Diário de uma rebelde_Livro 2

Belfast

Chegamos em Belfast e me despedi de Poseidon, ele voltaria para os Novos Estados Americanos e fingiria que nada aconteceu realmente.
Eu saí andando normalmente por horas, sem saber o que faria...até que percebi que havia um homem me seguindo, eu tentei despistá-lo de todas as maneiras possíveis mas ele continuava me seguindo até que chegamos em uma rua quase deserta, ele me empurrou contra a parede e agarrou meu pescoço.
- Você é americana?!- Franzi as sobrancelhas, enquanto tentava me soltar.- Responde logo!
- Não.
- Mentirosa!- Ele bateu minha cabeça contra a parede.
- Sim!
- Por que veio para cá naquela nave?!
- Eu fugi do país!
Ele se acalmou um pouco e me soltou.
- Você está encrencada.
- Como sabe da nave?
- Vi com meus próprios olhos.
- Você vai me matar?
- Não, você traiu o próprio país para estar aqui...eu vou te ajudar.
- Por que devo confiar em você?
- Porque vou te proteger disso tudo...qual o seu nome?
- Serenity Ronan.
- Serenity...devia ser serena e não imprudente em fugir do próprio país.- Ele disse irônicamente.
- Cale a boca...me diga o seu nome.
- Edwin Affleck.
- Tá...
- Aonde quer chegar?
- Nova Inglaterra.
- Posso te ajudar, eu tenho um helicóptero, te levo até Manchester, pode ser?
- Por que quer tanto me ajudar?
- Deve ter batalhado para chegar aqui, sua família, teve de abandoná-los, não é?
- Não é problema seu, se for para irmos, vamos logo.
- Hoje não, está de noite, partiremos amanhã cedo.
- Tudo bem, e o que faremos?
- Você é bem durona não é?
- Dá para calar a boca e me responder logo?
- Certo, eu te levo para minha casa, quando o sol nascer, nós vamos para Manchester.
- Você é estranho, primeiro é violento e logo depois é gentil, tem bipolaridade?
Ele riu.
- Não, sei que deve ter sofrido para trair o próprio país, eu te darei a minha confiança de que não é uma espiã americana e você me dá sua confiança de que eu não vou fazer nenhum mal a você.
Hesitei em responder.
- Ok.
- Certo, seja discreta e se alguém lhe perguntar, o seu nome é Siobhan, eles saberão que é americana se disser seu verdadeiro nome.
- Mais alguma advertência?
- Não, só isso...a propósito quantos anos você tem?
- Dezessete.
- Tenho dezenove.
- Eu não perguntei.
- Você é grossa demais sabia?
- Eu não ligo, nem tente se aproximar de mim, eu só quero chegar até Manchester.
- Você que manda loirinha.
- Se você me chamar de loirinha de novo eu dou um soco no meio da sua cara, é o que você quer?!
- Calma aí, vai ter que se acostumar comigo Serenity.
- Quantas vezes vou ter que mandar você calar a boca Edwin?
- Relaxa Serenity, você é estressada demais para alguém da sua idade.
- Me deixe em paz.
- Tá, foi mal.
Fomos para a casa dele, ele me deu comida, água e me emprestou algumas roupas que segundo ele, eram de sua falecida irmã, eu tomei banho, troquei de roupas e esperei que ele adormecesse, quando isso aconteceu eu tranquei a porta do meu quarto, eu não estava com sono, então eu simplesmente liguei a televisão e coloquei no noticiário, meu maior aliado nessas horas.
- A preocupação do rei Johan, da Inglaterra com os bombardeios está cada vez mais presente, os níveis de morte em Nova Liverpool, Nova Brighton e até na Nova República Africana e no Novo estado Australiano pertencente à Nova Inglaterra, subiram consideravelmente, os registros são de que no mínimo dez bombardeios ocorrem a cada dia, o presidente, ou melhor, ditador da Nova América, Scott Armstrong, está bombardeando os países opositores a ele, o rei da Inglaterra Johan Harrison, informou que não pretendia bombardear a Nova América, mas o presidente americano fez ameaças à Inglaterra e por isso declaramos guerra aquele país tirano e hipócrita, a verdadeira questão é: Quando tudo isso irá acabar e a paz finalmente se restabelecerá? Até quando as bombas americanas destruirão nossas casas, famílias e aterrorizarão a nação mundial? Lembre-se, aguentem firme, isto é só o começo da Terceira Guerra Mundial.
Eu pensei profundamente sobre as palavras ditas, na visão dos americanos, os habitantes não americanos eram monstros, mas na visão dos não americanos, nós éramos os verdadeiros monstros, eu já não o que pensar, tudo parece errado para mim, talvez eu esteja enlouquecendo de vez...já não sei distinguir quem sou, por que sou, e o que sou, e se eu for a vilã da história? E se eu for a heroína? Como lidar com ambas as opções? Eu não faço a mínima idéia...não sei de mais nada...