Procurada

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Eu dirigi a por três horas (acima da velocidade permitida, pois demoraria muito se eu fosse na velocidade normal), eu já estava quase chegando em Portland, passei na farmácia depois que parei em uma lanchonete para tomar café da manhã, e comprei lentes de contato verdes e colírio, minha sorte é que hoje em dia as lentes já vem devidamente higienizadas, peguei alguns biscoitos em pacotes e garrafas de água, eu estava pagando pelos produtos e já ia sair da farmácia mas parei na frente da televisão pois uma das notícias me chamou a atenção.
- E agora uma notícia lástimavel, uma garota de dezessete anos chamada Lydia Sparks Rogers foi dada como desaparecida esta manhã, ninguém sabe o que aconteceu, mas o carro da família foi roubado também, conversamos com o pai da garota também:" - A sua convivência com sua filha era boa?
- Absolutamente, ela é uma garota muito boa, sempre sorridente...- Do nada meu pai começou a chorar.- Lydia, se você estiver me vendo agora, saiba que eu amo você...meu anjinho...faça o possível para voltar para casa, por favor.
- Eu sinto muito senhor Rogers."
Um pedido feito pelo prefeito de Chicago, Abraham Cobb, foi que qualquer um que tivesse notícias da garota desaparecida fosse até a delegacia mais próxima e falasse tudo o que sabe.- Uma foto minha quando eu ainda não tinha pintado os cabelos apareceu.- Ajudem a encontrar a garota perdida, Illinois agradece.
A minha vontade de chorar era inevitável, mas me controlei ao máximo, eu demonstrava nervosismo.
- Você se parece muito com a garota perdida da foto, não é mesmo?- O funcionário que estava no balcão de pagamento disse com ar de desconfiança.
- É mera coincidência.- Eu disse sorrindo.
Ele pegou uma máquina, uma máquina para que eu desse minhas impressões digitais para ele.
- Qual o seu nome?
- Serenity...
- Nome completo.
- Serenity Ronan.
- Certo...prove que é mesmo quem diz ser.- Ele disse ainda desconfiado, revirei os olhos e coloquei meus dois dedos polegares na máquina, a máquina deu o nome: Serenity Ronan.
Levantei as sobrancelhas e peguei a sacola com os produtos.
- Vai fazer algum interrogatório, uma entrevista, ou coisa assim? Ou posso ir embora daqui logo?!- Perguntei disfarçando meu nervosismo e fingindo indignação para deixá-lo sem graça e foi exatamente assim que ele ficou.
- Negativo, me desculpe senhorita Ronan.
- Ótimo, tenha um bom dia.
Eu saí da farmácia e voltei para o carro, começei a chorar, "o que eu estou fazendo?! Eu preciso voltar! Eu tenho que parar isso agora!" Pensei.
Eu pensei seriamente em dar a volta, mas eu já nem estava em Nova Illinois, eu já havia saído do estado, eu não iria parar e jogar minha vida fora, eu tinha começado e precisava continuar.
Bati a mão no volante do carro com força, eu queria descontar a raiva em algo mas eu não podia, começei a dirigir novamente mais rápido do que eu havia chegado em Nova Indiana, fui acelerando, até que escutei um barulho estranho como um alarme soando, olhei para o céu, havia um avião com a bandeira inglesa passando logo ele jogou uma bomba, percebi que a mesma cairia na minha frente eu desviei o carro rapidamente na contra mão e voltei para minha pista, logo vi pelo espelho do carro que o local estava sendo bombardeado, de repente quando olhei tinha um caminhão na minha frente, ele buzinou e iríamos bater se eu não tivesse virado o volante com tudo e capotado o carro, o carro saiu para fora da pista e girou, até que finalmente parou, para minha sorte não foi nada demais...eu voltei para o carro e continuei dirigindo, rumo ao estado do Maine, eu dirigia sem piscar cada coisa era importante, ouvia as notícias pelo rádio, parecia que todos os noticiários só falavam sobre mim e sobre a Terceira Guerra Mundial...às vezes fico imaginando se noticiários não podem nos dar notícias que nos deixem realmente felizes, talvez fosse assim no Antigo Mundo mas agora não é mais.
Dirigi por mais algumas horas, na velocidade em que eu estava, consegui chegar nas proximidades de Cleveland, o sono me consumia, e eu cochilava ao volante, eu sabia que se eu dormisse algo muito ruim aconteceria, por sorte achei um hotel quando estava quase entrando em Cleveland, eu paguei, me pediram as minhas digitais novamente e eu dei, Serenity Ronan, foi o nome pronunciado pela voz robótica e horrível da máquina, me deram a chave de um dos quartos e eu subi até o quarto indicado, era simples mas dava pro gasto, liguei o ar condicionado para me esfriar e esquecer um pouco o calor noturno do verão, joguei a mochila ao lado da cama, fui para o toalete e tomei um banho frio e troquei de roupas, dei uma boa olhada para mim mesma no espelho...minha mãe me ensinou que nunca devemos usar o espelho para nos enxergarmos externamente, devemos usá-lo para nos enxergarmos internamente, o que somos por dentro é mais valioso...mas o que eu vejo, é lixo externamente e internamente, eu dei um suspiro, apaguei as luzes e adormeci na cama confortável...

Diário de uma rebelde_Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora