TRAIÇÃO & MASSACRE

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TRAIÇÃO & MASSACRE


        Após a reunião e envio da carta secreta, através de um mensageiro de Lorde Killiwan e um de Lady Tábata a seu esposo que se encontrava na capital, todos banquetearam e beberam até esquecer as mortes e os feridos na Batalha de Cintra (assim chamada porque esse foi o curto tempo necessário para que o Castelo de Charkhan fosse tomado).

        A noite ia bem avançada sob um quarto da Lua Shastra que reinava no céu negro e frio. Lorde Killiwan​ e Rei Slaesh estavam agora com alguns de seus guardas no salão, frente a Lady Tábata, para agradecer a hospitalidade e a aceitação da trégua e do acordo.

         — Repousem aqui esta noite — convidou a senhora local, após a declaração de Lorde Killiwan de que partiriam para o bosque.

        — Seria uma honra, Milady — respondeu prontamente lorde Killiwan. Rei Slaesh discordou, falando aos seus ouvidos para dissuadi-lo. Suspeitava de algo, assim como Kay'Lee a seu lado.

         — Killiwan, já alcançamos nosso objetivo aqui — orientou o Rei Slaesh aos sussurros —, vamos nos juntar a nossos homens no bosque. — Observando a volta viu que o número de guardas Charkhanis presentes no salão aumentara desde que adentraram ali, de quinze para trinta homens.

        — Preciso conversar a sós um pouco com ela — respondeu, seu hálito cheirava a cerveja forte.

        Não estou gostando do crescente número de guardas a nossa volta — segredou Rei Slaesh de pé ao lado dele, ambos estavam frente a Lady Tábata, assentada na cadeira alta de seu esposo, que fôra autorizada a manter em troca do juramento de fidelidade e do cumprimento do acordo.

        — Ela não iria se condenar com uma traição destas — devolveu Lorde Killiwan obstinado e entre sorrisos.

        — Então fique, eu vou embora — sussurrou o Rei com um estremecimento de temor e fúria.

        — E então, não vão recusar meu convite de descansar em meus aposentos confortáveis,​ não é mesmo? — apressou-o a responder.

        — Lamento. Infelizmente temos de nos juntar a nossos homens para resolver algumas questões — disse ele a contragosto. — Mas, ao amanhecer, se me permitir, gostaria de lhe falar por uns instantes.

        — Compreendo. Primeiro o dever... — disse em tom sombrio e lamentoso, a senhora de Charkhan. — GUARDAS! — bradou repentinamente fazendo os dois e seus homens se sobressaltarem.

        Após o comando trinta homens bem armados, de alabardas e armaduras se posicionaram de imediato ao redor dos homens de Slaesh e Killiwan, que somavam doze guardas mais Kay. Ambos observaram aterrados quando mais guardas de Charkhan entravam pela porta do salão, ao fundo. Cerca de outros vinte homens que se juntaram ao círculo inimigo agora com cinquenta.

        — Seis infernos! O que ela pretende? — praguejou Lorde Killiwan.

       — Não faça uma loucura dessa! — pediu Rei Slaesh, que não havia em momento algum se identificado como rei. — Vai matar amigos, e depois nosso exército queimará toda essa cidade, não vale a pena.

        Ele notou quando as cabeças cobertas de elmos dos charkhanis se viraram para sua senhora.

        — Creio que o problema aqui é entre​ nós, não é mesmo, Milady? — disse Killiwan procurando manter a calma e atrair unicamente para si a vingança dela.

        — Entre nós, milorde? — ela cuspiu o tratamento respeitoso. — Vocês invadiram nossa casa e mataram nossos parentes e nossos amigos e nosso povo. Agora querem nossa ajuda?

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