- Por acaso você enlouqueceu?! Theo você não pode deixar essa vaca americana aqui! Ela vai te esfaquear pelas suas costas! Você é cego?!- Justine perguntava quase gritando.
- Dá para pegar leve?!- Perguntei.- Não sou um monstro...eu nunca quis isso!
- Cala a boca aí americanazinha de merda!
- Justine! Já chega!- Theodore disse em tom autoritário.
- Você é hipócrita Theodore!
- Eu disse: Já chega!- Theodore disse batendo a mão na mesa, Justine pegou um copo de whisky tomou rapidamente, logo depois jogou o copo na parede.
- Tine, não se esqueça que você também é americana.
- Filha de um país que me renegou, talvez meu futuro tivesse sido diferente, não é?
- Eu lhe imploro, você e Kai poderão se ver de novo.
Justine o encarou e respirou fundo.
- Ok, se esta americana trair a Nova Inglaterra, o problema é seu.
- Já assumi esta responsabilidade.
- Ótimo...quanto a você Serenity, começaremos amanhã.
Ela fez um gesto para que saíssemos e foi exatamente o que fizemos.
- Peço desculpas pelo modo que Justine a tratou, é sério, desculpe-me.
Dei um suspiro e contei até dez mentalmente para me acalmar e não acabar explodindo.
- A culpa não foi sua.
Ele franziu as sobrancelhas me deu uma caixinha de som, com um fone de ouvido.
- Tem rádio, as transmissões de notícias internacionais ainda não foram interrompidas...pode ter notícias deles...dos seus pais.
Peguei a caixa de som da mão dele rapidamente e coloquei os fones de ouvido, escutei várias notícias dos Novos Estados Americanos, a situação apenas piora cada vez mais, A Nova América está se degradando e se deatruindo internamente aos poucos, A Nova União Venezuelana já faz várias manifestações não autorizadas assim como o Brasil e parte da Jamaica, o Novo México está cada vez mais aterrorizado com a guerra, a Nova Inglaterra bombardeou o país...diversos mexicanos estão sem lar.
Olhei para Theodore firmemente.
- Por que bombardearam o Novo México? Quero a queda do presidente Scott, não a morte de pessoas inocentes que não tem absolutamente nada a ver com a guerra.
- Americanos contam só o lado que os favorece, não sabe a situação da Nova África depois do bombardeio?
- Scott bombardeou a Nova África?
- Todos os países, sem exceção, e a Oceania também...reconheço que o que estamos fazendo é errado, porém só estamos contra atacando Serenity, se não fizermos isso, a guerra já está perdida.
- Sei disso, é meio difícil confiar...entende?
- Perfeitamente.
- Que bom.
- Ainda me odeia?- Ele perguntou irônicamente e eu começei a rir.
- Dá para parar de perguntar isso? A resposta é: "Sim".
- Ok.
Voltamos para o palácio, roupas novas foram dadas a mim, eu tomei banho em um dos toaletes de criadas, eu troquei de roupas e saí andando pelos corredores brancos e o piso dourado do andar subterrâneo do palácio.
- Americana?- Escutei uma voz desgastada e um pouco rouca me chamar, olhei para trás e vi uma mulher, parecia ter de trinta à trinta e oito anos.
- Sim?
- Quer comer algo?
Hesitei, mas ela parecia ser gentil.
- Tudo bem.- Respondi, dando um sorrisinho, que logo desapareceu.
- Acompanhe-me senhorita...me chamo Genevieve.
- Sou Serenity.
- Ok senhorita Serenity.
Ela me levou até uma cozinha enorme e me deu um copo enorme de suco de laranja e alguns biscoitos.
- Bom proveito senhorita.- Ela disse sorrindo.
Eu ia beber o primeiro gole do suco de laranja que foi dado, vi que uma outra mulher, só que de vestido longo, apareceu na cozinha.
- Genevieve...uma de nossas criadas mais traiçoeiras.- Ela disse.
- Vossa majestade.- Genevieve engoliu em seco e fez uma reverência, a mulher olhou bem para a comida que eu tinha em mãos.
- O que você deu para a garota se alimentar?- Ela perguntou com olhar frio, e seriamente, fazendo com que a criada ficasse nervosa.
- Suco de laranja e biscoitos.
- O que colocaste lá?
- Nada, vossa majestade.- A criada dizia trêmula porém ainda sorridente, eu apenas observava aflita, porém atentamente.
- Nada mesmo? Confirma esta afirmação?
- Sim...não coloquei nada.
- Certo, prove o suco então, em minha presença, é claro.
Genevieve mostrou um olhar de ódio, pegou o copo de minha mão, ela tremia muito, como se temesse algo, ela bebeu o suco, em poucos segundos, um tipo de espuma branca começou a sair da boca dela e ela caiu no chão, eu tapei os olhos, merda, o que foi isso?!
- Deve tomar cuidado, senhorita Serenity Ronan...nós a poupamos, mas alguns se opuseram a esta idéia, não deve confiar em ninguém além de mim, Johan e Theodore.
- Quem a senhora é?
- Meu nome é Meredith Harrison, sou a rainha da Nova Inglaterra...prometo acolhê-la muito bem aqui, mas faça o que estou lhe dizendo pelo menos por enquanto, não confie em ninguém, fique no palácio, se nos ajudar significantemente, vão deixar de odiá-la tanto.
- Certo vossa majestade, obrigada pela dica.
- De nada, agora venha comigo, vou lhe mostrar o seu quarto.
Eu a segui e paramos em frente a uma porta branca, o quarto era bem confortável, eu me sentia aconchegada lá dentro.
Liguei a televisão, a situação da Nova África está terrível, massacraram o continente inteiro sem a menor clemência, crianças, jovens, adultos e idosos, muitos morreram, muitos estão gravemente feridos...a situação está cada vez pior, não há como negar, precisamos agir rapidamente e lutar.
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Diário de uma rebelde_Livro 2
FantascienzaMeu nome é Lydia Sparks Rogers, tenho dezessete anos de idade. Eu sempre fui o tipo de adolescente irresponsável e às vezes imatura; Mas responsabilidade não é uma opção quando há uma Guerra Mundial além de uma epidemia mundial fatal que quase extin...