A notícia

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Ficar no hospital era terrivelmente chato, eu fiquei conversando com Zuriki mas eu não conseguia parar de pensar em Axel e em meus pais, será que estavam bem? Eu só queria saber, eu já estava melhorando consideravelmente no hospital improvisado dentro de um prédio.
Justine apareceu correndo, um segurança a abordou antes que ela entrasse na sala, eu apenas escutava:
- Quem é você?- Ele perguntou.
- Justine Clockwork, conhecida de confiança de Theodore Harrison.
O guarda assentiu e abriu a porta.
- Oi americana, cheguei agora, as naves são um verdadeiro saco.
- Oi Justine.
Ela olhou para meus ombros.
- Caramba, o que aconteceu aí hein? Você se jogou de alguma sacada?
- Levei duas facadas de uma maníaca desequilibrada.
- Ai, você está bem fodida.- Ela disse fazendo uma careta.
- Justine, não tá ajudando, sabia?
- Foi mal.
Ela sentou na poltrona como se estivesse na própria casa.
- Tem noticias de Theo, até agora?
- Não, ele ainda está na batalha, pelo que eu sei.
- Ah...
- Você está caidinha por ele, não é mesmo?- Ela perguntou irônicamente.
- Não acho que te interesse, afinal você deve estar completamente louca pelo Kai, não é?
- Isso é um assunto meu.
Ficamos sérias por um tempo mas logo começamos a rir.
- Ok, você parece bem demais para quem levou duas facadas.
- Foram só facadas, nada demais.- Eu respondi.
- Você tem habilidade Serenity, muita habilidade mas eu acho que você precisa de força.
- Existem três elementos fundamentais para minha força, se um deles se apaga, eu perco muita força, por isso preciso dos três para manter o equilíbrio.
- Uma ótima comparação, embora eu não tenha entendido nada.- Ela disse rindo.
- É melhor que não entenda.- Eu disse dando um sorrisinho.
Nós conversamos bastante, ao contrário do que eu pensava quando treinávamos, Justine não é um monstro, ela só deve ser bastante incompreendida pelas pessoas, entendo esse lado dela.
Eu vi Axel chegar correndo.
- Quem é você?- O guarda perguntou.
- Theodore Harrison, príncipe da Nova Inglaterra, ao seu dispor.- Axel disse e o guarda pareceu envergonhado.
- Perdão majestade.- Ele disse abrindo a porta, Axel correu até minha cama.
- Você está legal?
- Bem melhor agora que você chegou.- Eu disse sorrindo, vi Justine revirar os olhos.
- Que melação, eu vou sair viu? Divirtam-se aí.- Ela disse irônicamente e saiu da sala.
Axel me beijou fazendo com que eu sorrisse.
- Alguma notícia?- Perguntei.
Ele pensou e me mostrou uma coisa, era um dispositivo bem pequeno.
- O que é isso?- Eu perguntei.
- Um mini projetor, Scott queria conversar com você, ele pediu uma trégua para que me desse isto.
Respirei fundo.
- Certo.
Ele ligou o projetor e o holograma de Scott apareceu.
- Olá Lydia e Theodore.
- Olá senhor presidente.- Eu disse tentando demonstrar o respeito que nunca senti por ele.
- Infelizmente os ingleses ganharam a batalha pela Nova África.
- Sei disso.
- Está ferida?
- Sim.
- Como isso aconteceu?
- Os maníacos que você mandou para atacar.
- Ah, eu sinto muito, foi necessário.
- Eles podiam ter matado centenas de africanos inocentes.
- Lydia, isto é uma guerra não um jogo.- Eu fiquei quieta.- Lydia...há uma coisa que preciso lhe contar.- Ele disse respirando fundo.
- Diga.
- Você é filha de Kimberly Sparks e Aaron Rogers, não é?
As palavras dele fizeram meu coração disparar, um nervosismo sem tamanho tomou conta de mim.
- Sim...eles estão bem?
- Lydia...houve um bombardeio efetuado pela Oceania em Nova Chicago, muitos morreram naquela hora, eles simplesmente bombardeavam sem dó nem piedade.
- Aonde quer chegar?- Perguntei franzindo as sobrancelhas.
Ele parou de falar por alguns instantes.- Fale logo!- Apressei.
- Os seus pais...eles estão mortos Lydia, faleceram enquanto estávamos na batalha...eu sinto muito mesmo Lydia.
Senti meu coração afundar.
- Não...n-não, você deve ter se confundido!
- Eu sinto muito Lydia.- Ele repetiu.
- Não isso é impossível! Por favor, isso não é verdade!
Ele continuou quieto, eu simplesmente não conseguia acreditar naquilo, começei a chorar repetindo a palavra "não" sem parar.
"Não" é uma palavra que não omite fé alguma, mas era uma esperança para mim.
- Adeus Lydia, passe bem.- Armstrong disse desligando o holograma, Axel me observava tristemente.
Eu dei um grito expressando a mais profunda dor que eu sentia, eu perdi meus pais, nunca mais vou ver o sorriso no rosto de minha mãe, ou ouvir meu pai me chamando de "anjo", ou simplesmente estar reunida com os dois.
- Axel! Eu quero voltar para os Novos Estados Americanos, eu preciso voltar!- Eu disse entre soluços.
- Ly...você sabe que pode ser uma armadilha, ele pode estar mentindo para você, você tem essa consciência.
- Não importa! Eu preciso vê-los!
- Lydia, não seja tola, se você voltar, será condenada à morte, e você sabe muito bem disso.
- Axel...os meus pais...- Eu chorava sem parar e não conseguia me conter.
- Lydia eu tenho certeza de que estão bem, você vai ver seus pais de novo, eu prometo a você.
- E se estiverem mesmo mortos?- Eu disse tentando me acalmar, mas nada adiantava, o medo e as lágrimas me consumiam cada vez mais.
- Lydia, eu te fiz uma promessa e sou um homem de palavra.
Eu o abraçei tentando me controlar, eu tentava não pensar no pior, mas era quase impossível.
Será que meus pais estão mesmo mortos?

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora