NIAT CAP 8 ΘS ⱤAPŦOREꞨ

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  ΘS ⱤAPŦOREꞨ 

10/07/1618
da Era do
Despertar

          Ԩavia uma cratera profunda e enorme, com o formato do interior de uma taça, rodeada de paredões íngremes cobertos de mata e árvores em toda a circunferência que formava as encostas. Mais abaixo a encosta era formada de rochas negras e cinzentas de granito; no centro do vale descansa um enorme lago, abastecido por torrentes provenientes dos planaltos, que descem pelas encostas em dezenas de formas e padrões de cascatas e regatos.


À volta do lago, centenas de casinhas rudimentares e simples de madeira rústica escondem-se entre árvores e pomares, algumas sob as copas das árvores, outras entre os galhos das árvores.

Uma abertura na rocha negra no paredão oeste, dá entrada a um túnel iluminado por tochas. Ao fim do longo túnel, protegido por diversas estátuas de pedra negra, abre-se uma grande câmara subterrânea de granito branco, muitíssimo linda. Nela há portas de bronze que levam a lugares desconhecidos, e, recostado à parede, no campo de visão central de quem vem do túnel, um enorme trono e uma distinta estátua de um monarca alto e vigoroso assentada sobre ele. Ambos esculpidos em pedra também. A estátua do homem está repleta de enfeites coloridos.

Uma figura similar as demais, cabelos negros, longos e escorridos, e pele negra, usando pouca vestimenta e portando uma lança de dois metros com grande ponta de bronze, entra a passos largos e apressados pela abertura da rocha e através do túnel, vindo das palhoças do povoado. Ele estaca frente ao trono, apoia a mão no peito esquerdo e profere numa língua animalesca e arcaica:

— Grandioso Cabal — usa uma espécie de dialeto acompanhado de rosnados e fortes expressões faciais. À maneira dos esgares de feras. — HÁ sinal de estrangeiros na região, estão a uma distância de um dia do vale. Vimos fumaça a norte-leste agora mesmo, ao raiar do deus Sol.

O homem incomum estava perante um monarca incomum, tratado pelo título de "Cabal", e que possuía as mesmas características, mas era mais forte, alto e imponente. Usava no pescoço um adereço cheio de enfeites, dentes afiados e longos de feras enormes, penas e plumas coloridas na cabeça, tornozelos e pulsos, e elos de ouro nas orelhas e nariz.

Assentado sobre o trono de pedra negra e lisa, repleto de glifos, seu rosto era uma máscara, que assim como seu corpo, estava imóvel. Somando a isso sua pele tingida de preto brilhante, fazia ele e o trono parecerem uma coisa só. Uma estátua de pedra negra lustrosa, ornada de enfeites coloridos.

Mais estranho que os glifos gravados no trono, era a fala deles: uma língua grosseira e rude, mais áspera e rugida que falada.

Ao ouvir o relato do homem, o monumento negro ergueu-se do trono.

— Está perto do dia da lua maior, menos de dois dias — respondeu na língua arcaica e incompreensível ao resto do mundo.

— Sim, grande cabal. Se não capturarmos os invasores a tempo teremos de oferecer "Tranulaydash" para a monstra, ele é o próximo voluntario.

— Não sabemos se há espiões!

— Como não, o fogo...

— O fogo... — começou e encarou seu capitão, o olhar interrogativo exigia clareza — Diga-me Bshrundr, quantos espiões já acenderam uma fogueira enquanto nos espionavam antes?

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