempre me faz parecer boba, mas como eu gosto disso.- Eu amo você Lydia, e sei que sente a mesma coisa, então para que esconder isso de todos?
- O que está propondo?- Eu perguntei irônicamente.
- Estou propondo que quero que você seja minha, definitivamente...Lydia, você aceita namorar comigo?
- Axel, claro que eu aceito.- Eu começei a rir e o beijei.
Eu havia entendido uma coisa, as minhas aflições eram como nuvens de chuva que deixavam meu dia nublado, mas Axel era o meu sol, ele era o meu conforto, minha única certeza naquele momento...

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora