- Eu gostaria de ficar mais, porém preciso ir.- Axel disse sorrindo e abotoando a camisa.
- Eu sei.- Eu também sorri.
- Vejo você na coroação.- Ele se aproximou e me deu mais um beijo de despedida, eu ri e ele saiu do quarto, logo depois Eleanor entrou, eu me enrolei com o cobertor.
- Eu achei que fosse uma conversa rápida, mas acabou durando a noite inteira, não é Ly?- Eleanor perguntou maliciosamente, ela trancou a porta e me entregou o vestido.
- Não me diz que você ficou esperando na porta a noite inteira.- Eu peguei o vestido da mão dela, segurando o cobertor com força para que nenhuma parte do meu corpo ficasse exposta.
- Claro que não, enquanto você ficava com o seu homem eu ficava com o meu.
- E quem é?- Perguntei maliciosamente.
- Isle King Underwood.
- O cara é gente boa.
- Bem mais que isso Lydia.- Eu começei a rir.- E como foi sua noite com o Theodore?- Ela perguntou maliciosamente.
- Nossa...foi uma louca Lea.
- E você gostou?
- Não, eu adorei...ele é simplesmente incrível.
- Já vi que a futura princesa da Nova Inglaterra é uma tremenda safadinha.- Ela disse e nós duas rimos.- Agora, falando sério, você precisa se vestir, eu vou sair e quando voltar quero ver você com o vestido.
- Ok.
Ela saiu do quarto e eu tranquei a porta, eu me vesti e fui me olhar no espelho, o vestido escolhido por nós era simplesmente lindo, e tenho que admitir que eu fiquei até legal com ele, deixei meu cabelo solto e fiquei me olhando no espelho, naquele momento eu tive quase certeza, eu estava pronta para ser princesa.
Eu arcaria com qualquer responsabilidade e amaria a população, estou fazendo isso por mim e por Axel, por nós dois.
Ouvi batidas na porta, certamente era Lea, abri a porta e realmente era isso.
- Ai meu Deus! Lydia você está linda!
- Obrigada.
O vestido azul que ela havia escolhido havia ficado muito bem nela.
- Você vai arrasar Ly, sério, sem dúvidas você será a melhor princesa que a Nova Inglaterra já teve ou terá.
- É muito animador, mas não é verdade.
- Cale a boca Lydia, você vai mandar muito bem, eu tenho certeza.
- Valeu Lea, de verdade.
- De nada majestade.- Ela piscou.
- Eu deixei claro que não queria ser tratada como uma princesa por ninguém.
- Acontece que eu não sou ninguém.- Ela piscou e nós saímos do quarto.
***
A cerimônia foi estranha, eu não entendi quase nada, eu estava aflita e nervosa, sentada em uma poltrona, segurando a coroa na mão.
- Princesa Lydia?- Lea disse.- Temos que ir, o show já vai começar.- Ela sorriu e me puxou para que eu a seguisse.
Lá estava eu, atrás de uma cortina, extremamente ansiosa e ao mesmo tempo apavorada.
- Ly?- Aquela voz me trouxe uma paz infinita inexplicávelmente no mesmo instante.
- Axel.
- Você está muito linda Lydia.- Ele segurou minha mão.
- Obrigada.
- Está nervosa?
- Terrivelmente.
- Não fique, é só uma entrevista ao vivo.- Ele ironizou.
Noventa por cento da população de Londres estava lá, eu não fazia a mínima do que dizer ou como agir.
- É sério Axel.
- Fica calma, eu estou aqui, tá bom?
- Tá.- Respirei fundo.
- Senhoras e senhores, príncipe Theodore Harrison e princesa Lydia Sparks.- A voz de Eleanor ecoou com o microfone, as cortinas foram abertas e deu para ver uma platéia enorme, fiquei extremamente nervosa mas permaneci fria, vi meus pais na multidão, minha mãe sorria e embora meu pai não apoiasse, parecia estar feliz por mim, eu sorri e caminhei até duas poltronas, Axel se sentou em uma delas e fiz o mesmo, todos os integrantes do grupo sorriam por me ver ali, menos Lisbelle.
- Boa tarde, príncipe Theodore.- O apresentador disse sorridente.
- Boa tarde.
- E boa tarde princesa Lydia Sparks.
- Boa tarde.- Respondi sorrindo.
- Então, eu tenho algumas perguntas para você princesa Lydia.
- Claro, faça quantas quiser.
- Tudo bem, há boatos de que a senhorita é uma americana que traiu sua nação, é verdade?- O homem perguntou.
- Sim.- Respondi ainda sorrindo.
- Por que fez isso?
- Eu não concordo com a ditadura imposta por Scott Armstrong, ele diz que somos uma república mas com certeza não somos, nós não podemos fazer nada sem a autorização do governo, ele chama isso de "manter a paz" mas com certeza ele não faz isso.
- A senhorita fala com uma euroasyana, por que?
- Eu sempre me senti presa em meu país, a liberdade nunca foi uma coisa presente, pelo menos não no Novo Mundo que eu vivia, tudo controlado, cronometrado, filmado, proibido, aquilo não era viver.
- E por isso veio para cá?
- Eu fugi do meu país por livre e espontânea vontade, porque eu não aguentava mais as regras e leis impostas por Armstrong.
- O príncipe Theodore teve compaixão e deixou a senhorita viver, ele obviamente sente algo por você, diga-me princesa Lydia, a senhorita o ama?
Eu olhei para ele e dei um sorriso largo.
- Muito mais do que eu imaginei que um dia iria amar alguém.
- E você príncipe Theodore, sente o mesmo?
- Sem a menor sombra de dúvidas, ele sorriu.
- É a primeira vez na história que uma garota é nomeada como princesa sem ser casada com o príncipe.
- Eu não preciso me casar com ele, o que eu sinto por ele já basta, e eu fico extremamente feliz por saber que ele sente o mesmo.
- E a senhorita está disposta a lutar pela Nova Inglaterra?
- Fui selecionada para lutar pela Nova América, eu nunca lutaria por um país tão injusto e desonesto como aquele, a opressão e a humilhação só cresceriam, mas a Nova Inglaterra é diferente e podem acreditar em mim, eu vou lutar por vocês e com vocês nem que isso custe a minha vida, não vou descansar até que tenhamos vencido essa guerra.
Eu me surpreendi quando vi que a platéia se levantou e começou a aplaudir.
- A senhorita é uma pessoa muito gentil, princesa Lydia, apesar de ser americana eu tenho o orgulho de chamar você de princesa.- O homem beijou minha mão.
- Senhoras e senhores, uma salva de palmas para a princesa Lydia e para o príncipe Theodore!- Eleanor disse e o barulho dos aplausos ecoava pelo ambiente (um teatro muito bonito).
Eu já amo os ingleses como se fossem...algo que eu preciso proteger, e vou lutar com todas as forças que tenho para protegê-los...
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Diário de uma rebelde_Livro 2
Science FictionMeu nome é Lydia Sparks Rogers, tenho dezessete anos de idade. Eu sempre fui o tipo de adolescente irresponsável e às vezes imatura; Mas responsabilidade não é uma opção quando há uma Guerra Mundial além de uma epidemia mundial fatal que quase extin...