O calabouço

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Abri os olhos, atordoada, não demorou muito para que eu lembrasse dos acontecimentos da noite passada, eu olhei o ambiente, era como uma cela branca, me olhei em um pequeno espelho, eu estava com um vestido branco e senti que estava descalça pelo chão gelado que esfriava meus pés, eu não fazia a mínima idéia de onde eu estava.
Vi Armstrong na porta da cela.
- Finalmente acordada, não é princesa Lydia? Depois de um dia desmaiada.
- Seu grande desgraçado, aonde é que eu estou?!- Esbravejei querendo acabar com a raça dele.
- No Pentágono.
- O que eu estou fazendo aqui?! Pensei que fosse só para grandes ameaças à sociedade.
- Você não é uma ameaça à sociedade, você é diferente, é uma enorme ameaça à mim, sendo assim, você deve ser eliminada.
- Vai me matar?- Perguntei em tom desfiador.
- Exato.
- Se for homem o suficiente pode fazer isso com as próprias mãos.
- Você é burra? Acha mesmo que eu perderia a chance de te matar na frente dos seus pais?
Eu empurrei ele contra a parede.
- O que foi que você fez com eles?!
- Ainda não está sabendo que o palácio foi destruído.
- Seu filho da puta! Cadê o Axel?
- O seu namoradinho idiota?! Está morto! Vadia!- Ele me empurrou.
- Eu não acredito em você.
- Acredite no que quiser Lydia.- Me levantei e dei um soco no rosto dele, foi como socar metal, ele gargalhou.- Achou mesmo que eu perderia o meu tempo vindo até aqui?
- Mas o que...
- É um clone, estúpida.- Eu o olhava confusa e ele riu, vi ele pegar uma faca e cravar no próprio braço, um líquido vermelho começou a escorrer.- É tão realista, não?- Ele perguntou.
- Você é completamente louco.
- Não se preocupe, o sangue é falso...sabe, tem alguém que eu quero que conheça.
Eu franzi as sobrancelhas como se perguntasse: "Quem?".
Logo um maníaco entrou, ele era alto e tinha uma cicatriz no rosto, vestia roupas pretas e cinzas, como se tivesse saído de algum exército.
- Lydia, este é Nathan Heathcliff, o líder oficial dos maníacos na Nova América e no Canadá.
- Seu namorado?- Perguntei irônicamente.
- Muito engraçado garota, garanto que não vai rir quando eu cortar sua cabeça fora.- Nathan disse e eu revirei os olhos.
- Pelo visto você não tem medo de morrer.- Armstrong disse.
- Não se eu for morta por você, é morrer de uma forma inútil mesmo.
- Muito bem, você morrerá hoje em uma câmara de gás, na frente de Nova Chicago inteira, e nós anunciaremos e transmitiremos a sua morte ao vivo para a Euroasya inteira.
- Tudo bem, você vai quebrar o acordo, vai perder a sua famazinha estúpida, vai piorar a guerra, o seu governo vai cair, isso se você me matar.- Eu disse cinicamente.
- Eu não ligo mais para isto senhorita Sparks, já tenho minhas próprias garantias, além disso, você sabe demais, não seria sensato deixar você viver.
- E desde quando sua sensatez está no lugar?
- Não lhe interessa sua ratinha mimada.
- Olha quem fala, o homem que só pensa no conforto dele mesmo e dos filhos, não é?
- Um pouco de amor próprio não faz mal a ninguém.
- Eu tenho outro nome para isso, egoísmo é como prefiro chamar.- Eu disse com uma raiva clara em meu tom de voz.
- Chame do que quiser, você já está condenada à morte mesmo, sua opinião não importa mais a ninguém.
Eu respirei fundo.
- Babaca.- Eu resmunguei.
- Eu só fico imaginando o sofrimento de seus familiares e amigos, não é? Dos integrantes...de todos.- Ele disse em tom cínico.
- Como sabe dos integrantes?!- Perguntei assustada.
- Um informante sua garota burra.
- Como é que...
- Sou mais inteligente que você e os ingleses juntos.- Armstrong disse.
- Você não, Nathan, ele mandou os "enviados", não você! Vocês estão trabalhando juntos.
- Parabéns, admiro sua inteligência, pena que ela morrerá com você não é?
- Isso não vai acabar assim Armstrong, você não vai sair impune disso tudo.
- E quem é que vai me impedir? Ou melhor, salvar você? Seus pais estão presos e o resto do seu grupinho idiota está desaparecido, você não pode fazer nada, acabou para você Lydia.- Ele disse rindo.
- Você é um idiota Armstrong eu vou matar você!- Eu esbravejei.
- Só se o seu fantasma me matar.- Ele riu diabólicamente e saiu da cela junto com Nathan.
- Inferno.- Sussurrei para mim mesma.
Então é isso...eu vou morrer? Que droga, dezessete anos desperdiçados...
Não demorou muito para que um grupo de guardas viesse me buscar, eu respirei fundo e deixei que me levassem tranquilamente.
Quando me dei conta eu estava em cima de um palco, tinha uma câmara de gás de vidro, eu era vaiada pela multidão americana que me assistia, mesmo com todo o alvoroço, eu sorria como se nada estivesse realmente acontecendo, eu fingia que estava tudo bem, que nada aconteceria realmente comigo, eu olhei para o céu ensolarado uma última vez e entrei na câmara...

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora